“A cerveja é grátis? Então também vou”
Cotrim Figueiredo, cabeça
de lista da IL às europeias, juntou-se aos jovens em ambiente de festa, regado
a música e cerveja.
Etiquetas: álcool, cerveja, política
O Governo irá disponibilizar 100 mil consultas de psicologia e 50 mil consultas de nutrição para alunos do ensino superior.
Salvo melhor opinião, considero estas medidas insensatas e uma injustificada
discriminação positiva a universitários, a futura elite portuguesa. Não conheço
dados que provem que estes jovens necessitem de maior apoio psicológico do que
os seus pares não universitários. Os sete inquéritos que conheço sobre a dita
“saúde mental” dos universitários sofrem de graves erros metodológicos que
levam a abusivas conclusões enviesadas. Felizmente.
Nenhuma das amostras é aleatória, são todas de conveniência ou oportunidade,
pelo que não são representativas, traduzindo apenas a opinião dos participantes
– uma percentagem insignificante (<1 (3x), 3 e 6%) ou muito pequena (12,5 e
14,3%) do total – muito provavelmente muito diferente da grande maioria dos que
tão tiveram acesso, não deram conta, não lhes ligaram ou não quiseram responder
a esses inquéritos. Amostras que, não sendo aleatórias, tanto podem reflectir a
nata superficial como a borra decantada.
Num destes inquéritos, mais de metade dos participantes referiu como “principal
motivo para o declínio no bem-estar psicológico a ‘pressão no desempenho
académico’".
Quanto aos nutricionistas, não pesquisei dados, mas custa a crer que jovens
adultos universitários tenham mais problemas nutritivos do que os seus pares
não universitários. Para educar as regras alimentares já é tarde; não é com
cheques individuais que se resolve o grave problema nutricional que em Portugal
começou há meio século dependente dum consumo alimentar excessivo, bem
conhecido e bem promovido por uma publicidade escandalosamente obesogénia
infelizmente com a complacência de todos ou quase todos.
O excesso de peso (incluindo a
obesidade) e os hábitos alimentares inadequados estão entre os principais
determinantes da perda de anos de vida saudável dos portugueses, contribuindo,
respetivamente, para 8,3% e 7,5% do total de mortes em Portugal em 2021. Nas
duas últimas décadas em Portugal, o excesso de peso (incluindo obesidade) ultrapassou
o tabaco como um dos fatores de risco de perda de anos de vida saudável e
de mortalidade (GBD Study, Portugal, 2021, DGS Maio de 2024).
Num país anafado que come demais, os nutricionistas que apoiaram a insensata
lei do “IVA zero a alimentos essenciais” para todos – pobres e ricos, magros e
gordos – e que incluía manteiga e carne (de que os portugueses consomem quatro
vezes o recomendado e cujo elevado consumo da variedade vermelha ou processada
é considerado pela Direcção-Geral de Saúde um dos fatores de risco alimentar) –
um subsídio à obesidade – são agora beneficiados com 50 mil cheque-nutricionista.
Uma e outra medida, além da referida insensatez, tratam as futuras “gerações
mais bem instruídas de sempre” como se fossem dependentes, menorizando-as como
as “almas” dos autos vicentinos, a precisar de um anjo da guarda “sempre ò
redor”; agora são os psicólogos e os nutricionistas, logo virão outras
corporações quais antigas ordens religiosas pretextando velar por nós.
«ALMA
Anjo que sois minha guarda, olhai por
minha fraqueza terreal!
De toda a parte haja resguarda, que não arda a minha preciosa riqueza principal.
Cercai-me sempre ò redor porque vou mui temerosa de contenda.
Ó precioso defensor meu favor!
Vossa espada lumiosa me defenda!
Tende sempre mão em mim, porque hei medo de empeçar e de cair
ANJO
Pera isso sam e a isso vim…»
Gil Vicente, Auto da Alma
Os 7 inquéritoshttps://www.publico.pt/2024/05/28/opiniao/opiniao/precisa-reclama-2092139
Etiquetas: equidade, Nutrição, obesidade, política, psi
O Editorial do
“As primeiras intervenções do
primeiro-ministro no Parlamento mostram como a aposta passa pela diminuição do
IRS. E por iniciar em força a discussão e o diálogo com as diversas corporações
que na esfera do
Estado reclamam por melhores salários e pela revisão das suas carreiras.”
Cinquenta anos depois do 25 de Abril, o PSD voltou ao nome
inicial (Popular Democrata) nas é também agora corporativista, como se
identificava o salazarismo. E o PS seguiu idêntica via desde o absurdo IVA Zero
aos alimentos “essenciais” para toda a gente, rica e pobre, anafada ou não.
Agora, todos cederam à reivindicações dos sindicatos dos professores que verão compensados os “6 anos et al” sem lhes exigirem que reparem o prejuízo que causaram aos alunos durante os meses em que os tomaram como reféns.
Os partidos toleram que os professores tenham ensinado aos alunos e às outras corporações poderosas – forças armadas, justiça, função pública – que os fins justificam os meios, qualquer meio.
Todo-o-Mundo: E mais queria o
paraíso, sem mo ninguém estorvar.
Gil Vicente, Auto da Lusitânea.
Etiquetas: corporativo, política, proferrores, sindicatos
Auto Reparadora – Luanda / Auto Reparadora Mampuya / Auto-Reparadora do Planalto.
* Por que se há de ir tão longe fazer reparações se, aqui tão perto, há tantas a fazer e em que se não repara? Seguir o bom exemplo de auto reparações da ex-colónia.
Etiquetas: colonialismo, reparar, social
Respigos
1. Na fase final, o império era, de facto, uma orgia coletiva espelhada em comportamentos desviantes e insatisfações materiais gerados pelo excesso. Poder, dinheiro, ambição e todas as baixas paixões do privilégio absoluto e da dissolução e corrupção das almas. Clara Ferreira Gomes
2. “Os jovens são maus e preguiçosos. Eles nunca serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura.” Numa cerâmica da Babilónia há 4000 anos. José Gameiro
3. As civilizações opulentas sofrem de fartura, vivem insatisfeitas mas morrem anafadas.
Etiquetas: ambição, civilização, consumo, obesidade
Musk (2022): “Com cerca de seis mil satélites a orbitar a Terra, se existissem extraterrestres penso que saberia.
Marcel Duchamp (1887- ?) "Qualquer coisa é arte se um artista diz que é"
Condillac (1714-1780) "nunca encontrei a alma na ponta
do meu bisturi".
A jovem Aurora foi torturada - 16 dias e noites seguidas (450h) – para lhe extorquir informações úteis para a PIDE, a celerada polícia política do antigo Estado Novo. Esse processo estava a cargo dos seus agentes, cada um com seu papel – os óbvios polícias maus e uma que fazia de polícia boa, condoída da vítima.
Ao contrário do que acontecia antigamente, agora são as próprias empresas que financiam quem as a(de)nuncie com a conivência do povo consumidor em que o cidadão se deixou transformar. 50 anos depois, a liberdade é uma ilusão aproveitada por quem dela mais beneficia.
Etiquetas: consumo, liberdade, PIDE, política, publicidade
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