Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt
*Abaixo o fac-simile
Portugal, hoje, é a ditadura do
mesmo: os mesmos debates, os mesmos círculos, as mesmas opiniões e os mesmos
partidos, fazendo as coisas sempre da mesma maneira, e coreografando as mesmas
controvérsias com as mesmas palavras e o mesmo vazio de significado.
∴ -
Pensávamos que o salazarismo, a ditadura, o fechamento era a causa de todos os
males do país. Mas talvez fosse também consequência desses males. (H.
Monteiro)
-
Acrescentou por sua conta e risco. (António Barreto)
Expresso 25Abri 40 anos.
Etiquetas: política ditadura
Às vezes
"No
meu dia-a-dia, às vezes, não tenho coisas que quero”.
Etiquetas: fome, política, reforma
Crise de Mestres
e Doutores - Sociologia e Escola Superior de Educação
1. Era Dezembro de 2010. Uma turma de 3.º ano de uma escola pública discutia o que fazer para a enfrentar "a crise". No fim, discutiram até formas de reduzir a conta
da família com as prendas de Natal.
–
.... deveríamos comprar beyblades para ajudar os nossos pais –
– Sim, e beyblades porque são?…
–
Mais baratos! – respondeu, em coro, a turma.
Os
excertos daquela assembleia de turma constam na dissertação de mestrado em Sociologia da Infância
de NM.
2. Ao fazer o doutoramento, GT,
professora da Escola Superior de Educação ..., verificou como as crianças
identificam reflexos da crise no quotidiano. “No meu dia-a-dia, às vezes, não tenho coisas que quero”,
disse um miúdo de nove anos numa escola pública.
“Não tenho cereais e outras coisas e tenho de comer pão.”
* Pobres crianças
Etiquetas: ensino jornal
Nos atuais ciclos noticiosos, quem disser o maior disparate
terá o maior destaque.
* Se o público é quem mais ordena
os fins justificam os media.
Etiquetas: jornal, tuga
A lógica das coisas
Desde o
princípio da revolução francesa que se aprendeu uma verdade elementar: a
identificação dos direitos políticos com os direitos “sociais” leva sempre à
perda dos direitos políticos, sem promover os direitos “sociais”. Foi este o
peso que tarde ou cedo acabou por derrotar e quebrar a esperança de centenas ou
milhares de movimentos que aspiravam a mudar radicalmente o mundo.
Ou, se quiserem, para resumir o problema por outras palavras, a
liberdade não é na prática compatível com a igualdade. A igualdade tem de ser
imposta e essa imposição degenera rapidamente em ditadura e, a seguir, a
ditadura em terror. Como sucedeu aos jacobinos de Robespierre, aos socialistas
de 1848, aos bolcheviques de Lenine, aos cubanos de Castro e a um número
infindável de aprendizes de feiticeiro.
No Portugal de 2014,
a retórica da liberdade e a retórica da igualdade estão pouco a pouco a
confluir. (surge) uma nova espécie de “revolucionários” põe como seu objectivo
estratégico, uma perfeita fusão da liberdade e da igualdade... VPV
Etiquetas: equidade, política liberdade igualdade
a) Pentecostes: Evolução na continuidade
O seguimento
entre o anterior regime e o atual em temas fundamentais é algo em que quase
ninguém pensa, mas Félix
Ribeiro garante que existe.
"Uma coisa que me impressionou
foi a continuidade em torno de duas ideias: o Estado social e o corporativismo. O Estado social é um conceito
que Marcello Caetano trouxe como uma espécie de forma de relegitimar o regime do Estado
Novo.
Esse conceito passou muito bem para o atual
regime no sentido em que em ambos os regimes se tem a ideia de que o Estado é o
ator principal
na sociedade. Isso facilitou a transição, porque o Estado, seja ele autoritário
ou democrático, é sempre visto pelas pessoas como ator central".
Mas
o Estado social é visto como uma das principais conquistas do 25 de Abril?
"Sim, mas é entendido como sendo a Educação, a Saúde, a garantia das
reformas e o que mais for da responsabilidade do Estado."
b) Evolução na continuidade: Dos três estados para as duas classes.
E, afinal quem nos governa?
"Acho que são mais marxistas de direita -
se essa categoria existisse... - do que liberais! Continuam a ver a sociedade
dividida em classes, mas às vezes parece que consideram que os pobres tiveram
coisas de mais ou querem coisas de mais."
JM Félix Ribeiro. Expresso 25Abril 40 anos
∴ - Pensávamos
que o salazarismo, a ditadura, o fechamento era a causa de todos os males do
país. Mas talvez fosse também consequência desses males. (H. Monteiro)
- Acrescentou por sua conta e risco. (António Barreto)
Expresso 25Abri 40 anos.
Etiquetas: Política 25 Abril
O Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Cristo, através do dom de línguas. Em 2014 será a 8 de Junho.
O Sardoal merece bem uma visita; de
entre tantos motivos, escolhi dois.
1. No belíssimo retábulo da capela do
Espírito Santo (ES), uma imagem de Pentecostes em que o ES ilumina os
discípulos fazendo descer sobre eles a graça do entendimento.
Sem qualquer trabalho de aprendizagem, a
força da crença permitir-lhes-á tudo perceber e o fogo sagrado fará que todos
entendam a mensagem, pela intercessão do ES.
2. No belo portal renascença da Miz, a imagem
clássica. Uma figura feminina (Senhora da Misericórdia) abriga sob o manto
aberto os que necessitem protecção.
Como sempre, dos três estados só figuram
a Clero e a Nobreza. Como se eles sentissem, mais do que o povo, necessidade
dessa protecção ao entrar na igreja, símbolo do outro mundo; o povo entraria
pela porta lateral.
É curioso que neste caso, o manto
simbólico também as protege das cagadelas dos pombos. Mas nem o manto evita que
as mãos da Senhora estejam sujas. Também as duas figuras de primeiro plano – um
rei e um Papa? – estão todas borradas; nem a coroa nem a tiara escapam.
Até a orla do manto da Senhora está sujo, o que não admira estando o chão uma
estrumeira onde se ajoelham os grandes do reino e da igreja.
3. Como até o regaço da Senhora está sujo, esta não será uma santa mas talvez uma rainha; não será a Rainha Isabel que deu foral à Vila em 1313, mas talvez D. Leonor que não era santa pelo que as rosas aqui seriam cagadelas
de pombas.
∴ Na verdade, sobre a imagem está uma figura
de pomba de asas de anjo; um outro ES que fará descer, em vez de línguas de fogo, cagadelas,
símbolos do adubo indispensável à propagação da semente?
Etiquetas: Pentecostes Espírito Santo Sardoal
Associação 25 de Abril
Um pronunciamento
militar levou à revolução.
Agora o regime impede que aqueles militares se pronunciem.
Etiquetas: política
A terra a quem a trabalha
Etiquetas: reforma agrária
Reforma agrária
A TERRA A QUEM A TRABALHA
O substantivo no portão aberto e o pronome demonstrativo da janela gradeada.
Etiquetas: reforma agrária política
A reforma necessária |
Author and cancer survivor Clifton Leaf says bureaucracy
and mismanagement have crippled the 40-year war on cancer. Six leading
oncologists identify a single strategy to make the oncology community a leaner,
meaner cancer-fighting machine. – Nancy Terry, Editorial Director,
Medscape
Oncology |
 |
Etiquetas: sociobiologia atrevida
O vídeo foi 'postado' numa
conta do Estado Islâmico do Iraque e da Siria, associado à al-Qaeda.
* Assim posta a Agência de Notícias de Portugal, S.A. e a SICNotícias copiposta.
Etiquetas: Jornais, media
Em vez de anunciar medidas concretas para atingir um
determinado nível de poupança, o Governo faz o contrário, ou seja, avança
primeiro com os números e depois "logo se verá"
Governo quer nova taxa em produtos com alto teor
de açúcar ou de sal.
Em vez de...
A chamada fat tax já é aplicada, de formas diferentes, em países como Finlândia,
França e Hungria. A Dinamarca desistiu.
* Atirar
dinheiro, açúcar, álcool, condimentos, embrulhos, promessas, medicamentos, drogas para cima dos problemas em vez
de os tentar resolver. Um governo à nossa imagem.
Etiquetas: política máscara tamponar
... pergunto-me o
que levou Viktor Ianukovitch, o último Presidente eleito ucraniano, a
subitamente alterar o trajecto do seu país quando este parecia inclinado a
aderir ao espaço económico europeu.
Na verdade, era provável que a breve
trecho a Ucrânia atravessasse um período de euforia, aumentos de salários
radicais, ...
Para
acelerar o passo desta evolução previsível viriam as importações dos tais
países hegemónicos, automóveis caros (e bons, certamente), TGV, maquinaria
sofisticada destinada a melhorar a produção (que de nada lhes serviria, e vou
já dizer porquê), encorajamentos a orgias de importações…
.... seguidos da reacção habitual
nestes casos: inflação galopante, desvalorização incontrolável da moeda… Enfim,
o clássico.
Etiquetas: economia consumo
O presidente do
Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) considera que,
antes da crise, os profissionais de saúde andaram "a fingir" que eram
ricos e a prescrever medicamentos e exames que "não eram
necessários".
"Andávamos a fingir
que éramos ricos: utilizávamos o dobro do papel necessário, prescrevíamos
medicamentos e análises a mais e repetíamos exames que não eram
necessários", disse Miguel
Oliveira da Silva, em entrevista à agência Lusa.
Para o presidente do
CNECV, "o desperdício nunca é saudável, não é pedagógico, nem
educativo", pelo que - considerou -, neste aspecto, "a crise obrigou
a uma concentração no que é essencial".
· L'essentiel est invisible pour les yeux."
· "Les grandes
personnes ne comprennent jamais rien toutes seules, et c'est fatigant, pour les enfants, de toujours leur donner des explications."
Etiquetas: consumo
As leis da inércia
Mecânica, económica e intelectual
O que é que pode explicar que continuemos há décadas (e
depois de terem entrado no país milhões em fundos da União Europeia
destinados à coesão social) com níveis de pobreza a rondar os 20 por cento da
população, e valores maiores quando falamos de mulheres, crianças ou idosos,
senão a ausência de políticas públicas verdadeiramente consequentes?
Etiquetas: política inércia mais do mesmo
Na Ladeira do Seminário; ainda se lê.
Etiquetas: política
Ao lavar o carro, limpo-o de poeiras do Saará;
“Se eu não vou ao Saará, vem o Saará ter comigo”,
(ditado saudoso dos berberes de Tarik).
Aprendi há pouco que afinal é pó e não areia que de lá vem; pó de kieselgur — uma rocha sedimentar silíciosa formada por micro-fósseis de diatomáceas -algas marinhas unicelulares que
segregam um esqueleto silicoso, que viviam no
Norte de África quando o Saará era mar.
Lavar o carro tornou-se muito mais agradável; há uma praia centro africana que vem ter comigo.
Etiquetas: pó kieselgur Saará praia
Ministérios
Há áreas em que a diferença de preços é
substancial. Um exemplo: no sector privado, os partos custam cerca de nove
vezes mais do que no público, conclui a Entidade Reguladora da Saúde (ERS)
Mas há um factor que pode justificar diferenças tão
significativas: um parto vaginal sem complicações tinha em 2003 um preço de
920,92 euros no SNS, para em 2013 cair 69%
para 292,46 euros.
* A
hotelaria (#) no SNS é mais cara do que no privado?
Preços de
partos no privado nove vezes (9x) superior aos do SNS?
O preço
dum parto no SNS baixou 2/3 dum ano para o outro?
Sendo
a ERS presidida por um ex presidente da Comissão para a Sustentabilidade do Financiamento do
SNS não ponho em causa estes dados que me
parecem muito estranhos.
P.S. (#) A "diária" de internamento não se refere apenas à hotelaria. Sendo assim, é óbvio que o internamento seja mais caro no SNS, que atende casos mais complexos.
Etiquetas: SNS preço
A nau portuguesa Flor de la mar, que naufragou em 1511 no estreito de Malaca,
contendo o despojo destinado ao rei D. Manuel terá sido encontrado.
Do que se perdeo
na náo Flor de la mar...

Nesta nau Flor de
la mar se perdeo o mais rico despojo, que nunca se vio, depois da Índia
descoberta, até aquelle tempo, e afora isto muitas mulheres grandes
lavrandeiras de bastidor e muitas meninas e meninos da geração de todas
aquellas partes, do cabo do Comorim pera dentro, que Afonso Dalboquerque trazia
pera a Rainha D. Maria. Perderam-se os castelos de madeira emparamentadas de
brocado, que o Rey de Malaca trazia em riba de seus alifantes, e andores mui
ricos de sua pessoa, todos forradas de ouro, cousa muito pera ver, e muitas
joias de ouro e pedraria, que trazia pera mandar a El-Rey D. Manuel: e se
perdeo huma meza com seus pés, forrado tudo de ouro, a qual Milrrhao deo a
Afonso Dalboquerque pera ElRey, quando lhe entregou as terras de Goa; e
chegando a Cochim com fundamento de a deixar ao Feitor, que a mandasse,
foi a pressa tamanha no embarcar, por bem da monção que se hia gastando,
que lhe esqueceo, e levou-a consigo, e os nossos por sua parte também perderam
muito. De maneira que quanta vinha na nau, e no junco, não se salvou mais que a
espada, e coroa de ouro, e o annel de rubi, que o Rey de Sião mandava a ElRey
D. Manuel; e o que Afonso Dalboquerque mais sentia desta perda foi a
manilha, que se tomou a Naodabegea, a qual trazia em muita estima pera lhe mandar,
por ser cousa de admiração o effeito della: e assi sentia muito perder os liões
que trazia, por se acharem em humas sepulturas antigas dos Reys de Malaca, e
trazia-os pera por na sua em Goa por memória daquelle feito, e de todos os
despojos, que se ali tomaram, estas duas peças sós tomou pera si, que
por serem de ferro eram muito pera estimar...
Comentários de Afonso Dalboquerque.
Conforme a
2ª edição de 1576 INCM 1973
Etiquetas: Malaca Flor nau
Respigo
O importante não
será fazer o melhor que sabemos, mas o que precisamos de fazer, mesmo não
sabendo, para sair do nosso limite. Aquilo que nos desloca se estamos fixos,
que nos fixa se estamos deslocados.
* Preciso e exacto.
Etiquetas: moral
Acertos do relógio parado:
Eu sempre disse...
Até que enfim...
A copiar-me...
Mudaste de opinião
Só agora?
Etiquetas: diálogo acerto relógio
Conceição Matos e Domingos Abrantes
O que era o seu pequeno-almoço em criança?
Domingos — Um café de chicória com pão.
Manteiga, não me lembro de ter comido.
Conceição — Em minha casa, café de cafeteira. Ficava a borra no fundo. A minha
mãe já tinha alguma idade e nós dizíamos: “Ah, mãezinha, passámos tanta fome.”
E ela: “Filhos, não digam isso. Nunca vos deixei passar fome. Encheram sempre a
barriguinha de sopa.” Não era a sopa que hoje comemos..., grossa, com feijão.
Era um caldo com meia dúzia de hortaliças.
D — Uma vez o meu pai foi despedido. Sensação terrível. É como desabar
um prédio. Posso imaginar, hoje, a situação de muita gente. Eu, felizmente,
nunca passei por isso, mas havia miúdos do meu bairro que iam à Sopa do
Sidónio.
A minha mãe teve
16 filhos. Eu conheci sete, contando comigo. Sobreviveram cinco.
Morreram de
doenças e necessidades
Conceição
O que era a Sopa do Sidónio?
D — Uma sopa do tempo do Sidónio
[Pais] que ficou, no tempo do Salazar, como a Sopa do Sidónio. Os miúdos iam
buscá-la em latões.
Com que é que sonhavam quando eram
crianças?
D — Isto hoje será difícil de entender, mas considero que tive uma infância
feliz.
C — Eu também.
D — Os meus pais eram pessoas paupérrimas, mas eram capazes de fazer
todos os sacrifícios para dar pequeninas coisas aos filhos. A minha mãe era uma
mulher de tipo prático. O meu pai era mais racional, com moral elevada. No
Natal púnhamos os sapatinhos na chaminé.
C— Nunca pus.
D — Um Natal, o meu pai disse: “Não ponhas o sapato que não vai aparecer
nada.” Não acreditei. No dia seguinte, não estava lá nada. Porque é que digo,
então, que foi uma infância feliz? Os pais saíam para as fábricas e os miúdos
viviam em bandos. Jogávamos à bola, íamos para a praia (as docas). O dia
inteiro entregues a nós próprios. Um grande espírito de solidariedade. Uma
marca destes bairros: a solidariedade entre vizinhos
Etiquetas: memória cria fome