alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

12.9.25

 

O estado da Palestina

 Muitos países já o reconheceram; na próxima semana os últimos países europeus vão finalmente reconhecê-lo apesar da dificuldade em fazê-lo, tão diferente está.

Etiquetas: ,


15.8.25

 

Amamentação prolongada

Nada pior para uma boa causa que um mau argumento

Fluindo directamente do produtor ao consumidor sem manipulações intermediárias, o leite materno é um alimento vivo. Todos os seus constituintes, sintetizados de acordo com um código genético especificamente programado ao longo de milénios e individualmente adaptado durante toda a gestação, são oferecidos intactos ao seu consumidor naturalHC Mota Aleitamento materno. Rev Port Pediatria 1981

Um artigo recente justamente titulado “Amamentação continuada: o quenão se diz quando se “finge” que sabe” merece alguns ajustes. Escreveu a autora: "The Lancet Breastfeeding Series (2016, 2023) é clara:

a)  Amamentar para além dos 2 anos reduz o risco de obesidade infantil em 26%.

b) Diminui o risco de diabetes tipo 2 em 35%.

c)  Aumenta, em média, o QI em 2,6 a 3,4 pontos."  

Vejamos o que se lê nas Key messages do Lancet

a) b) Growing evidence also suggests that breastfeeding (for longer periods) might protect against overweight and diabetes later in life.

O valor de 26% foi o de uma meta-análise entre outras com resultados diferentes. We deemed only three studies to be of high quality, which indicated a potentially important, but not statistically significant, reduction of 24% (95% CI ranging from a 60% reduction to a 47% increase). 

c) Children who are breastfed for longer periods have ….higher intelligence than do those who are breastfed for shorter periods, or not breastfed. Ora a diferença (de 2,6 a 3,4 pontos em 100) é insignificante e muito pouco plausível que se deva à amamentação, havendo tantos outros factores a ter em conta.

Sobretudo há que notar que todos estes dados são associações. Os autores do artigo do Lancet avisaram: “We obtained information about the associations between breastfeeding and outcomes …”. Ora não se pode extrapolar de um associação para uma relação de causa a efeito.

O que desencadeou a controvérsia sobre a amamentação não foi tanto a burocracia que iria sobrecarregar mais as mães e os médicos mas a anulação da licença maternal de 2h durante o período de trabalho aos 24M de idade quando apenas uma pequena minoria de crianças ainda mama. Os escusados comentários da Ministra também ajudaram.

Se a intervenção da Ministra foi desastrada, igualmente o foram as atitudes críticas; surpreenderam-me as dos grupos de esquerda que emularam as dos activistas. Enquanto Portugal ardia criticaram a perda de um pequeno benefício de uma minoria privilegiada que mamou até aos 2A eclipsando a esmagadora maioria (95%?) dos que não, quando mais necessário teria sido. (O desmame precoce nem sempre é opção da mãe e nunca do filho).Tanto mais quanto aqueles privilegiados são muito provavelmente de famílias economicamente privilegiadas, que o poderão continuar a fazer. “... we’re seeing indications that in wealthy countries, it’s the poor who are the least likely to breastfeed,said Shahida Azfar, UNICEF’s Deputy Executive Director a.i.”

Aos deuses do Olimpo serviam ambrosia
mas leite materno ao filho de Deus 
A amamentação é um acto sublime de valor inestimável; permitiu a sobrevivência da humanidade (e dos mamíferos) e, ainda hoje, a sobrevivência saudável de boa parte dos humanos, em especial a dos que mais precisam. As vantagens da amamentação são inquestionáveis em especial nos primeiros meses de vida e sobretudo em comunidades desfavorecidas.

Mas não é indispensável. Em vez de exaltar os seus benefícios conviria sim facilitar a sua prática tantas vezes em conflito com o trabalho das mães nesta sociedade que esquece que a maternidade é a fundamental actividade produtiva*. É um atributo materno, não uma obrigação; não há pior inibidor da produção láctea que a preocupação, o que tantos activistas bem intencionadas esquecem.

A amamentação, tal como a guerra e a política, é demasiado importante para ser confiada a crentes.

* P:S: ou melhor, criadora.

Etiquetas: ,


15.6.25

 

Marques Mendes colhe apoios em Coimbra

 Apoios de mestres


Etiquetas:


23.5.25

 

Eleições

 Exquerda parlamentar


Etiquetas: ,


22.5.25

 

Revisões

 A primeira medida que a IL propõe é a revisão da Constituição; o Chega apoia. 

Não tarde proporem rever o Acordo Ortográfico; era o que mais faltava.


Etiquetas: ,


14.5.25

 

Diplomacia honoris causa

 O rei Felipe VI de Espanha foi homenageado com um doutoramento honoris causa pela Universidade de Coimbra, tal como o foi o  generalíssimo Franco, notório caudilho de Espanha para que não tentasse anexar Portugal.

Tal honra não teve seu antepassado Filipe II que, no Convento de Cristo, em Tomar, as cortes tomaram como I rei de Portugal, país que ele dizia ter "herdado, pago e conquistado". 

Mais lógico teria sido homenagear seu pai, Juan Carlos, dado o que fez em defesa da democracia.  Poderia tê-lo sido pela Faculdade de Direito pelos primeiros anos mas chumbou depois; nem pela de Economia que menosprezava. A de Sociologia ainda não existia.

Etiquetas: ,


25.4.25

 

Grafito


 Coimbra, 

Ladeira do Seminário. 

anos >69 <74

Etiquetas: ,


11.4.25

 

Surpreendido com a reincidência do PS nesta medida, fui analisar os dados. Comparando o consumo alimentar com as recomendações oficiais (Inquérito Alimentar Nacional 2015-2016) verifica-se que o consumo de “Carne, pescado e ovos” teria sido 3,4 vezes e o de “Lacticínios” 1,3 vezes o recomendado. O consumo de cereais e gorduras teria sido semelhante ao recomendado; só o de frutas e hortícolas teria sido muito inferior (2/3).Sendo assim, justifica-se este benefício fiscal igual “para todos” – carne e legumes, faneca e caviar, pobres e ricos? Tratar igual o que é desigual, como é a sociedade portuguesa, é profundamente iníquo: 6% de 100 é 6; de 10 é 1 (0,6). Há que rastrear as famílias que realmente necessitem para as apoiar; não basta subsidiar – a obesidade predomina nos menos instruídos. Além disso esta medida é perniciosa. Ao facilitar o consumo de carne e ovos num país onde se come carne demais, dois terços têm excesso de peso, há um milhão de diabéticos e onde as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte, esta medida – um subsídio à obesidade e respectivas co-morbilidades que prejudicarão a qualidade de vida e sobrecarregarão o SNS –, salvo erro, é um pernicioso absurdo.

 https://www.publico.pt/2025/04/10/opiniao/opiniao/cartas-director-2129178


Etiquetas: , ,


11.3.25

 

Regresso à idade da pedra

 Sociogeologia atrevida

Ontem houve um sismo no Açores e resultado do conflito entre as placas tectónicas americana e europeia na sua deriva “implacável”. Nenhuma cedeu, felizmente não houve consequências sérias.

Hoje, na AR, terá lugar uma contenda semelhante entre dois blocos políticos adversos que não encontraram outro modo de conciliar divergências; as consequências serão graves.

Há 50 anos, neste mesmo dia, um confronte deste género mas muito mais sério por envolver forças armadas, acabou por resolver-se rapidamente mas teve consequências políticas severas.

Há mês e meio, também a metade americana da NATO  - uma placa politico-militar euro-americana - separou-se da europeia, um acontecimento cujas sérias consequências terão repercussão mundial.

É o que acontece quando a humanidade regressa à idade da pedra.

 

Etiquetas: ,


7.3.25

 

Metamorfose de cidadãos em consumidores

                                                       Mas um velho d'aspeito venerando
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
—"Ó glória de consumir! Ó vã cobiça 
Desta vaidade, a quem chamamos Fama! 

Vivemos um momento crítico (palavra que significa “momento de decisão, de mudança súbita” – para pior ou para melhor e em que nada havia a fazer senão esperar – originalmente no contexto da Medicina) mas que já aconteceu muitas vezes na história::
Todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
tomando sempre novas qualidades.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto:
que não se muda já como soía
.
 
São o equivalente social de fenómenos geológicos (Terramotos, tsunamis por choque de placas tectónicas) ou biológicos (mutações por perturbações acidentais da divisão celular).
Numa perspectiva histórica recente a queda do czarismo e o súbito domínio comunista na Rússia nos anos 10 e, 20 anos depois, o nazismo que dominou ¾ da Europa, com o holocausto como cume da ignomínia, pelo povo mais bem preparado daquele tempo. No Pacífico o Império japonês (povo mais bem preparado daquele tempo) não lhe ficou atrás.
 Os nossos pais viveram esses tempos e poderiam escrever um texto semelhante. Stefan Sweig, refugiado no Brasil, suicidou-se por temer o fim da civilização.
E tudo o vento levou mas marcou o fim do domínio mundial pela Europa, o fim do mundo inglês, com a independência da Índia e, mais tarde, da China, actuais potências mundiais como o tinham sido até ao Sec XVI quando Vasco da Gama chegou à Índia. 

… uma mudança faz de mor espanto:
que não se muda já como soía.
 
Se queremos alterar a evolução da crise – algo reservado aos deuses do acaso – há que perceber como se chegou a esta situação em que a democracia é rejeitada pela maioria dos eleitores que optam por chefes, desiludidos pelos actuais  partidos democráticos.
A minha hipótese é que isto se deve à frustração de expectativas insensatas dos povos em que os cidadãos responsáveis foram sendo substituídos por consumidores insaciáveis convencidos de que tinham direito ao bem-estar sem os deveres respectivos. Direito que criam ser inato, como os fidalgos criam ser divino e, portanto, inquestionável; dever que atribuíam ao Estado (isto é, aos outros). Com isso ficaram reféns das leis mercantis do consumo que, sem regras, tende a crescer inexoravelmente como um cancro (Todo-o-mundo: O meu tempo todo inteiro, sempre foi buscar dinheiro). E que para isso não lhe basta satisfazer as necessidades dos clientes mas tende a criar necessidades supérfluas pela publicidade – com a cumplicidade de alguns dos criativos mais lúcidos* - flautistas de Hamelin cuja melodia arrasta os incautos ratos-consumidores para o desastre. Crendo ir para o prometido paraíso mercantil não se dão conta de vão a caminho de uma tragédia.
 
Há 80 anos, Salazar dizia que “O comunismo tende à subversão de tudo. E, na sua fúria destruidora, não distingue o bem do mal, o erro da verdade, a justiça da injustiça: o comunismo é a maior calamidade de todos os tempos".
Substituam comunismo por consumismo.
* vida de toda a gente que, sem visão própria nem noção de destino, labuta e preguiça todos os diasAlexandre O’Neil

Etiquetas: , , ,


25.2.25

 

Cortina da frustração

 

1989 Queda do Muro

2003 Good Bye Lenin! 

2025 Willkommen Honecker!

Etiquetas: ,


11.1.25

 

Direita clamada

 Com tanta gente a clamar por direitos, direitos, direitos, ignorado os deveres, não admira que a Direita ganhe as eleições.

Etiquetas:


26.12.24

 

Tempo de Antena

 O que terá levado o Primeiro-Ministro a fazer da Mensagem do Natal um Tempo de Antena?

Etiquetas: ,


10.12.24

 

Tomemos nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa

Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor. Saramago, na cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Literatura, a 10 de Dezembro de 1998



Etiquetas: , , , ,


5.11.24

 

Dia D


 H , T ou X

Etiquetas: ,


26.8.24

 

Governo instável

Um terramoto mal o PM se ausentou.

Etiquetas: ,


30.5.24

 

Bar IL Aberto

 “A cerveja é grátis? Então também vou”








Cotrim Figueiredo, cabeça de lista da IL às europeias, juntou-se aos jovens em ambiente de festa, regado a música e cerveja.


Etiquetas: , ,


29.5.24

 

A quem mais precisa ou a quem mais reclama?

O Governo irá disponibilizar 100 mil consultas de psicologia e 50 mil consultas de nutrição para alunos do ensino superior.

Salvo melhor opinião, considero estas medidas insensatas e uma injustificada discriminação positiva a universitários, a futura elite portuguesa. Não conheço dados que provem que estes jovens necessitem de maior apoio psicológico do que os seus pares não universitários. Os sete inquéritos que conheço sobre a dita “saúde mental” dos universitários sofrem de graves erros metodológicos que levam a abusivas conclusões enviesadas. Felizmente.
Nenhuma das amostras é aleatória, são todas de conveniência ou oportunidade, pelo que não são representativas, traduzindo apenas a opinião dos participantes – uma percentagem insignificante (<1 (3x), 3 e 6%) ou muito pequena (12,5 e 14,3%) do total – muito provavelmente muito diferente da grande maioria dos que tão tiveram acesso, não deram conta, não lhes ligaram ou não quiseram responder a esses inquéritos. Amostras que, não sendo aleatórias, tanto podem reflectir a nata superficial como a borra decantada.
Num destes inquéritos, mais de metade dos participantes referiu como “principal motivo para o declínio no bem-estar psicológico a ‘pressão no desempenho académico’".
Quanto aos nutricionistas, não pesquisei dados, mas custa a crer que jovens adultos universitários tenham mais problemas nutritivos do que os seus pares não universitários. Para educar as regras alimentares já é tarde; não é com cheques individuais que se resolve o grave problema nutricional que em Portugal começou há meio século dependente dum consumo alimentar excessivo, bem conhecido e bem promovido por uma publicidade escandalosamente obesogénia infelizmente com a complacência de todos ou quase todos.

O excesso de peso (incluindo a obesidade) e os hábitos alimentares inadequados estão entre os principais determinantes da perda de anos de vida saudável dos portugueses, contribuindo, respetivamente, para 8,3% e 7,5% do total de mortes em Portugal em 2021. Nas duas últimas décadas em Portugal, o excesso de peso (incluindo obesidade) ultrapassou o tabaco como um dos fatores de risco de perda de anos de vida saudável e de mortalidade (GBD Study, Portugal, 2021, DGS Maio de 2024).
Num país anafado que come demais, os nutricionistas que apoiaram a insensata lei do “IVA zero a alimentos essenciais” para todos – pobres e ricos, magros e gordos – e que incluía manteiga e carne (de que os portugueses consomem quatro vezes o recomendado e cujo elevado consumo da variedade vermelha ou processada é considerado pela Direcção-Geral de Saúde um dos fatores de risco alimentar) – um subsídio à obesidade – são agora beneficiados com 50 mil cheque-nutricionista.
Uma e outra medida, além da referida insensatez, tratam as futuras “gerações mais bem instruídas de sempre” como se fossem dependentes, menorizando-as como as “almas” dos autos vicentinos, a precisar de um anjo da guarda “sempre ò redor”; agora são os psicólogos e os nutricionistas, logo virão outras corporações quais antigas ordens religiosas pretextando velar por nós.
«ALMA
Anjo que sois minha guarda, olhai por minha fraqueza terreal!
De toda a parte haja resguarda, que não arda a minha preciosa riqueza principal.
Cercai-me sempre ò redor porque vou mui temerosa de contenda.
Ó precioso defensor meu favor!
Vossa espada lumiosa me defenda!
Tende sempre mão em mim, porque hei medo de empeçar e de cair

ANJO
Pera isso sam e a isso vim…»

Gil Vicente, Auto da Alma

Os 7 inquéritos
1. Inquérito Saúde & Bem-Estar na Universidade de Lisboa (2022)
2. Questionário a estudantes sobre saúde mental da Universidade de Lisboa, promovido pela Associação Académica da Universidade de Lisboa
3. A saúde mental em estudantes do ensino superior (Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental)
4. Impacto do confinamento na Academia de Coimbra (2021)
5. Perspetivas sobre a Saúde Mental na Academia do Porto (2023)
6. Depression and Anxiety of Portuguese University Students: A Cross-Sectional Study about Prevalence and Associated Factors (U. Évora e sete instituições de ensino superior portuguesas)
7. Aplicação de Um Inventário de Saúde Mental à População Universitária em Portugal. Relatório Resumo do Estudo Colaborativo entre a RYSE e a ANEP janeiro, 2023

Público, 29 de Maio de 2024

https://www.publico.pt/2024/05/28/opiniao/opiniao/precisa-reclama-2092139


Etiquetas: , , , ,


23.5.24

 

Política popular e corporativa

O Editorial do Expresso de Abril sintetiza bem:

 “As primeiras intervenções do primeiro-ministro no Parlamento mostram como a aposta passa pela diminuição do IRS. E por iniciar em força a discussão e o diálogo com as diversas corporações

que na esfera do Estado reclamam por melhores salários e pela revisão das suas carreiras.”

Cinquenta anos depois do 25 de Abril, o PSD voltou ao nome inicial (Popular Democrata) nas é também agora corporativista, como se identificava o salazarismo. E o PS seguiu idêntica via desde o absurdo IVA Zero aos alimentos “essenciais” para toda a gente, rica e pobre, anafada ou não.

Agora, todos cederam à reivindicações dos sindicatos dos professores que verão compensados os “6 anos et al” sem lhes exigirem que reparem o prejuízo que causaram aos alunos durante os meses em que os tomaram como reféns. 

Os partidos toleram que os professores tenham ensinado aos alunos e às outras corporações poderosas – forças armadas, justiça, função pública – que os fins justificam os meios, qualquer meio.

Todo-o-Mundo: E mais queria o paraíso, sem mo ninguém estorvar.

Gil Vicente, Auto da Lusitânea.



Etiquetas: , , ,


5.5.24

 

50 A . A história repete-se

 A jovem Aurora foi torturada - 16 dias e noites seguidas (450h) – para lhe extorquir informações úteis para a PIDE, a celerada polícia política do antigo Estado Novo. Esse processo estava a cargo dos seus agentes, cada um com seu papel – os óbvios polícias maus e uma que fazia de polícia boa, condoída da vítima.


50 anos depois, a cena repete-
se como farsa; a cela de extorsão é agora o palco da TV, onde um “polícia bom” convida Aurora a falar. A sedução em vez dos tratos de polé. Mas, quando obtém o que lhe interessa – uma história que propicie a audiência que à publicidade consumista importa – a “extorsão” é interrompida com um ramo de flores entregue pelo agente das empresas que o pagam, o vestem e o calçam , o caracterizam para que desempenhe esse papel de forma mais convincente.

Ao contrário do que acontecia antigamente, agora são as próprias empresas que financiam quem as a(de)nuncie com a conivência do povo consumidor em que o cidadão se deixou transformar. 50 anos depois, a liberdade é uma ilusão aproveitada por quem dela mais beneficia.

Etiquetas: , , , ,


Archives

12/2004   01/2005   02/2005   03/2005   04/2005   05/2005   06/2005   07/2005   08/2005   09/2005   10/2005   11/2005   12/2005   01/2006   02/2006   03/2006   04/2006   05/2006   06/2006   07/2006   08/2006   09/2006   10/2006   11/2006   12/2006   01/2007   02/2007   03/2007   04/2007   05/2007   06/2007   07/2007   08/2007   09/2007   10/2007   11/2007   12/2007   01/2008   02/2008   03/2008   04/2008   05/2008   06/2008   07/2008   08/2008   09/2008   10/2008   11/2008   12/2008   01/2009   02/2009   03/2009   04/2009   05/2009   06/2009   07/2009   08/2009   09/2009   10/2009   11/2009   12/2009   01/2010   02/2010   03/2010   04/2010   05/2010   06/2010   07/2010   08/2010   09/2010   10/2010   11/2010   12/2010   01/2011   02/2011   03/2011   04/2011   05/2011   06/2011   07/2011   08/2011   09/2011   10/2011   11/2011   12/2011   01/2012   02/2012   03/2012   04/2012   05/2012   06/2012   07/2012   08/2012   09/2012   10/2012   11/2012   12/2012   01/2013   02/2013   03/2013   04/2013   05/2013   06/2013   07/2013   08/2013   09/2013   10/2013   11/2013   12/2013   01/2014   02/2014   03/2014   04/2014   05/2014   06/2014   07/2014   08/2014   09/2014   10/2014   11/2014   12/2014   01/2015   02/2015   03/2015   04/2015   05/2015   06/2015   07/2015   08/2015   09/2015   10/2015   11/2015   12/2015   01/2016   02/2016   03/2016   04/2016   05/2016   06/2016   07/2016   08/2016   09/2016   10/2016   11/2016   12/2016   01/2017   02/2017   03/2017   04/2017   05/2017   06/2017   07/2017   08/2017   09/2017   10/2017   11/2017   12/2017   01/2018   02/2018   03/2018   04/2018   05/2018   06/2018   07/2018   08/2018   09/2018   10/2018   11/2018   12/2018   01/2019   02/2019   03/2019   04/2019   05/2019   06/2019   07/2019   08/2019   09/2019   10/2019   11/2019   12/2019   01/2020   02/2020   03/2020   04/2020   05/2020   06/2020   07/2020   08/2020   09/2020   10/2020   11/2020   12/2020   01/2021   02/2021   03/2021   04/2021   05/2021   06/2021   07/2021   08/2021   09/2021   10/2021   11/2021   12/2021   01/2022   02/2022   03/2022   04/2022   05/2022   06/2022   07/2022   08/2022   09/2022   10/2022   11/2022   12/2022   01/2023   02/2023   03/2023   04/2023   05/2023   06/2023   07/2023   08/2023   09/2023   10/2023   11/2023   12/2023   01/2024   02/2024   03/2024   04/2024   05/2024   06/2024   07/2024   08/2024   09/2024   10/2024   11/2024   12/2024   01/2025   02/2025   03/2025   04/2025   05/2025   06/2025   07/2025   08/2025   09/2025  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Site Meter