SNS: entre a dependência dos tarefeiros e a coragem política que faltava
Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS de Coimbra
Há unidades reféns dos tarefeiros — serviços inteiros funcionam a 100% com prestadores que ameaçam sair se o valor/hora não subir. E não faltam especialistas recém-formados que rescindem contrato e regressam logo a seguir… como prestadores.
Pior: multiplicam-se casos de profissionais
vinculados a um hospital público que, em vez de reforçarem as suas equipas,
optam por prestar serviços noutros hospitais do mesmo SNS — recebendo valores
muito mais elevados pelo mesmo trabalho. Este mecanismo descapitaliza as
próprias instituições e transforma o SNS num sistema que se autofinancia para
dentro, mas sem ganhos de eficiência ou coesão.
Os nossos futuros médicos
Neste processo, terão maiores probabilidades de entrar nas Faculdades
de Medicina os jovens que mais precocemente tenham adoptado os valores sociais
dominantes – o primado do sucesso individual num quadro de competição
desapiedada. Não está provado nem creio provável que esses sejam valores
indispensáveis para vir a ser bom médico.
O actual processo de selecção é socialmente discriminante; os
estudantes de famílias de maiores recursos têm maiores probabilidades de
sucesso – escolha dos melhores liceus, escolas mais generosas, explicadores.
Não creio que esteja provado que este seja um critério relevante para vir a ser
um bom médico.
Actualmente os jovens que entram nas Faculdades de Medicina
utilizaram processos semelhantes para o conseguir; não creio que a
homogeneidade seja um critério essencial a uma futura geração de médicos.
«Os portugueses e o
Serviço Nacional de Saúde»
Presidência da República – Problemas e Propostas para o Sistema de Saúde INCM 1999
A meu vez, os problemas fundamentais dos Serviços de Saúde em
Portugal decorrem de conflitos estruturais inerentes a:
A. Um Serviço Nacional de Saúde socialista burocratizado (social-burocrático)
B. Gerido por um governo liberal mas dirigista e
centralizador
C. Com Médicos “funcionários públicos” que cuidam de
D. Um
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) que temos, generoso na sua matriz,
é tão estimulante como a leitura do DR e tão flexível como o RDM. O diagnóstico
da situação está feito com a autoridade do ex-Director-Geral da Saúde (Um
sistema de cuidados organizado de forma conservadora, rígida, estática e
defensiva face a todas as mudanças) 3. Se o queremos salvar, há que
reformulá-lo.
Mas, quando toda a economia é capitalista e os valores
dominantes são os do mercado; quando a liberdade é encarada como a possibilidade
da escolha entre a Coca-Cola e a Pepsi, poderá esperar-se que um SNS, de matriz
socialista e utópica, funcione bem? Como
poderá sobreviver Cuba, bloqueada.
Etiquetas: capitalismo, consumo, saúde, SNS, socialismo
Há tempos desencadeou-se uma epidemia de preocupação com a "saúde mental" de toda a gente e em especial com a das futuras elites (os universitários) baseada em resultados de inquéritos "informais" sem o mínimo de rigor.
Parece estar em curso outra epidemia, agora de "saúde digestiva" com idêntico padrão.
Tanta atenção às saúdes fatiadas eclipsa a do senso que tanto precisa.
Surpreendido com a reincidência do PS nesta medida, fui analisar os dados. Comparando o consumo alimentar com as recomendações oficiais (Inquérito Alimentar Nacional 2015-2016) verifica-se que o consumo de “Carne, pescado e ovos” teria sido 3,4 vezes e o de “Lacticínios” 1,3 vezes o recomendado. O consumo de cereais e gorduras teria sido semelhante ao recomendado; só o de frutas e hortícolas teria sido muito inferior (2/3).Sendo assim, justifica-se este benefício fiscal igual “para todos” – carne e legumes, faneca e caviar, pobres e ricos? Tratar igual o que é desigual, como é a sociedade portuguesa, é profundamente iníquo: 6% de 100 é 6; de 10 é 1 (0,6). Há que rastrear as famílias que realmente necessitem para as apoiar; não basta subsidiar – a obesidade predomina nos menos instruídos. Além disso esta medida é perniciosa. Ao facilitar o consumo de carne e ovos num país onde se come carne demais, dois terços têm excesso de peso, há um milhão de diabéticos e onde as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte, esta medida – um subsídio à obesidade e respectivas co-morbilidades que prejudicarão a qualidade de vida e sobrecarregarão o SNS –, salvo erro, é um pernicioso absurdo.
https://www.publico.pt/2025/04/10/opiniao/opiniao/cartas-director-2129178
Etiquetas: alimento ia, política, saúde
Etiquetas: armas, consumo, defesa, ecologia, paz, saúde
- Quanto?
- Cerca de 10% do PIB europeu
- É obra...
- E diz que o consumo individual reflete o bem-estar das famílias. De tal modo que, quando o excessivo consumo se modera, diz-se que cai; se alguém espirra aconselham-no a ir à Urgência.
Etiquetas: bem-estar, economia. PIB, saúde
… foi graças às mutações verificadas após a Revolução de 25 de Abril de 1974 que pela Ordem de Serviço n.º 14/74 de 21 de Novembro, dimanada da Comissão Instaladora e assinada por H. Carmona da Mota, são criados nos HUC seis novos serviços.
Etiquetas: Hospital, HUC, saúde
Sejamos claros, com todos os defeitos e as inúmeras necessidades de melhoria mais do que diagnosticadas, o desempenho global do sistema é bom e compara-se muito positivamente com os demais países que dispõem de ofertas de saúde nacionais e estruturadas.
Joaquim Cunha Director executivo do Health Cluster Portugal
Etiquetas: saúde
Leio e pasmo:
A Direção Geral da Saúde quer ter registos do exercício físico feito pelos portugueses
Apenas 3% dos adultos têm registo da avaliação da atividade física no sistema informático do SNS. Crianças com menos de 15 anos também vão ser acompanhadas pelos centros de saúde.
https://www.jn.pt/1799603890/dgs-quer-que-medicos-prescrevam-mais-exercicio-fisico/
a) Os “médicos de família” – de que há tanta falta -não terão tarefas mais importantes para fazer do que prescrever actividade física e – sobretudo - registá-lo?
b) Será essa a maneira mais adequada de modificar comportamentos de quase todos os portugueses?
c) Será que, o que faz falta são “novos sistemas informáticos”?
d) Será que “para ajudar a resolver a epidemia do excesso de peso, faltam outros profissionais… como nutricionistas, psicólogos, agentes (?) de medicina social, saúde dentária”…? (vice-presidente da associação portuguesa de medicina geral e familiar https://www.rtp.pt/noticias/pais/dgs-quer-ter-registos-do-exercicio-fisico-feito-pelos-portugueses_a1563437
Será que estarei equivocado ao ver os médicos a substituir os “anjos da guarda”?
ALMA Anjo que sois minha guarda, olhai por minha fraqueza terreal!
Cercai-me sempre ò redor porque vou mui temerosa de contenda.
Tende sempre mão em mim, porque hei medo de empeçar, e de cair
ANJO Pera isso sam e a isso vim
Gil Vicente.
e) Tentar resolver um problema social com métodos específicos para problemas individuais é um erro
f) Por cada "consulta de saúde" ineficaz é mais um queixoso que tem de recorrer à Urgência hospitalar. Absurdo
Respigos
Diga lá que reformas estruturais
Nenhuma reforma explica por si só o progresso admirável que Portugal registou nas últimas décadas em domínios como a redução do abandono escolar e da mortalidade infantil, ou o aumento da produção científica e da inovação empresarial. Ricardo Pais Mamede
Etiquetas: Ciência, educação, saúde
Vai
mais longe, “quando juntamos tudo o que sabemos sobre alguém com cinquenta anos,
não é o seu nível de colesterol que é um predictor da qualidade do
envelhecimento. É o quanto está satisfeito com as suas relações. Os mais
satisfeitos aos cinquenta são os mais saudáveis aos
oitenta”.
Quando
pensamos em relações imediatamente nos levamos para as amorosas e familiares.
Obviamente, que são muito importantes, mas não determinantes. Todo o tipo de
relações.” José Gameiro
Etiquetas: café, felicidade, saúde, velhos
Incubadora do IPN entre as 10 melhores do mundo
A incubadora do Instituto Pedro Nunes (IPN-Incubadora), em Coimbra, conseguiu um lugar entre as 10 melhores incubadoras do mundo, na categoria “University Business Incubators”, e é a única portuguesa na lista.
O ranking, segundo divulgou ontem o IPN, é correspondente ao biénio 2021-2022 e foi conduzido pela UBI Global, uma entidade sueca de investigação e consultoria, «reconhecida por avaliar e reunir as melhores incubadoras a nível mundial».A porta do elevador abre-se e
parece que entramos numa nova dimensão. A guitarra e o barulho dos sapatos
marcam o ritmo de uma dupla, que tão depressa se atrapalha a entrar nas portas,
como enche de música os longos corredores do Hospital Pediátrico. A bata branca pode enganar, mas o nariz
vermelho mostra bem ao que vêm o Doutor Toni e o Doutor Boavida: querem levar
sorrisos às crianças internadas no Hospital Pediátrico de Coimbra. No fundo,
estes dois Doutores Palhaços, membros de uma operação muito especial chamada
Nariz Vermelho, usam a alegria que reconhecemos a qualquer palhaço, para
garantir às crianças internadas no Pediátrico de Coimbra o direito de
continuarem a ser crianças e de manterem «bem vivo esse lado saudável». E
fazem-no, há quase 19 anos, semanalmente, em vários serviços do hospital, o que
faz com que estes doutores especiais já sejam parte da família. https://www.diariocoimbra.pt/noticia/94478
Etiquetas: Alegria, Ciência, Pediatria, saúde
Portugal é um dos países do mundo com maior número de transplantes
O ministro da Saúde sublinhou os "excelentes
resultados obtidos"… "Transplantámos, no
ano passado, 814 órgãos. Somos um dos países que, per capita, mais transplanta no mundo..."
A maioria corresponde a transplantes de rim (476), mas, de acordo como o ministro da Saúde o país atingiu um número recorde de transplantes do pulmonares, com 76 transplantes realizados.
"Estamos ainda ligeiramente abaixo dos números de 2019, mas tenho a expectativa de que seja possível em 2023 completar o processo de recuperação".
* E de pessoas.
Etiquetas: medicina, saúde, transplantes
A mortalidade global portuguesa deste ano é elevada mas o mesmo acontece em toda a Europa onde Portugal está bem colocado; melhor do que muito países da Europa Central e Norte.
No recente relatório do Eurostat desde 2020 (13 December 2022) Portugal só uma vez é citado pelo “excesso” e em 2020 (e com um padrão inadequado de valor médio de anos anteriores num país cuja mortalidade tem vindo a aumentar desde há 15 anos).
Etiquetas: Europa, mortalidade, saúde
O colunista lamenta que o Governo tenha feito pouco pela “saúde mental”. E enumera dados em apoio dessa afirmação: anos vividos com alguma … perturbação clínica, perdas económicas, gastos do Estado, número de psiquiatras, mortes atribuíveis a estas enfermidades, camas de psiquiatria, onde, pelo contrário, Portugal compara bem com a média europeia - diferença de 0,44 - 0,3 - 1,2- 4 pontos percentuais; num caso a diferença é de 10 pontos … mas é metade do da Bélgica.
É estranho que o colunista que reconhece que “… com o estilo de sociedade em que vivemos, difícil mesmo é ter saúde mental, seja lá o que isso for” espere ser possível resolver deste modo este gravíssimo problema de uma sociedade a precisar de mudar de vida.
E, como “such thing as society” não se muda a si mesma, teremos que ser nós cidadãos a fazê-lo e não esperar que outros - o governo, o SNS ou mesmo os psiquiatras o façam; têm tarefas importantíssimas a desempenhar que ninguém mais as poderá fazer.
Etiquetas: política, saúde, sociedade
A incapacidade em andar ou subir
escadas (portanto, ao nível da mobilidade) é a mais prevalente no país e afecta
6,1% da população.
Investimento no setor imobiliário comercial soma 1.100 milhões no terceiro trimestre
Etiquetas: mercado, saúde, velhos
Pulseira Amarela: doentes urgentes |
Do rio que tudo arrasta se diz ser violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o constrangem. Brecht
Das Urgências hospitalares se diz serem insuficientes; mas ninguém diz não serem urgentes muitos dos motivos que lá levam.
... à “estrutura social, que deixou de ser como era, sem o suporte apaziguador dos avós e da forma como sabiam tratar estas infeções, e por isso acorrem ao local mais fácil e sempre aberto”.
“os pais gostam muito dos filhos e a sua dedicação é ao minuto e não toleram ver o filho menos bem”.
“Estamos a desenvolver a ideia de que tudo é para ver, no dia e na hora.
Etiquetas: doença., Pressa, saúde, urgência
Por cada 20 mil habitantes deve haver um médico e um enfermeiro de saúde pública
* Há 60 anos, havia três médicos (residentes) para 13373 residentes nas freguesias rurais de Madalena, Paialvo, Beselga, Assentiz e Paço, no centro do país. Clínicos Gerais.
São estes factos que nos orgulham do que conseguimos sem necessidade de menosprezar o que outros fizeram.
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