alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

31.1.05

 
Bagdad no tempo dos turcos, vista por um português

A cidade que hoje chamamos, os Europeus, Babilónia, e toda a mais gente Bagdad, está posta à borda do rio Tigre ... Os moradores serão dezasseis mil turcos, arábios, curdos e persas, além de trezentas famílias de judeus, das quais, segundo eles contam, quinze ficaram ali do cativeiro de Babilónia. De cristãos há em Bagdad muitíssimos jacobitas, nestorianos e arménios.
A cor dos moradores é branca, e eles bem assombrados e corteses, mas de pouco valor, e o Turco faz deles mui pouca confiança, não os ocupando jamais em ofícios nem postos de consideração, quer na paz quer na guerra. As mulheres são assi mesmo de boas feições como os homens. Vestem uns e outras rica e custosamente
Aos 21 de Abril saímos de Babilónia ... dizendo a todos que íamos a Damasco..., vem correndo a nós um janízaro, trazendo na mão um côvado roliço e bradando que parássemos. Não lhe queria eu obedecer, temendo que por despedidas quisesse patacas; porem, o xauter..., temendo de agravar o janízaro, esperou-o, e nós com ele. Chegou e pediu duas patacas por cada cabeça, sem outro direito mais que o do seu côvado; regateamos quanto pudemos no preço de nossas quatro cabeças, e por fim de contas e porfias veio a aceitar ... cinco patacas, e se foi.
São tais estas terras dos Turcos, que não há para quem apelar de uma sem-razão destas, sem risco de perder o próprio e as custas; se bem eu cuido que as nossas são nisto como as suas.
Pe Manuel Godinho. Relação do novo caminho que fez por terra e mar vindo da Índia para Portugal no Ano de 1663. INCM 1974


 

O Iraque já pode escolher quem o governe, como os americanos. Portugal também.
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Iraque, o século versus o régulo e os hospitais SA
1. A elevada taxa de votação no Iraque foi uma grata surpresa. Apesar da fatwa fundamentalista, votaram dois em cada três eleitores. Mesmo que parte se deva a uma imposição xiita, já é um avanço; duas fatwas que se contradizem corroem a teocracia.
É assim que se constrói a personalidade da criança.
2. É significativo que tantos tenham corrido tantos riscos para participar num sistema tão criticado em Portugal.
3. É evidente que é apenas um primeiro (mas decisivo) passo para o muito que falta caminhar. Espero que evitem repetir os erros que outros já experimentaram mas, tal como os humanos, as sociedades só aprenderão à sua custa.
No entanto, se optarem por uma gestão SA dos hospitais, não queiram fazer tudo ao mesmo tempo, sem adquirir experiência e com critérios oportunistas.

Aprendam connosco; não se limitem a substituir uma crença por outra.

 
tratarem as coisas de muita importância e em que se requer paz e concórdia, por mulheres ... (cont)

Porém esta mulher que cada um destes reis costuma mandar a coisas de qualidade que digo, dizem eles que há-de ter as partes que lhe a eles parece que se requerem para ela poder fazer bem feito o negócio que se lhe encomenda, dizem que não há-de ser solteira, porque por estar nesse estado perderá o ser de quem é se sair fora de casa, porque dizem que assim como por ser formosa contenta a todos, assim também por essa mesma causa poderá ser motivo mais de desinquietação nas coisas em que se requer concerto, que de as trazer ao fim da paz e concórdia que se pretende.

Fernão Mendes Pinto. Peregrinação 1614

 

APU: rua de sentido único.
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30.1.05

 

Em Viana, PP pede apoio aos que têm valores.
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O CDS exige que a sua estreita faixa do eleitorado volte à direita; ameaça os infractores com penas de morte.
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29.1.05

 
tratarem as coisas de muita importância e em que se requer paz e concórdia, por mulheres ...
...cheguei ao porto de Banta, que é onde comummente os portugueses fazem sua fazenda ... veio ter a ela, por mandado de El-Rei de Demá, imperador de toda a ilha de Jaoa, Angenia, Bale e Madura... uma mulher...dona viuva de quase 60 anos de idade, a qual vinha de sua parte dar recado ao Tagaril, Rei de Sunda...
E para que se saiba a razão porque este recado veio mais por mulher que por homem, se há-de saber que foi sempre costume antiquíssimo dos reis destes reinos desde o princípio deles, tratarem as coisas de muita importância e em que se requer paz e concórdia, por mulheres. E isto não somente nos recados particulares que os senhores mandam aos vassalos, como foi este agora, mas também nos negócios públicos e gerais que os reis tratam com os outros por suas embaixadas. E dão para isto por razão, que ao género feminino, pela brandura da sua natureza, dera Deus mais afabilidade e autoridade e outras partes para se lhe ter mais respeito que aos homens, porque são secos, e por esta razão menos agradáveis à parte onde se mandam.
Fernão Mendes Pinto. Peregrinação. 1614.

 
Moimenta

No edifício Chiado, em Coimbra, Mª João Franco expõe soberbos esboços de torsos femininos de cores fúnebres; a visão destes corpos distorcidos evoca cenas de há 60 anos, filtrada pelo nevoeiro, pela poeira, pelo fumo ou pelas lágrimas.
Ao lado, imagens poderosas de Gomorra castigada por ter pecado. Jeová, vingador, teve o cuidado mórbido de procurar um zeloso funcionário para documentar o castigo.
Duas vezes é representada a mais degradante das penas de morte. A uma esplêndida luz e com uma cor crepuscular, uma figura feminina foi crucificada para expiar a sua tentadora sedução; na sua agonia, é ainda erótica.
Este quadro faz parte de um tríptico em cujos volantes figuram Sade e Masoch, não expostos.
Telo de Morais coloca a exposição sob o signo de Eros e Tanatos.

Tanatos de Eros ou Eros de Tanatos?

 

PS: obrigatório virar à esquerda
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28.1.05

 
O Metr0, o blog e o dazi-bao
O Metr0 é um jornal distribuído gratuitamente no Metropolitano de Lisboa. O lema é "A informação não tem preço", tal como o Sol, o amor e a felicidade como recordam cartazes nas estações subterrâneas.
O Metr0 trás notícias e anúncios; o marketing a sustentar a informação cuja fiabilidade não curei de verificar.
A InterNet e os Blogues são da mesma natureza; existem gratuitos porque o mercado-mecenas os suporta. Utilizam as forças da "natureza" a nosso favor -- como se fez com o fogo, o vento, a líbido, os enzimas microbianos, a radioactividade e a corrente do rio para mover o rodízio da azenha e encher os alcatruzes.
Tal como nos dazi-bao, as informações e as opiniões são livres, sem interferência do parecer do feitor do Metr0. Tão isentas e livres quanto é possível nesta sociedade mediatizada que filtra a informação e escolhe os comentadores que atribuem as comendas.


 

Dazi bao
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CDS: parece não haver quem compre
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27.1.05

 

Medicamentos na retrosaria
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respigo

O Quinto Império - Ontem como Hoje-- e a farmácia

No mesmo dia em que se anunciou a lotaria Luso-milhões, já que Portugal é dos mais fiéis apostadores do Euro-milhões, foi estreado o último filme de Manoel de Oliveira ("O Quinto Império - Ontem como Hoje") sobre D. Sebastião e os desastres subsequentes.
À espera que a fortuna nos caia nos braços desde que a busquemos, de viola a tiracolo, com muita fé e pouco cuidado.

Cada português deixa um euro por dia, na farmácia (Infarmed); cada português que paga impostos contribuirá com mais três ou quatro.

Portugal estará doente ou dependente ? Precisa de medicamentos ou dum remédio?
Um remédio que não seja tentar tratar com medicamentos as doenças da sociedade opulenta -- ou seja, transferir a venda de medicamentos da Farmácia para o supermercado: o Becel Pro-Activ ("tudo o que você precisa para baixar o colesterol") ou o fármaco contra o colesterol ("Cuidado com ele") no self-service da Johnson & Johnson.








 

PSD: Presságio?
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26.1.05

 

Paula Rego. Embotados pelas imagens diárias de tragédias humanas na TV, talvez os animais nos comovam; em especial os coelhinhos, de preferência brancos
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Paula Rego em Serralves

“... normalidade de uma cul­tura na qual o choque se tornou no principal estímulo ao con­sumo e uma fonte de valor. «A beleza deve ser convulsiva, ou não o é», proclamava André Breton. Chamava a tal ideal es­tético «surrealismo», mas, numa cultura radicalmente refor­mulada pela dominação dos valores mercantis, pedir às imagens para serem dissonantes, clamorosas, para entrarem pelos olhos dentro assemelha-se mais a realismo elementar, assim como a um bom sentido do negócio.”
Susan Sontag. Olhando o sofrimento dos outros. Gótica 2003.



O museu de Serralves é excelente, muito bem iluminado e com muita gente; gente demais para uma visita guiada. Aliás, uma excelente guia à exposição de Paula Rego.
Enquanto esperavam, alguns falavam de uma recente viagem a Pompeia, ainda impressionados com os moldes que reflectem as últimas formas da agonia, prevendo, sem o saber, o que se seguiria.
A guia oferecia uma interpretação das cenas dos quadros, deixando que cada um de nós apreciasse as obras à sua maneira. Profissionalmente chamava a atenção para algum detalhe simbólico; é curioso que, assim isoladas, pareciam ridículas, a negação do "kitsch" segundo Kundera *.
Alguns distraiam-se, procurando interpretações freudianas. Em vez de apreciar os quadros, dedicavam-se a interpretar as motivações subjacentes; em vez de tentar fruir as obras, psicanalisavam a autora de forma canhestra, que a isso se prestava, enfrentando-nos dos seus vários divãs estupefacientes.
Qual o interesse de recordar os exilados ricos em Cascais, durante a guerra?
Qual o interesse na pedofilia do rei deposto que se esconde por detrás da brancura de neve da negra doceira baiana?
Porque razão seria escocês o padre Amaro?
Que sentiria o modelo ao ver-se tão fotograficamente retratado nesse personagem? Qual a oportunidade do padre Amaro em plena época de liberdade sexual ?
Qual a razão de elevar o voyeurismo ao estatuto de arte?
Qual a distância entre arte e panfleto?
Como interpretar a alusão ao Império colonial numa perspectiva de Portugal dos Pequeninos para adultos?
Como interpretar o quadro encomendado para ridicularizar a guerra colonial onde o militar é risível e as pretas são brancas e de soutien?
Os comentários continuavam pelo que não pude apreciar a exposição; um pesadelo que só terminou com o fim da exposição, que já terminou.
Tive pena; tanta gente viu que a TV diz ter apreciado. Tenho que esperar pelo próximo, sobre o maremoto do Índico, dizem.
* O "kitsch" santanista. http://portugaldospequeninos.blogspot.com/


 

respigos

"Quando um meio de comunicação social empola os resultados de um inquérito a comportamentos ou percepções sociais sem lhe contrapor os dados científicos que contrariam essa percepção, está, na realidade, a contribuir para a cristalização do preconceito que o inquérito manifesta" ... "...convicções que avançam persistentemente através da sociedade, acabando por se instalar no domínio público como verdades "naturais" sem que a contraprova dos factos as demova".
Inês Pedrosa Única/Expresso 22-1-2005

Como são os meios de comunicação social que criam ou potenciam essas convicções, não admira a apetência dos núcleos de poder pela direcção desses meios que criam e cristalizam essas verdades "naturais". Um ciclo vicioso cristalino.

p.p. Inês lamenta: "Os portugueses acham muito e investigam pouco".
Não tem sido assim desde, pelo menos, o achamento do Brasil?

 

BE: O risco de apontar em muitas direcções.
Os painéis rasteiros arriscam-se a graffitis de baixo nível.

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25.1.05

 

PCP: o perigo do zig-zag.
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24.1.05

 

HP: uma colmeia fábrica de saúde.
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respigos

O custo de vida e a primeira pessoa do plural

1. Uma mulher chorava no hospital. Um primeiro filho morrera nos primeiros meses: morte súbita, inesperada. Nasceu outro irmão que foi criado com todos os cuidados -- consultas, exames, sensores -- dada a compreensível angústia. Tudo correu bem até esta noite: deitou-se bem e de madrugada estava moribundo. Quando o INEM chegou tinha morrido ao colo dos pais. De três filhos, resta um.
Havia alguma semanas que outra criança não andava bem: emagrecia apesar de comer bem; bebia muita água e urinava muito. Diabetes. Terá que "fazer" insulina toda a vida.
Na cama ao lado, um bebé ressona; sofre de uma doença crónica com lenta evolução irreversível. Toda a (curta) vida. A doença é hereditária; imagina-se a dupla dor dos pais.
Noutra sala, uma criança grande com grave paralisia cerebral. Engasga-se facilmente; no Inverno, as pneumonias sucedem-se. Toda a vida.

A maioria dos que aparecem na TV a queixar-se do custo de vida, nem se dá conta do que seja a dor.


2. Inquérito de rua em Bragança no telejornal de domingo, a propósito a vaga de frio.

--Estamos habituados, agasalhamo-nos mais e acendemos a lareira.
--Não nos preocupa o frio, há coisas piores
--Quanto ao gelo nas estradas, andaremos com cuidado e deitaremos sal.

Magnífica atitude, magnífica primeira pessoa do plural, magnífica dicção que não come as sílabas. Felizmente que, por vezes, a TV sai dos grandes centros da lamúria e da pedinchice.

 

PPD: a sinceridade releva o erro de ortografia
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Uma magnífica exposição
Duas exposições simultâneas de duas pintoras portuguesas que, apesar de terem saído cedo do país, mantiveram uma profunda relação com as raízes:- Paula Rego em Serralves e Mª Helena Vieira da Silva (Em busca do essencial) no seu museu de Lisboa até 30 de Janeiro.
MHVS levou consigo a imagem reticular das calçadas, dos azulejos, dos vitrais e da redes do seu país onde projecta o que vê. Tal como o obcecado jogador de xadrez que em tudo vê tabuleiros, também as paredes e o tecto são cobertos de azulejos; o jogador de cartas, zanga-se a atira-as ao ar e é todo o espaço que fica baralhado.
Chegada a Paris, deslumbra-se com as longas linhas rectas dos carris, dos fios eléctricos, das ruas, dos edifícios semi transparentes de vidro e aço e dos andaimes (de bambu...) e do colorido dos anúncios luminosos. A calçada e o ladrilho permanecem, a sua geometria cada vez mais deformada; a calçada refractada pela toalha de água da chuva, a rede agitada pela brisa.
As lombadas dos livros e as estantes, também rectangulares, são evocadas tanto pelo que encerram como pelo que mostram, como a memória; em muitas zonas da biblioteca os livros são transparentes, permitindo enquadrar o que se vê lá fora.
Sob a ameaça nazi, sai de Paris. Nas suas obras as batalhas não são as de 39 mas as medievais (Paolo Ucello) e as das gravuras do Apocalipse. Não tendo sofrido directamente a tragédia, privilegiou a memória pictórica ao documentário.
Com o tempo, os temas mudam – surge o Império Celeste, o infinito turbulento, a paz... ; simultaneamente desvanece-se a cor e acentuam-se os brancos mas, no fundo, persiste a geometria original que se volatiliza sob os nossos olhos, mas que ainda lá está quando lá voltamos.
“Onde Sancho vê moinhos
D. Gedeão vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.”

Em MHVS vejo moinhos e gigantes, todos fantásticos, todos geniais, tocantes, tranquilos, um dos seus quadros a olhar-nos com tantos olhos quantos os que o olham. Olhos que também podem ser peixes, cardumes volteando em lentos círculos vertiginosos; ou gomos de flores ou losangos caleidoscópicos. Belíssimo. A não perder; a não deixar de rever.

Como médico, vejo imagens histológicas na evolução dos temas e das técnicas – a estrutura dos tecidos, o citoplasma celular corado de azul e vermelho e as fibras intersticiais que só alguns corantes revelam. A ordem original por vezes obrigada a adaptar-se às torções acidentais.
O tempo revela a citólise: algumas zonas dos quadros começam a desmaiar. Por fim, quase tudo se desvanece ficando apenas a tessitura mais resistente do esqueleto descarnado – o império da cal, a paz final da química, branca.

 

Helena Vieira da Silva obcecada
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23.1.05

 
Lusofonia; o legado colonial
A Rua Larga (http://www.uc.pt/rualarga/) analisa o futuro do ex império colonial português--mundo lusófono.
O valor da mortalidade infantil é um índice fiel do desenvolvimento duma comunidade. A de Cabo Verde é a melhor de África; a de Goa, a melhor da Índia; a de Macau, das melhores do Extremo Oriente (HK, Singapura, Japão, Malásia). A portuguesa é semelhante à europeia.

 

CDS: aviso de passagem estreita. "É mais fácil um camelo passar por aqui que ..."
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22.1.05

 

O barão no solar, as abelhas no cortiço como habitualmente ou O vexame das abelhas
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O barão no solar, as abelhas no cortiço * como habitualmente**
ou O vexame das abelhas

O barão herdou uma quinta de parentes afastados que mal conhecia e que, por sorte dele, não tinham descendentes. Um dia dignou-se visitá-la, acompanhado pela corte; guiado pelos feitores foi ver o velho cortiço.
As abelhas fabricavam mel de qualidade; a cera, que também havia, era utilizada nos favos. Já de lá tinham saído alguns enxames para colonizar outras quintas; apesar disso, a falta de espaço era tanta que, por vezes, a tampa saltava.
O barão vinha anunciar uma colmeia nova para substituir o cortiço.
Fê-lo no solar da quinta; diz-se que o feitor ainda terá sugerido que o anúncio se fizesse no colmeal, mas não foi atendido:- as abelhas zuniam muito e ainda se corria o risco de alguma ferroada.
Melhor era deixá-las em paz, a fazer o que elas sabiam fazer; eles se encarregariam do vexa... do enxame.


* Voltaire. Cândido ou o Optimista
** AO Salazar

 

PPD@PSD: "Choque de gestão", um programa para uma lua de Saturno?
Quantos anos para lá chegar? Probabilidade deste artilheiro acertar?
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O Hospital Pediátrico no mundo umbilical do Portugal dos Crescidos
A cerimónia de adjudicação da construção do novo edifício do Hospital Pediátrico de Coimbra decorreu na Câmara Municipal; na mesa estavam três ministros e o presidente da Câmara.
O novo HP será (já é) para as crianças o que os HUC e o H. dos Covões são para os adultos; se se tratasse da adjudicação de um novo edifício de qualquer destes hospitais, seria verosímil que nenhum dos seus representantes fosse convidado para a mesa?

As crianças continuam a ser tidas como súbditos; a sua condição de menoridade é extrapolada para os serviços que delas cuidam.
Os actuais ministros são velhos demais para pais e novos demais para avós -- sentem mais facilmente a utilidade dos serviços de um hospital de adultos que de um de crianças.
Regem-se por critérios umbilicais.

21.1.05

 

O dia da promessa da construção do novo Hospital Pediátrico de Coimbra
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PS verde aguado. Voltar a acreditar em tão desmaiada esperança?
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19.1.05

 

A mesa de honra da cerimónia da adjudicação do novo Hospital Pediátrico de Coimbra. Não se vê o Nicolau da Fonseca nem o Torrado da Silva; também não se consegue ver a Piedade.

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PPD/PSD: o risco de utilizar os mesmos meios
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18.1.05

 

Martunis, uma criança indonésia, sobreviveu 19 dias ao maremoto com a camisola da selecção portuguesa de futebol. Expresso.
Bola é uma das muitas palavras portuguesas da língua bahasa ... nome deste jornal desportivo indonésio (2002) de aspecto tão familiar.
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respigos

1. Um ministro deste governo demitido anunciou mais duas pontes sobre o Tejo, para aproximar Lisboa da outra margem.
* Não seria mais prático fazer desaguar o Tejo em Setúbal?

2. Outro político mostrou-se preocupado porque menos de metade dos portugueses não “fazerem desporto” no mesmo dia que se anunciou que mais de metade dos portugueses têm “colesterol alto”, no âmbito duma campanha "Colesterol, cuidado com ele".

* A melhor forma de fazer frente às doenças crónicas é consumir pouca gordura e açúcar, comer pelo menos 400 gramas de fruta e legumes por dia e praticar uma hora diária de exercício físico. OMS – FAO 2003
O político parece ignorar que é possível “praticar uma hora diária de exercício físico” sem “fazer desporto” nem “ir ao ginásio”.
Quanto ao colesterol, que tanto preocupa os promotores da campanha, convém recordar o que terá dito um director da Pfizer, justamente a empresa que patrocina a campanha "Colesterol, cuidado com ele":
«É maravilhoso pensar que teremos comprimidos que permitirão encher a barriga de gelado às três da manhã sem risco de ficarmos com um peso na consciência».
R. Lourenço. Única (Expresso) 22-2-2003

 

O risco de não olhar a onde se colam os cartazes
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17.1.05

 

Que faz aqui Sancho Pança?
Óbvio. Macau é a ilha que D. Quixote lhe prometeu há quatro séculos:
criada por loucos geniais e mantida com astúcia por prosaicos Sanchos.
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PSD: o destino das promessas eleitorais
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Macau: a Travessa da Fortuna
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Macau: Uma nau portuguesa.
Tanto tempo acostada à China, tornou-se cais.
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16.1.05

 

BENVINDO SR PRESIDENTE DA REPÚBLICA A MACAU
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Macau
Ao outro dia pela manhã nos partimos desta ilha de Sanchão, e ao sol posto chegámos a outra ilha que está mais adiante seis léguas para o norte chamada Lampacau, onde naquele tempo os portugueses faziam sua veniaga com os chins. E aí se fez sempre até o ano de 1557, em que os mandarins de Cantão a requerimento dos mercadores da terra nos deram este porto de Macau onde agora se faz, no qual sendo antes ilha deserta, fizeram os nossos uma nobre povoação de casas de três, quatro mil cruzados, e com igreja matriz em que há vigário e beneficiados e tem capitão e ouvidor e oficiais de justiça. E tão confiados e seguros estão nela com cuidarem que é nossa, como se ela estivera situada na mais segura parte de Portugal.
E quando os escrivães passavam precatória para Malaca, ou os tabeliães faziam algumas escrituras diziam: “Nesta muito nobre e sempre leal cidade de Liampó por El-Rei Nosso Senhor”.


Fernão Mendes Pinto. Peregrinação (1614).
Edição Expresso 2004, de acordo com a edição Sá da Costa 1961.


 

CDS: a embalar o lixo ?
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15.1.05

 
Pequim
... porque tenho daqui para diante contar o que vimos ... na ... cidade de Pequim, dos quais confesso que estou já agora receando vir a contar ainda esse pouco que deles vimos, não porque isto possa parecer estranho a quem viu as outras grandezas deste reino da China, senão porque temo que os que quiserem medir o muito que há pelas terras que eles não viram, com o pouco que vêem nas terras em que se criaram, queiram pôr dúvida, ou porventura negar de todo o crédito àquelas coisas que se não conformam com o seu entendimento e com a sua pouca experiência.

Porque se não há-de imaginar que é ela uma Roma, uma Constantinopla, uma Veneza, um Paris, um Londres, uma Sevilha, uma Lisboa, nem nenhuma de quantas cidades insignes há na Europa por mais famosas e populosas que sejam. Nem, fora da Europa, se há-de imaginar que é como o Cairo no Egipto, Tauris na Pérsia, Amadabad em Cambaia, Bisnagá em Narsinga, o Gouro em Bengala, o Avá no Chaléu, Timplão no Calaminhã, Martavão e Bagou em Pegu, ou Guimpel e Tinlau no Siammon, Odiá no Sornau, Passarvão e Demá na ilha da Jaoa, Pangor no Léquio, Uzangué no grão Cauchim, Lançame na Tartária e Miocó em Japão, as quais cidades todas são metrópoles de grandes reinos.
Porque ousarei afirmar que todas estas se não podem comparar com a mais pequena coisa desta grande Pequim, quanto mais com toda a grandeza e sumptuosidade que tem em todas as suas coisas, como são soberbos edifícios, infinita riqueza, sobejíssima fartura e abastança de todas as coisas necessárias, gente, trato e embarcações sem conto, justiça, governo, corte pacífica, estado de tutões, chaéns, anchacis, aitaus, puchancis e bracalões, porque todos estes governam reinos e províncias muito grandes, e com ordenados grossíssimos, os quais residem continuamente nesta cidade, ou outros em seu nome quando, por casos que sucedem, se mandam pelo reino a negócios de importância.

Fernão Mendes Pinto. Peregrinação (1614). Escrito entre 1568 e 1578.
Edição Expresso 2004, de acordo com a edição Sá da Costa 1961.





 

os regeneradores desistiram
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14.1.05

 
O Pantaleão
Faria hoje cem anos um dos mais queridos estudantes de Coimbra do seu tempo, onde viveu na Real República Ribatejana. Foi um estudante boémio que conseguiu conciliar o trabalho com a paródia e a graça com a elegância; estava tão à vontade em casa do lavrador como nos salões nobres.
Foi “padrinho” de “O Ponney” um jornal satírico da academia: “S. Ex. o Magnífico Reitor ... foi a Lisboa; ficou instalado no João do Grão...”
Recordo um das inúmeras partidas que congeminou: durante a Queima, ele e o seu amigo Castelão d’Almeida, ambos quintanistas vestidos a imitar lentes, pediram licença para jantar “de Borla e Capelo” no restaurante do Astória. O maitre, surpreendido, aquiesceu sorridente e indicou-lhes a mesa.
No fim, discursaram elogiando-se mutuamente, despediram-se de toda a gente e preparavam-se para sair quando o maitre, contrafeito, fez tenção de lhes entregar a conta.
Em voz alta, manifestaram surpresa, dado que lhes tinha sido concedido jantar “de borla” como qualquer dos ilustres hóspedes poderia testemunhar...
A graça foi compensada; logo houve quem se prontificasse a pagar a conta ...
Foi nesse ano que começou a “Venda da Pasta” em favor do Asylo da Infância Desvalida do Doutor Elísio de Moura, seu professor. Quando me encontrava, queria saber se o Pantaleão “continuava lúcido” ...
Foi um clínico geral notável em Porto da Lage, sua aldeia natal, tendo continuado a conciliar uma dedicação e uma competência exemplares com um espírito brilhante, em especial quando deixou de fumar.
Um dia, parou o carro em local proibido, à frente dum café. A um polícia, que o conhecia e lho fez notar, explicou ir tratar um doente. Tomado o café, ia a entrar no carro quando o polícia lhe perguntou, melindrado:
--Com que então, ia tratar um doente...?
--Era verdade, o doente era eu que precisava dum café....

Morreu há 24 anos, era meu pai e foi meu mestre.

* O Miguel atribui-lhe o grau de "doutor humoris causa"; Elísio de Moura ficaria encantado.


 
“E com esta sede e desejo de interesse, em só quinze dias se fizeram prestes nove juncos que então no porto estavam. E todos tão mal negociados e tão mal apercebidos que alguns deles não levavam pilotos mais que só os donos deles, que nenhuma coisa sabiam daquela arte. E assim se partiram todos juntos, um domingo pela manhã, contra vento, contra monção, contra maré e contra razão, e sem nenhuma lembrança dos perigos do mar, mas tão contumazes e tão cegos nisto que nenhum inconveniente se lhes punha diante. E num destes ia eu também.”

Fernão Mendes Pinto. Peregrinação (1614). Escrito entre 1568 e 1578.
Edição Expresso 2004, de acordo com a edição Sá da Costa 1961.


 

...contra vento, contra monção, contra maré e contra razão...
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respigos

"choque tecnológico" do e.PS
Um milhão de e.mails de propaganda enviados pelo PS ! Começou o "choque tecnológico" de Sócrates; felizmente tenho filtro SPAM.
Para quando o "choque" racional, científico, eficiente e que seja sensato, exequível, claro e apresentado com franqueza para que seja credível ?

O saber da propaganda e o sabor do oportunismo
Uma empresa rival pôs à venda maços de tabaco idênticos ao Ventil a ponto “de um comprador mais desatento pode facilmente deixar-se enganar e levar o maço errado ... Mas há um aspecto em que os cigarros em questão são definitivamente diferentes: não sabem ao mesmo”. Público 14-1-2005
Entre o sabor do veneno e o do oportunismo venha o diabo e escolha.


 

PS: é arriscado fazer propaganda no separador central
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13.1.05

 
Banda Aceh. Pacé. Pácem. Achém
...entre "os mares mediterrâneo e oceano" ... o estreito de Malaca e o Índico.

Pacé, que he o principal porto da Ilha de Samatra.

Este porto de Malaca he muito bom, não ha nelle tormentas, e nunca se nelle perdeo náo.
... e desta maneira se foi Malaca fa­zendo tamanha cousa, que onde Malaca era aldea de Pacé, ficou Pacé aldea de Ma­laca, porque os mais dos Mouros de Pacé se vieram viver a ella.
Comentários de Afonso Dalboquerque. Conforme a 2ª edição de 1576 INCM 1973



Pedido do Rei dos Batas, que habita na ilha de Samatra da parte do oceano...
“E te peço mais ... me socorras com pelouros e pólvora...para, com a ajuda e favor deste primeiro presente de tua amizade, castigar os perjuros achéns, inimigos cruéis dessa tua antiga Malaca”.

... a causa da desavença deste tirano achém com o rei dos Batas ... foi: este inimigo cometera a este rei bata, que era gentio, que tomasse a lei de Mafamede. E porque o bata lhe não concedera, veio com ele a rompimento de guerra...

“...calmaria que muitas vezes são a causa de alguns navios irem ter a Pácem, donde Deus te guarde. Porque te afirmo que se por mofina lá fosses ter, que vivo te comessem os achéns aos bocados, e o próprio rei mais que todos, porque a honra que agora mais se preza, e que traz por timbre de todos os seus títulos, é bebedor do turvo sangue estrangeiro dos malditos cafres, sem lei, do cabo do mundo, usurpadores, por sumo grau de tirania, de reinos alheios nas terras da Índia e ilhas do mar, de que os seus todos fazem grande caso”.

...Rei de Aaru que é nesta ilha de Samatra. E o negócio a que vinha era pedir socorro de gente e algumas munições de pelouros e pólvora, para se defender de uma grossa frota que o Rei do Achém mandava sobre ele para lhe tomar o reino, a fim de ficar mais nosso vizinho, e daí continuar com suas armadas sobre Malaca...

Eu, sultão Alaradim, Rei do Achém, de Barrós, de Pédir, de Pacém, e dos senhorios de Daiá e Batas, príncipe de toda a terra de ambos os mares mediterrâneo e oceano, e das minas de Menencabo, e do novo reino de Aaru.

Porque entendo que, por via de razão, de duas há de ser uma: ou destruir-se este achém, ou por seu respeito virmos nós a perder toda a banda do sul, como é Malaca, Banda, Maluco, Sunda, Bornéu e Timor, fora no norte a China, Japão, Léquios e outras muitas terras e portos em que a nação portuguesa, por seus tratos e comércios, tem o mais importante e o mais certo remédio de vida...
Fernão Mendes Pinto. Peregrinação (1614). Escrita entre 1568 e 1578.


 

APU: a solução com sentido proibido ?
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12.1.05

 
ao serão: medicamentos no rali

No rali Barcelona-Dacar, um camião anuncia TRIFENE 200® (o nome comercial dum medicamento de venda livre) em letras gordas. Um medicamento deve ser reservado para os que mais necessitam; aqui, é promovido no rali mais duro do mundo, onde só resistem os que melhor se adaptam aos meandros dessa competição *.
É curioso que o medicamento em questão seja um anti-inflamatório, a antítese desta postura.

Um vício semelhante se verifica no sistema de admissão a Medicina onde terão maiores probabilidades o/as jovens que mais precocemente tiverem adoptado os valores sociais dominantes--o primado do sucesso individual num quadro de competição desapiedada.
Mal do fármaco, mal o médico (e mal de nós) se adoptarem este paradigma.

* Que graça teria a corrida se todos os condutores do rali combinassem chegar a par, para não se cansarem ? Foi o que tentaram:"A Autoridade da Concorrência sancionou cinco multinacionais farmacêuticas (Abbott, Bayer, Johnson & Johnson, Menarini e a Roche) pela prática de cartel. Num concurso público ... as únicas empresas que vendem dado produto apresentaram preços iguais, de 20 € cada. Nos concursos anteriores, as propostas foram diferentes e muito inferiores, entre 11 e 15 €".

 

PPD-PSD: premonitório. O circo onde o acrobata deixa cair o par ?
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11.1.05

 

CDS: desastre -- consequência de dar sempre prioridade à direita?
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cartazes falhados

Desde há muito venho registando cenas curiosas de cartazes de propaganda dos partidos. Alguma razão haverá para que os militantes, tão entusiasmados com as tarefas, não dêem conta do inesperado resultado.
Acto falhado ?
Declaro não ser isento, pelo que começo a publicá-las na véspera da campanha.


 
ao serão: Vixnu e o apagão

De repente deu-se o apagão. À luz da lareira o mundo ficou diferente; o aparelho de televisão mostrou que não era só ecrã. O relógio tornou a ouvir-se.
Esperou-se confiadamente que alguém reparasse a avaria; não se punha em causa essa possibilidade. Esperava-se que a nossa fase fosse das primeiras; conheces alguém da EDP?
O mesmo acontecia outrora ao pôr do Sol ou no final do Inverno; esperava-se que Alguém recomeçasse o ciclo. Ainda hoje, na Polinésia, há danças rituais durante os eclipses. Teme-se que se se não cumprirem as cerimónias propiciatórias...
Algo semelhante explicará a crença portuguesa na omnipotência do Estado de que dependem metade dos portugueses e de que esperam outros tantos.


10.1.05

 

respigos

* O rendimento de 52% da população adulta do nosso país (funcionários, pensionistas, desempregados, pessoas que recebem o rendimento mínimo, etc.) depende directamente do Estado, calculou Medina Carreira. Sarsfield Cabral. DN 10-1-2005

* “Li o folheto explicativo do Orçamento: cada português paga, em média, 3000 € de imposto anual. E ... em média cada português recebe 3500 € de benefícios directos desses impostos, deixando implícito que somos todos responsáveis pelo défice, na proporção média de 500 € por cidadão.
... os benefícios "médios" obtidos com os ditos impostos ...são: em saúde (700 €/ano), acção social (1100 €), infra-estruturas e transportes (370 €), e ... 4200 € por estudante "beneficiário" do ensino básico e secundário”. GRAÇA FRANCO. Público 10-1-2005. Será verdade ?


 

os painéis do novo hospital pediátrico 2

O outro painel é melhor -- um simples H composto com peças de LEGO -- embora com o defeito da asséptica cor (azul e branca) que evoca o sinal de trânsito. Não gosto muito dum brinquedo de peças todas iguais, que só se aceitam quando encaixam umas nas outras; mas, pelo menos, permite que se ensaiem modelos novos. Ao H só falta a última peça. Quando ainda não começou a construção a imagem pode parecer demagógica salvo se significar que o "novo" HP já existe há muito e só falta o edifício.

Haveria muitas alternativas para o painel; preferiria que se tentasse mostrar o hospital projectado pelas crianças que o conhecem. E há tantos desenhos feitos por crianças hospitalizadas. Desenhos estupendos, onde o hospital é traçado sem régua nem esquadro mas muito mais colorido e muito mais humano. Era só falar connosco do que a tutela displicente se esquece.

Para a decoração dos outros hospitais de crianças, têm-se convidado (ou aceitado o concurso de) especialistas nessa área. As crianças doentes vêm os artistas a pintar os seus hospitais; não seria muito mais interessante que esses artistas (cuja generosidade é louvável) estimulassem as crianças a pintar as paredes (e os tectos e as janelas...) do hospital que, deste modo, ficaria muito mais delas?

É esta a proposta da Carolina que eu espero seja adoptada no novo Hospital Pediátrico de Coimbra.


 

O hospital visto pela criança: uma casa, uma cama e a família; o resto está implícito -- "está-se aqui muito bem mas eu quero ir para casa...".
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9.1.05

 

painel dum HP giroflé
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os painéis do novo hospital pediátrico

O Ministério da Saúde encheu Coimbra de painéis anunciando o novo Hospital Pediátrico (HP). Finalmente ! Folgo com o facto e louvo todos quantos lutaram durante tanto tempo por este objectivo.
Folgo com a notícia mas detesto os painéis que a anunciam e preocupa-me o que simbolizam: um poder burocrático, insensível tanto a quem o HP se destina como a quem lhe irá dar vida. O azul celeste, cor fria, é mais adequada à imaculada conceição que a um HP, o que explica o branco do vestido da mãe, grávida. Mas um HP não é uma maternidade.
A imagem da criança é do mais "politicamente correcto" possível - loirinha, bonitinha, com um aspecto saudabilíssimo. Não são estas crianças que necessitam dum hospital; mal do futuro HP se só der alta quando os convalescentes tiverem este aspecto -- mal das crianças, das famílias e do orçamento do SNS. A jovem que figura de mãe está constrangida com o papel que aceitou representar; não manifesta a natural preocupação perante a doença da filha nem a alegria da alta.
O painel diz que Coimbra é a cidade mãe do HP; qualquer que venha a ser o pai, espero que Coimbra encare o novo HP de outra maneira.
Um hospital é um serviço para crianças doentes; em especial as muito doentes. É um local onde se prestam cuidados adequados às crianças doentes, o que inclui o carinho. Não é um infantário azulinho onde as mãezinhas levam os meninos quando estão doentinhos, para cantar o giroflé, coitadinhos.

 
abaixo o fascismo

Naquele tempo não havia empresas de sondagens mas as previsões eleitorais nunca erravam.
O poder mandava caiar os graffitis contestatários; nós também julgávamos que bastava que o regime caísse para que fôssemos livres, solidários e felizes.

Por baixo da cal continua, intacto, o apelo


 

Coimbra, Ladeira do Seminário, anos 60
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a última campanha
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8.1.05

 
romaria laica

Vem aí nova campanha eleitoral; virão painéis partidários como estes, intercalados com cartazes do kartódromo de Poiares e da Teixeira Duarte. Falta o do BE por ter chegado tarde ou por não lhe agradar a companhia.
Não poderiam ter escolhido melhor local que o adro do mosteiro; a ideologia laica substituiu a religiosa mas manteve a liturgia como já o tinha feito a sábia Igreja.

Esta é a romaria a S. Frx do Parlamento. Várias confrarias com seus estandartes rezarão nas capelas do escadório. Todas as noites, no altar mor da TV, pregadores escolhidos farão a prédica, explicando o credo aos fiéis, anunciando penas do inferno aos hereges e o fim do défice em quatro anos. Os coros preencherão os intervalos e arrebatarão os romeiros que, inebriados, farão promessas e cumprirão a penitência de contribuir para as despesas do culto.
No fim haverá música, fogo de artifício e subirão coloridos balões de ar quente que, com o tempo, arrefecerão e cairão murchos.


 
não há razões para deixar de fumar

Dois laboratórios internacionais acreditados não encontraram vestígios de dieldrina, um pesticida proibido, nos cigarros SG. Perante essas conclusões, o ministro da Saúde afirmou "não haver razões para temer pela saúde pública": "Essa era a nossa preocupação, que estivessem a circular produtos com substâncias que constituíssem perigo para a saúde pública." Público 8-1-2005.

Que alívio! Não há substâncias proibidas no tabaco. Podemos continuar a fumar em paz a nicotina e as “40 substâncias potencialmente cancerígenas do tabaco” (DGS). Matam (Hecht. Nat Rev Cancer 2003) mas não constituem “perigo para a saúde pública”.

7.1.05

 

as primárias
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respigos

A ignorância ... "lápara", anda sempre acompanhada, ... com a petulância e ... com a arrogância, sem que nenhuma delas faça a menor ideia de que é com o esforço e o saber ... de alguém que existe a humilde couve, a base do seu sustento. Isolino de Almeida Braga. Público 7-1-2004

«Sodis» - desinfecção solar da água: … encher com água contaminada dois terços de uma garrafa de plástico transparente, agitá-la 20 segundos e deitá-la ao sol durante seis horas.
Os microrganismos patogénicos são destruídos pelos RUV e pelo calor; a eficácia aumenta se a parte inferior das garrafas for pintada de negro.
Instituto Helvético para a Depuração das Águas. DN 7-1-2005

Um modelo de descoberta que me encanta: simples, óbvia, prática, usando energia local, disponível onde é necessária e restituindo ao plástico a dignidade perdida na lixeira.
Foi uma descoberta suíça; se tivesse sido em Porto da Lage, a receita seria diferente—“chocalhá-las um bocado” em vez de “agitá-la 20 segundos” e “deixá-las um dia ao sol” em vez de “deitá-la ao sol durante seis horas”; as garrafas seriam expostas ao vento para que, embalando-as, agitasse a água.



 

Samatra ou Sumatra? Parecer dos que primeiro ali chegaram.
Comentários de Afonso de Albuquerque. 5ª edição (1774) conforme a 2ª edição de 1576. INCM Lisboa 1973
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A causa e a culpa. As estações da desculpa 2

2ª Estação. O Inverno
As varandas quase se encostavam nas ruelas estreitas. Tal como as varandas, as escadas e os sobrados eram de madeira velha e seca como os caibros do telhado.
No Inverno, o fogo não se apagava na lareira para temperar o frio. Por vezes os troncos ardiam para fora da laje; era preciso estar atento o que nem sempre acontecia - as crianças brincavam, os velhos dormitavam.
Era rara a semana em que não havia incêndios; felizmente a chuva extinguia-os.

Num Inverno seco o incêndio alastrou sem freio.

A causa nunca poderia ter sido a minha imprevidência; se os meus vizinhos se comportavam como eu a causa nunca poderia ser atribuída à nossa negligência.
Recusando encontrar a causa no seu comportamento, iriam atribuí-la a quem se comportava de modo diferente. As bruxas e os "cristãos-novos" eram os outros, ali mesmo à mão. Foram acusados de serem os incendiários; os autos-de-fé eram a coerente consequência.
Os cristãos-velhos redimiam-se assim do desleixo e da imprevidência colectivas. Era o alívio fácil e a penitência por procuração.
Agora os outros têm nomes diferentes:- comunistas, fascistas, judeus, muçulmanos, pretos, ciganos, cubanos, sérvios, kosovares, emigrantes de leste (que fazem isto e aquilo) e também o governo, a Câmara, a polícia, os bombeiros, os médicos, os tribunais, a protecção civil (que não fazem nada ou não o deviam ter feito).

Só eu estou isento.

6.1.05

 

...rogando adeos pela uniao dos príncepes christaos, extirpaçao das heresias...
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A causa e a culpa. As Estações da desculpa

".. as características do terrorismo contemporâneo .... Os inimigos a abater não são os agentes, os responsáveis por uma política, ou uma religião, não é uma Igreja, nem um Estado, não são militares, nem polícias, mas todos, os civis, os "outros" ....
J. Pacheco Pereira. Cultura e Civilização. Público 6-1-2005


1ª Estação. O Verão
Não havia esgotos, só raras fossas e, mesmo essas, descuidadamente cavadas ao lado de poços. As condutas da água das fontes, por vezes a céu aberto, eram facilmente conspurcadas.
Galinhas e cães, gatos e ratos conviviam promiscuamente, partilhando o pátio, a casa e até o prato. Bois, porcos, ovelhas e cabras coabitavam o quintal e as ruas, onde o lixo e o estrume eram generosamente partilhados.

Raramente lavavam as mãos; as moscas também não.
Quando chovia, as águas das valetas a haver inundavam tudo, incluindo os poços. Todos os Verões, as "febres" atingiam muitos; por vezes as epidemias de "tifo" atingiam quase toda a gente. Muitos morriam.
Como não conheciam os micróbios, não reconheciam a causa e culpavam os outros; naquele tempo, os cristãos-novos eram os outros. Eram eles que envenenariam os poços, para dar cabo dos cristãos-velhos, "como os judeus tinham feito a Cristo".

5.1.05

 

a nora e o rotativismo

Ao J Seabra
O alcatruz é uma mera peça dum instrumento que eleva a água para que seja mais fácil utilizá-la; para isso luta contra a inércia da gravidade e contraria a lei da atracção universal. Quando é possível, utiliza a seu favor a própria força contra a qual luta -- é a energia da corrente que faz mover o rodízio da azenha.
É um instrumento pródigo -- só é útil quando se esvazia; pródigo e poupado -- quando parado, deixa sair a água de modo a não sobrecarregar o mecanismo.
O resultado não depende dele mas do uso que se der à água.

 

SNS vs SN do Sustento

Imaginem um Serviço Nacional do Sustento que servisse gratuitamente refeições a quem o desejasse, quer uma merenda a meio da tarde a uma dúzia de esfomeados que não almoçaram, quer um prato requintado para um inesperado cliente que o exige, altas horas da noite ou, ainda, um petisco quando só foram previstas as refeições básicas. Um Serviço cujos refeitórios tivessem que atender qualquer cidadão que o desejasse, independente de critérios de residência ou de disciplina de utilização e que, presos da rigidez administrativa, estariam à mercê das flutuações sazonais da procura – as férias no Verão e as epidemias de pânico empolado pelo mercado de vacinas. Sete dias por semana e 365 dias por ano.
Imaginam o correspondente grau de satisfação dos utentes e dos actores se, como acontece no SNS, a tutela recompensasse os trabalhadores e os organismos que procuram cumprir e os que não, com a mesma rasoira burocrática?
O que surpreenderia não seriam os seus defeitos mas o facto de conseguir satisfazer mais de quatro em cada cinco utentes. (“85% da população considera satisfatória ou boa a prestação dos cuidados nos serviços públicos” Villaverde Cabral. "Saúde e Doença em Portugal" 2002).
O SNS não precisa de uma alternativa mas de reorganização; não precisa de gestão privada mas de uma gestão eficaz.


4.1.05

 

respigo

Ano histórico
«Não morreu nenhum cidadão no ano 2004 devido ao (mau) uso de armas de fogo por parte dos elementos da PSP e da GNR»

(Rodrigues Maximiano, inspector-geral da Administração Interna) Público 3-1-2005. (respigado por JA)
Isenção foice

Assim ... votar no PSD é também escolher o parceiro PP para governar Portugal. Assim como votar no PS é ... votar no BE.
José Francisco Gandarez. A talhe de foice. Portugal «bloqueado»? DN 4-1-2005

 

auto da justiça

Tão importante quanto as leis é a sua interpretação, que depende da maneira como os detentores do poder olham os outros.Veja-se o texto desta circular para que a GNR notifique alguém a comparecer num tribunal:

Tribunal Judicial de .... Ministério Público Exmo (a). Senhor(a) Chefe do Posto da GNR
Assunto: Pedido de notificação Solicito a V. Exa, se digne providenciar pela notificação da pessoa abaixo indicada, na qualidade de Perito: Para comparecer nestes Serviços do Ministério Publico, no próximo dia .... às ...horas, a fim de ser inquirido no âmbito dos autos acima indicados. Da advertência de que, caso falte e não justifique a falta no prazo legal (por motivo previsível: com cinco dias de antecedência; por motivo imprevisível: no dia e hora designados -art.º 117 do C. P. Penal), fica sujeito ao pagamento de uma soma entre 2 e 10 U.C's (U.C " 79,81), sem prejuízo de vir a ser ordenada a sua detenção pelo tempo indispensável à realização da diligência e, bem assim, de ser condenado no pagamento das despesas ocasionadas pela sua não comparência, nomeadamente, das relacionadas com notificações, expediente e deslocação de pessoas -art.º 116 do C. P. Penal.

A delicadeza com que o Tribunal se dirige à GNR contrasta com o menosprezo com que se refere a alguém que, na qualidade de perito -- precioso colaborador da Justiça e que não é parte nem suspeito no processo --, se esperava fosse minimamente considerado.

O exemplo de como a Justiça dispõe dos cidadãos cuja consideração sacrifica ao processo burocrático; perante a dificuldade de identificar os (futuros) prevaricadores, ameaça-se toda a gente, suspeita enquanto não provar o contrário.

3.1.05

 

acto falhado?
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SNS. Opiniões

"Democracy is the worst form of government, except for all the others."
Winston Churchill

Opiniões publicadas (2001-2002)

“um grande desastre”. J César das Neves, Tempo Medicina 8-1-2001
“tremendo sistema de saúde .. coloca os utentes à mercê da ineficiência geral”. J C Espada, Expresso 12-1-2001
“sistema completamente podre”. Manuel Antunes. A doença da Saúde. Quetzal 2001
“horrendos serviços de saúde”. J Carreira Bom, DN 28-1-2001
“estado caótico do sistema de saúde”. J César das Neves, DN 29-1-2001
“... a pior taxa de cobertura sanitária”. M Sousa Tavares, Público 2-3-2001
“...o pior e o mais caro sistema de saúde da Europa”. Luís Marques, Expresso 13-4-2001
“...o péssimo serviço prestado aos portugueses pelo SNS”. A Ribeiro Ferreira, DN 26-09-2002
“... o SNS tal qual existe é um desastre”. F Madrinha, Expresso 1-11-2002
"nunca como nos últimos anos o sector da saúde teve tantos recursos e nunca ... o utente foi tão mal servido" Manuela Ferreira Leite, JN 17-12-2002
uma autarquia mandou o Centro de Saúde para os lados do cemitério, ambos para fora de portas.

Em contraste com a perspectiva catastrófica publicada sobre o SNS, 85% da população considera satisfatória ou boa a cobertura e a prestação dos cuidados nos serviços públicos de saúde. Villaverde Cabral. "Saúde e Doença em Portugal, 2002".
Não acrescentemos aos nossos handicaps, bem reais ... crises de decepção periódicas, puramente imaginárias. Eduardo Lourenço. A depressão como álibi. DN 2-1-2005


Malfadado SNS que, mesmo mal gerido pela tutela "...de forma rígida, estática e defensiva face a todas as mudanças" (Sakellarides C. Relatório do DGS, Min. Saúde, 1999), maltratado por médicos, abusado por utentes, parasitado por oportunistas, crucificado pelos media e cobiçado pelo lucro, consegue ser, com os seus enormes defeitos - listas de espera, urgências, ineficiência, desperdício, empirismo, pouca consideração e demasiada incúria -- o melhor serviço público português …
Malfadado SNS de que muitos irão ter saudades e alguns, remorsos, quando já não houver remédio. Saudades, os que mais precisarem; remorsos, os que mais criticaram. Elogio do SNS O P@pel do Médico Dez 2002

 

despojo das festas (cont)

Veio o carro do lixo e a boneca foi levada por um dos empregados, encantado com a surpresa que faria à filha.
A miuda ficou constrangida; gostava da boneca mas temia que se soubesse que lhe tinham dado um modelo do ano passado.

 

Despojo das Festas

A boneca que já não presta (poema emprestado)

"À beira do caixote do lixo
Jaz abandonada, de enfado
A boneca que já não é.
Ainda tem a camisola branca

Que a dona lhe vestira ontem.
Está quase nova e boa a camisola e ela
Para a menina é que já não serve.
...
Malhas que a fartura tece!"


* Talvez a boneca estivesse exausta pelo esforço de fugir do caixote do lixo.
Ou a menina a tivesse ali deixado por uns momentos, e logo voltaria buscá-la.
Talvez fosse "a boneca adormecida" à espera de quem, pegando-lhe, a fizesse voltar à vida.



 

despojos das Festas
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2.1.05

 

passagem do ano na TV

O director do hotel explicava que a opulência da ceia serviria "para justificar o preço...". A "causalidade reversa", às avessas ou perversa.
2. Um jornalista sénior da RTP terminou um programa declamando um poema, que atribuiu ao trovador que o canta e não ao poeta que o criou; o hábito de tomar o brilho pela luz .
Ainda bem que JM Branco o difundiu; isso não perdoa que se ignore Camões num programa de fim de ano.

 

SNS e a saúde dos portugueses

Portugal é
1. O país mais sedentário da EU. PAN-European Survey de 1999.
2. o país da UE com o menor taxa de enfermeiros. Eurostat "Health statistics - Key data on health 2002"
3. o 2º lugar da União Europeia em acidentes de trabalho, (Eurostat 1998) (Expresso 5-10-2002) cuja mortalidade é dupla da Europeia. (Público, 8-7-2002)
4. uma das percentagens mais altas de uso de anticoncepcionais. Federação Intern. de Planeamento Familiar (Público, 15-5-2002) e, apesar disso, é
5. o 2º país da Europa com maior número de grávidas na adolescência nas grandes cidades. (DN 9-12-2001)
6. o 2º país da Europa com maior número de jovens infectados HIV. Comissão Nacional de Luta Contra a Sida. (DN 9-2-2001)
7. Portugal e Espanha, os dois maiores países consumidores de heroína da União Europeia. (Público, 4-12-2001)
8. o 2º entre 29 países da OCDE a registar maior taxa de acidentes mortais nas estradas. (DN 3-1-2003) e a pior taxa de mortalidade por acidentes em crianças da União Europeia ("Inocenti Report Card", UNICEF 2001)
9. o 2º país da Europa em gastos com medicamentos, nomeadamente analgésicos (Tribuna Médica 15-10-2004) e tranquilizantes. (Lusa 7-2-2004)
10. o 3º país da União Europeia no consumo de álcool. (Ganhos em Saúde em Portugal- Alto comissário da Saúde, 2002) e na obesidade feminina. "A situação social na União Europeia" Público 10-9-2003
11. o 5º país com mais fumadores masculinos. "A situação social na União Europeia" Público, 10-9-2003


mas, apesar desta matéria prima Portugal é
12. o país que maior aumento da esperança de vida registou, nos últimos 40 anos, devido à melhoria das condições de saúde. "A situação social na União Europeia" 2003
13. é um dos países União Europeia com menor taxa de mortalidade materna (OMS/UNICEF). (Público, 22-10-2003)
19. A mortalidade dos recém nascidos baixou de 12.1‰ em 1985 para 2.7‰ em 2003 (quase 1/5);
a mortalidade perinatal foi de 5.2‰ em 2003 (1/4 do valor de 1983 e semelhante à média europeia).
A mortalidade infantil portuguesa foi de 4.2‰ em 2003, próximo da média europeia.
20. o desempenho do sistema de saúde português – a capacidade do transformar os recursos existentes em resultados -- foi classificado pela OMS no 12º lugar mundial (1999). The World Health Report 2000 Health Systems.
http://www.who.int/whr/2000/index.htm



1.1.05

 

moinhos de papel

A minha prenda de ano novo para os miudos.
Os avós poderão ensina-los a construir com o papel dos embrulhos.
R.R.R. a brincar.
Dar-se-ão conta que fazer é quase tão bom quanto fruir; às vezes, até mais.

 

moinhos de papel brilhante
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inspirar confiança

Um político tem que apresentar um bom programa e inspirar confiança.
Que confiança inspira um político que fala a gritar e parece zangado com toda a gente?
Que confiança inspira quando mais parece justificar-se que justificar as suas decisões?
Que confiança inspira um político que, para uma facadita, recorre a uma ambulância, a uma incubadora e exige reanimação? Que ânimo suscitam estas imagens doentias a um país deprimido ?

Que razão para votar na lista distrital de partidos cujos militantes se não dispuseram a (ou foram excluídos de) encabeçar a respectiva lista? Partidos que não tiveram pejo em convidar alguém a saltar de paraquedas pela primeira vez naquela idade; respeitáveis senhoras que, por delicadeza, terão tido relutância em recusar. Curiosamente com o entusiástico aplauso (póstumo?) dos órgãos locais.
Que outrora teriam exultado com a visita da corte; ao menos naquele tempo, a rainha distribuía confeitos e a Universidade concedia "perdão de acto".

 

Flores para uma República enredada
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