alcatruz
Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt
30.6.08
respigoAjudar os que mais precisam e não os que mais reclamam
Abrandar os esforços de redução do défice orçamental, para gastar mais na área social, seria uma política de vistas curtas. Precisamos de contas públicas equilibradas, se possível com excedente (como em Espanha), precisamente para que o Estado possa ajudar os que mais necessitam.
Se a opinião prevalecente na nossa sociedade for favorável, por princípio, a ajudar os mais pobres, mas logo rejeitar indignadamente a mínima limitação de qualquer direito ou regalia, então a tão proclamada solidariedade não passará de uma palavra vã. Francisco Sarsfield Cabral. Público 30.06.2008.
Quando os pobres que precisam são uma minoria, será possível esperar solidariedade da "classe média", "endividada e depauperada" ... que exige apoios do governo contra a carestia da "sua vida"? A maioria dos votos vêm da classe média tal como os carros da Apúlia e os camionistas da Batalha.Etiquetas: equidade política
Uma terra de masseira com turismo de massa“o custo de vida aumenta”
“o povo não aguenta”
Em tempos o adubo era o sargaço, algas que crescem exuberantes nos recifes xistosos da Apúlia. O sargaço, generoso, continua a dar à praia, eutrofizado pelo adubo agrícola que escorre. Ainda se vêm montes de sargaços, a secar e fermentar. M
as a Apúlia está toda convertida ao turismo tuga. Uma terra de masseira convertida ao turismo de massa. Ao fim de semana é difícil chegar à praia, tantos os carros e tão estreitas as ruas. Muitos restaurantes à beira da areia – ao fim da tarde de sábado, já estavam “bem compostos” com grupos de jovens tugas a descansar de uma semana de trabalho, a braços com camarão e cerveja, e a preparar para a emoção da final do europeu.
No domingo era impossível almoçar; todas as mesas de todos os restaurantes estavam cheias com a classe média e média baixa em lista de espera. À mesa, ninguém recusava as “entradas”; a sobremesa era farta e doce.
A televisão mostrava o jornal da tarde da SIC; nas legendas lia-se que “os quadriciclos não tinham “air-bag”, o que expunha a graves acidentes os velhotes que os guiavam em contra mão...
O jornal destacava a proposta do CDS para que fossem obrigatórias 10 horas de formação em primeiros socorros, a incluir no curriculum do 9ºano " para assegurar que no futuro a maioria da população esteja apta a prestar cuidados em caso de emergência e também para tentar que chamem o 112 por brincadeira"....... com o apoio entusiástico da SP de Cardiologia.
O programa seguinte (FAMAShow) exibia famosos que o eram por ter fama disso.
Fora nesta semana que o novo PSD protestou contra o sacrifício financeiro imposto à classe média, endividada e depauperada, ... e que já não tolera o novo-riquismo faraónico e autista do Governo. Rui Moreira . Público 30.06.2008.
E que a CGTP promoveu mais uma manif contra a carestia de vida: o “custo de vida aumenta” e o “povo não aguenta”. Se isto não é o povo, onde é que está o povo? Etiquetas: Apúlia classe média
Turismo em campos de masseiraOfir é uma península entre o mar e o Cávado; o hotel, de serviço excelente, foi construído sobre uma alta duna primária – que, há anos, teria sido a secundária --e que a travessa quase toda. Pior, só os dois arranha-céus vizinhos que a destruíram.
O edifico do hotel estende-se de Nascente para Poente; a piscina e o relvado ficam assim protegidos da nortada e da brisa marinha, pela duna. Uma óptima localização; há dias, à tarde, quando lá fora estava uma nortada muito fresca, ali estava-se muito bem. Dois km para o interior, e o calor era intenso.
A topografia do hotel e da duna replicaram a dos campos de masseira da vizinha Aguçadoura; para aproveitar a terra da beira-mar, foi necessário afastar a areia que a cobria e que ficou a bordar os rectângulos agrícolas – os campos
“de masseira”, da forma dos grandes tabuleiros onde se amassava a farinha para o pão.
A terra fértil e o microclima assim protegido da nortada, da maresia e do calor excessivo, explicam a excelente
produtividade. Hoje tudo está coberto de plástico – os campos são estufas, as masseiras são campas – e a produtividade ainda é maior, potenciada pelo adubo, cujo cheiro empesta o ambiente.
À beira da estrada, as lavradeiras vendem os produtos da terra – um belíssimo espectáculo dum mercado-festa -- do produtor ao consumidor sem manipulações intermediárias. Etiquetas: Ofir masseira
Tráfego nos acessos a Lisboa em forte queda Crise. Tráfego rodoviário médio na Marginal atinge um decréscimo de 8%, enquanto nas pontes sobre o Tejo a descida varia entre os 3% e 4%. * Numa sociedade de mercado, os comportamentos são determinados pelos preços; o preço da gasolina (a crise) leva a comportamentos correctos. Era assim, em crise, que curavam muitas doenças no passado; espontaneamente, que os remédios eram pouco eficazes.Etiquetas: bazar tráfego crise
Ratos especuladores *
Os mercados de acções antecipam sempre os ciclos económicos. Se os investidores fogem é porque não há prosperidade à vista; quando a tempestade se adivinha lá longe, todos querem ser os primeiros a ir embora, vendem e as cotações caem. Paulo Ferreira. Público 30.06.2008
Trepam pelas amarras para entrar em alta e para sair em baixa; as marés do bazar dependem da entrada e saída dos ratos.
* espéculo s. m., instrumento que se introduz em certas cavidades do corpo a fim de permitir a observação do interior. Etiquetas: mercado bazar ratos
26.6.08
Justiça, carimbos e amarrasDois juízes agredidos por dois condenados na sala do tribunal no final da leitura da sentença de 18 arguidos acusados de tráfico de droga. Dois dos condenados galgaram a mesa que os separava dos juízes e agrediram a murro e a pontapé o juiz-presidente e uma juíza. Alguns dos familiares dos arguidos tentaram também agredir os magistrados. A confusão instalou-se na sala dos Bombeiros da Feira, onde temporariamente funciona o tribunal que está inutilizável. 
Guardas prisionais, militares da GNR à paisana e agentes da PSP, totalizando quase duas dezenas de efectivos, restabeleceram a ordem em dez minutos.
A juíza-presidente do Tribunal da Feira, garantiu que a segurança policial "estava assegurada": "O número de efectivos era o normal para este tipo de processos, mas a forma como a sala estava organizada é que potencia este tipo de ataque", disse.
1. Dado o cenário topográfico e etnológico, não seria de prever um incidente destes? A juíza-presidente do Tribunal da Feira, garantiu que a segurança policial "estava assegurada": “a forma como a sala estava organizada é que potencia este tipo de ataque", disse. Mas não seria de esperar que "o número de efectivos (que) era o normal para este tipo de processos” fosse revisto de acordo com “a forma como a sala estava organizada”?
A juíza usou o carimbo como martelo. 2.Quase duas dezenas de efectivos de guardas prisionais, militares da GNR à paisana e agentes da PSP não evitaram um previsível desacato?
3. Para o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público: «É uma justiça absolutamente incapaz de afirmar o sentimento de autoridade e responsabilidade do Estado de segurança aos cidadãos. Espero que isto sirva de vez de alerta para o Governo resolver também de vez esta situação».
Também o presidente da Associação Sindical de Juízes se mostrou indignado: «Isto só está a decorrer porque o Estado tem estado a degradar as condições mínimas de dignidade
e segurança de funcionamento dos tr
ibunais”
* Vasco Moscoso de Aragão preside aos Sindicatos dos Magistrados do Ministério Público e dos Juízes. Por não saber adequar os meios às circunstâncias, manda amarrar todos os cabos. Pelo menos o outro não os amarrou ao Estado.
Etiquetas: justiça tribunal pilatos vasco moscoso aragão
Código do trabalhoO despedimento por inadaptação funcional do trabalhador não devia incluir também o patrão?Etiquetas: política classes Amen
25.6.08
Reunião de curso em Alcobaça
A ministra
Ao lado, nesta ala, fica o ... refeitório, na imponência dos ágapes. E a cozinha, onde se assava um boi inteiro. Mas ai
nda lá está a ministra. «A ministra» era a porta que dava passagem do refeitório para a cozinha. Estreita, no pequeno arqueamento gótico. Quando a gordura da terra se prolongou na eminência dos estômagos, a ministra já não servia para passar gente, mas apenas para passar pratos e sobras. .O mosteiro teve vários tempos. O tempo de arrotear a terra e ser benéfico. E o tempo de viver à custa da terra e ser inútil. Sabes, todos somos construtores de tempos ou parasitas de tempo....
Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002
Etiquetas: Alcobaça ministra
Necessidades inclusivas especiaisMário Nogueira afirmou que com a entrada em vigor da nova legislação «60% dos alunos com necessidades especiais da região Centro vão perder os apoios que tinham». «Cerca 10% dos alunos portugueses têm necessidades especiais, mas o Ministério da Educação fixou uma taxa de apoio de apenas 1,8%».
Segundo os responsáveis, a utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, imposta pelo Decreto-Lei n.º 3/2008, «será um factor de discriminação, pondo em causa a escola inclusiva».
1. Afinal não são metade das crianças que vão perder apoios mas metade das que teriam necessidades especiais. Uma imprecisão atribuível a necessidades especiais do jornal.
2. Parece-me bem que se usem critérios fiáveis como os de uma “Classificação Internacional”; se a sua adopção levou a um tão grande corte nos apoios a crianças com necessidades especiais, leva-me a questionar se os critérios anteriores não seriam demasiado amplos. Será de esperar que 1 em cada 10 crianças tenha necessidades educativas especiais que exijam apoios especiais do ME? Etiquetas: escola
respigoLições europeias
A UE é apenas outro meio de os Estados europeus continuarem as guerras do passado. Rui Ramos. Público 25.6.2008
UE... carente de matérias-primas, carente de energia, carente de mão-de-obra, e ... de confiança. Adriano Moreira. Etiquetas: Europa história
Euro 1529Há cinco séculos, o destino da Europa decidiu-se às portas de Viena.
Solimão, o Magnífico (1494 - 1566); durante seu reinado, o Império Otomano alcançou o seu apogeu, com o exército turco a chegar às portas de Viena.
Carlos de Habsburgo (1500-1558), Rei de Espanha (Carlos I) e Imperador da Alemanha (Carlos V).
Ivan, o Terrível (1530-1584), primeiro czar de todas as Rússias.
Em 1526 o exército de Solimão anexara a maior parte da Hungria. Os exércitos de Carlos V, com o apoio dos do seu irmão Ferdinando, Arquiduque da Áustria reconquistaram a Hungria e, por duas vezes, resistiram aos ataques turcos a Vienna (1529).
O destino da Europa decidiu-se num conflito entre uma potência central e três periféricas: duas meio-asiáticas e outra meio-sul-americana.
Etiquetas: Europa
A facilidade dos exames – uma crítica desfocadaO que conta é a competência, não a competição.Os exames servem para avaliar se os objectivos foram cumpridos e em que grau; os do ensino secundário são aproveitados como critério de acesso à Universidade, uma solução de facilidade que as Universidades lamentavelmente toleram e cuja justiça, fiabilidade e valor prognóstico está por avaliar. Esperava que este expediente fácil fosse criticada; mas prefere-se criticar os exames.
Um exame fácil não leva a trabalhar menos; os alunos só sabem que o exame foi fácil depois de o realizar. Um exame fácil só é injusto se não for válido, o que não parece ter sido o caso*; a validade é uma qualidade mais importante que a discriminação.
Que os alunos critiquem a facilidade do exame não porque o não tenham considerado válido (abrangente e justo) mas por não ter sido suficientemente discriminativo tem a ver com o facto da juventude já ter adoptado os valores sociais dominantes - o primado do sucesso individual num quadro de competição desapiedada. Mas o objectivo da aprendizagem é a competência, não a competição.
*A Associação Portuguesa de Matemática considerou abrangentes e justas as provas de matemática do 12º ano.Etiquetas: competência competição exames
24.6.08
O claustro do silêncio Alcobaça
O silêncio. A outra parte inaudível das palavras ... as palavras apenas servem para comunicar relações e os silêncios para traduzir as ilações. Por isso são muito mais eloquentes.
Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002
Etiquetas: alcobaça silêncio
Prejuízo de intenção1.
Governo esconde contas da saúde ao Parlamento. A análise da UTAO diz ter ficado "prejudicada pelas deficiências que a informação disponibilizada pelo governo apresenta", dizendo que para além da área da Saúde, faltam dados em matérias como o PIB e as contas das administrações públicas para 2008-2011.
2. Agora, constatado o seu desequilíbrio e falta de vergonha, só podemos explicar o seu protagonismo porque está a servir bem quem o nomeou. JMF. Público 24.6.2008
3. ... o que o reforço eleitoral dos partidos à esquerda do PS pode acarretar é, sim, a derrota deste e... a vitória da direita. Resta saber, aliás, se não é esta a hipótese que no fundo mais acalentam! VM. Público 24.6.2008
Espectáculos permitidosSó há três países europeus onde são permitidas touradas - Portugal, Espanha e França. Foram pedidas directivas claras ao Papa para os espectáculos "sangrentos e odiosos".
Em Portugal só quatro hospitais deixam os pais assistir à cesariana.Etiquetas: touradas cesarianas
Lobby contra bullying touros
* Bem podia aproveitar para decretar “penas não meramente simbólicas” sobre as bestinhas “que têm força de bullying” e os pilatos que fecham os olhos e lavam as mãos.
Etiquetas: bullying
Silogismo estatístico absurdo65% dos alunos estão envolvidos no bullying 
Dados de inquérito a alunos do 2.º ciclo da Grande Lisboa.
65% dos alunos estão "envolvidos no bullying"; é um valor normal.
Só 3% dos abortos são feitos por razões médicas. É um valor anormal.
Em Portugal é normal que os cachopos agridam e insultem os mais pequenos mas é anormal só fazer abortos por razões médicas.Etiquetas: estatística bullying aborto tuga
23.6.08
respigo«O contributo das religiões para a paz» O meu Mosteiro nasceu com os alvores do reino, quando, por esse mundo de Deus, cistercienses e templários pensavam renovar o universo. Uns organizando a terra. Outros indo ao encontro das origens da crença, procurando o que havia de comum nos credos. Isso foi um sonho de antes que alguns fizessem da religião um montão de regras. .
... uma aversão tão profunda quanto apenas a aversão religiosa é capaz.
É feita de uma animadversão de malquerença, horror, raiva, rancor, desafecto, inimizade, abominação, que só se apaga destruindo, apagando, queimando o objecto de tal sentimento, numa fogueira de labaredas infernais, que tudo destrua e não acabe nunca. Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002Etiquetas: religião
Abortos no SNS Etiquetas: aborto SNS
respigoBoas para as massasas elites só sobrevivem se forem boas para as massas. João César das NevesEtiquetas: elites política massas
Oniomania ... o consumo transformou-se no mais importante ideal de afirmação social, económico, status, etc. A identidade social do indivíduo, agora massificado, já não o remete, como outrora, para a família de referência ou para a função (profissão) desempenhada, mas, cada vez mais, para o seu estilo de consumo. Paulo Vieira de Castro
A IC19 para a UniversidadePerto de 60% dos estudantes do 12º ano recorrem a explicações para melhorar os seus desempenhos escolares. A competição nos exames nacionais de acesso ao ensino superior é a principal razão destes números.
Famílias gastam em média 150 euros por mês com explicações, o que acentua desigualdades sociais.Projecto "Xplika" da Universidade de Aveiro. Público 22.6.2008
.
* O objectivo não é ser o de maior (ou dos de maior) sucesso mas ser muito bom; o modelo da selecção para a Universidade não deve ser o da qualificação dos mais aptos para as medalhas dos jogos.
Um sorteio entre os de muito boas classificações não comprometeria a eficiência do ensino, recrutaria caloiros com curricula e personalidades muito mais variados, atenuaria a tentação da droga "Xplika" e seria socialmente muito mais justo.Etiquetas: Universidade acesso explicações
Tugas do IC 19
Para Sintra pela IC 19. Muito trânsito; não tenho muita pressa pelo que tomo a fila do meio deixando a esquerda para os ligeiros apressados e a direita para os pesados. Não tarda, sinto-me pressionado; aproveito um espaço entre os camiões e deixo passar um gaivoto que já me acendeu os faróis. Má opção; atrás dele surgem muitos outros - nunca mais terei oportunidade de voltar à fila inicial.
Arrependo-me; da próxima vez, em vez de dar passagem, acelero.
É a via rápida da “civilização do consumo” onde sobrevivem os “mais aptos”; que exalta a ganância e faz emergir o bárbaro que há em nós.
Etiquetas: consumo automóvel
A ressacaEtiquetas: futebol bandeira
22.6.08
Reunião de curso em Alcobaça
Inês de Castro, um mito de Coimbra«Mandou fazer um muimento de alva pedra, todo mui surilmente obrado, pondo elevada sobre a tampa de cima a imagem dela com coroa na cabeça, como se fora rainha; este muimento mandou pôr no Mosteiro de Alcobaça, não à entrada onde jazem os reis, mas dentro, na igreja, à mão direita, acerca da capela-mor.
E fez trazer o seu corpo do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, onde jazia, o mais honramente que fazer se pode [...]. Pelo caminho estavam muitos homens com círios nas mãos de tal guisa ordenados, que sempre o seu corpo foi por todo o caminho por entre círios acesos; e assim chegaram até ao dito Mosteiro, que eram dali dezassete léguas, onde com muitas missas e grande solenidade foi posto em aquele muimento [...].»
Crónica de D. Pedro I, de Fernão Lopes. A ler com uma balada do Tuna como fundo.
A imagem deve ser um fiel retrato de Inês; D. Pedro aprovou-a.
Etiquetas: Alcobaça Inês
A Universidade desencanta ou decanta?Regime de prescrições ameaça milhares de alunos do ensino superior.
Público 21.06.2008.
Desde que não ameace os alunos estudantes.NB. O líquido decantado ainda contém impurezas.Etiquetas: Universidade
Sociobiologia atrevida
Homeopatia
Não vai ser fácil a alguém tão austero, sobranceiro e pragmático criticar a austeridade, sobranceria e pragmatismo de Sócrates, com verosimilhança e resultados. Nuno Brederode Santos. O que separa o PS de José Sócrates do PSD de Manuela Ferreira Leite não é muito, nem
intransponível. VPV. *A alegada eficácia de fármacos com efeitos semelhantes aos da doença. “Similia Similibus Curantur” .
A alegada eficácia das soluções infinitesimais onde não restam vestígios do suposto medicamento.
Etiquetas: Sociobiologia atrevida homeopatia
CatástrofeHaverá alguma entidade preparada para uma catástrofe destas, salvo os tablóides?
Os jornais sensacionalistas e o tenente Drogo (Dino Buzatti, O deserto dos Tártaros)
Etiquetas: catástrofe
21.6.08
A parábola
É mais fácil esperar o milagre da multiplicação dos peixes que partilhar os que há.
A divisão é operação aritmética mais complicada.
Etiquetas: sardinha solidariedade
Mercado do luxoO mercado do luxo, ao contrário de outros, está a viver dias de crescimento.
A crise não parece afectar os bolsos de todos os portugueses. Mesmo caro, muito caro, há listas de espera.
Comprar uns sapatos de mais de mil euros é comprar uma emoção.
*É uma epidemia que atinge todos – ricos e pobres. Aqueles podem bem; estes mal, por isso sofrem -- dantes, andavam descalços; agora, até as sapatilhas (os ténis) lhe apertam, se não forem de marca ...Mas “
Mudar de vida” seria o fim de uma civilização.... VPV Etiquetas: mercado bazar luxo
Reunião de curso em AlcobaçaDeixa-me gozar o descanso das lembranças, nesta ala do claustro de D. Dinis. Sempre gostei de olhar a Lua a entrar pelo rendilhado do claustro. O céu deve ser isso, o gosto das coisas através do rendilhado ilógico do destino. O inferno, ao contrário, deve ser as regras, na quadratura fria do fundamento lógico. Quanto mais leis fazemos, mais infelizes somos. Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002Etiquetas: Curso Alcobaça Mosteiro leis
Nascer em segurançaO sistema de segurança em vigor na Maternidade da zona verde de Bagdad. 1: uma pulseira de identificação no punho do bebé2: uma pulseira electrónica no tornozelo do bebé3: mães vigilantes dos recém-nascidos na maternidade4: câmaras de vigilância nas saídas 5: porta com código digital secreto6: porteiro tem uma lista das mulheres internadas e controla a entrada das visitas7: saída do serviço permitida com alta e se toda a documentação estiver assinada e carimbada pelo pediatra e obstetra.* Imagino o que acontecerá se faltar a energia ou em caso de fogo. Preocupo-me mais com o que isto significa.
Etiquetas: segurança alarme maternidade
A gordura não é miscível na água
O estudo indica que existe um indicador de prevalência de pré-obesidade em Portugal de 22,6% e que 1292 casos em estudo preenchem os critérios de excesso de peso. Já no que respeita à obesidade, 445 crianças e adolescentes do total de casos analisados preencheram esse parâmetro, o que permite concluir que há um indicador de prevalência de obesidade em Portugal de 7,8%, que atinge, na maioria raparigas. LUSA * Perceberam? A jornalista LUSA também não. Mas é difícil uma redacção clara de um tema hidrófobo.Etiquetas: gordura obesidade jornal
Autodidactas Nos primeiros seis meses da lei do aborto a pedido, 6287 mulheres pediram para o fazer. Quase 60% na grande Lisboa. 2/3 das mulheres tinham 20 a 34 anos; em regra mulheres solteiras e sem filhos. 70% dizem que ninguém as informou sobre métodos de planeamento familiar.
*Também se queixarão que ninguém as informou sobre os efeitos secundários das uniões de facto consumadas?
O estudo não informa como aprenderam a pedir.
O Público censura a DG Saúde por não ter dado essa informação (que mulheres adultas e letradas não pediram)... uma crítica semelhante à que os burocratas de Bruxelas farão ao governo do Eire.
Para o jornalista, a DG Saúde depende do Ministério da Assistência Social aos Inimputáveis.
Etiquetas: aborto jornal
20.6.08
A “civilização” opulenta“Mudar de vida” seria o fim de uma civilização.... VPV 1. A obesidade está a aumentar rapidamente em Portugal. Em todas as idades a percentagem de obesos cresceu de forma significativa em comparação com o anterior inquérito. Inquérito Nacional de Saúde (2005/2006).
2.Portugal anafado. 31% das crianças e jovens têm peso a mais.
3.A DeCo quer que a publicidade aos alimentos infantis seja muito mais restrita. "As crianças pedem e não é fácil aos pais dizerem que não."
4.A obesidade custa a Portugal cerca de 500 milhões de euros por ano. E em vários países europeus já representa 5% do total da despesa pública com a saúde. J.Pereira e Céu Mateus, Custos Indirectos associados à obesidade em Portugal.
A casa do Ronald 
A primeira Casa Ronald McDonald em Portugal; um conceito desenvolvido pelo fundador da cadeia de hamburgueres McDonald's e posto em prática nos Estados Unidos e Europa. Em Lisboa, a Casa está instalada junto ao Hospital D. Estefânia e oferece, gratuitamente, apoio e estada a familiares de baixos
rendimentos das crianças que se deslocam de diversos pontos do país para receber tratamento prolongado a vários tipos de cancro. A McDonald conseguiu ainda a contribuição de instituições e empresas portuguesas para concretizar este projecto - que melhora quem dele beneficia, mas também quem o apoia.
* Há um Pangloss onde menos se espera. Etiquetas: mcDonald Pangloss obesidade civilização
... sem comedoria é gaita que não assobia
O capitão Gonçalo Rodrigues, o Roas, era homem de grande destemor e força. O Condestável deu-lhe por missão atacar e tomar a bagagem e
a carriagem, na retaguarda, dos castelhanos. Ele assim o fez, e bem. Deixou o exército de Castela sem abastecimento, gados e apoio. ...
No sítio de fazer o rancho estavam os caldeirões de bronze... Diz-se que o Roas ergueu um dos caldeirões em peso, pondo em fuga os castelhanos, ao verem a força de avantesma do português. Um dos caldeirões ainda lá está, a um canto da sala dos reis. Para memória.
...
Nem o rei Filipe, quando passou por Alcobaça, se atreveu a destruí-lo.
- Vontade não lhe terá faltado, Elias.
- Ele era um homem respeitador e tinha sangue português, pois era ... neto... do rei Manuel. Mas, quando visitou o Mosteiro, todos os nobres castelhanos lhe sugeriram que o caldeirão fosse destruído, para «olvidar aquella verguenza», como diziam. O rei Filipe mostrou-se renitente. Então, um nobre, usando um argumento sibilino, deu a ideia de que o bronze do caldeirão fosse derretido e com ele se fizesse um sino. O rei Filipe disse, com ironia: «Se ele já assim faz tanto ruído, o que não fará se o vertermos em sino.» E assim se salvou o caldeirão. Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002
Etiquetas: caldeirão Alcobaça batalha
Respigo Notícias de um dia nefasto
1. Portugal é o país europeu onde a alimentação mais pesa nas despesas totais das famílias, um valor (17%, sem álcool), superior ao de Itália, Espanha e França. «O Observador Cetelem».
2. Os portugueses são os que maior fatia do orçamento gastam na saúde, nos hotéis e nos restaurantes. No ensino somos os quartos. Eurostat
3. Portugal anafado. 31% das crianças e jovens têm excesso de peso.
4. O melhor multibanco da Europa é o português. Associação de Pagamentos do Reino Unido
5. “Mudar de vida” seria ... o país devolvido a 1948, antes de enriquecer e engordar com o petróleo barato.
Toda a gente andava de eléctrico ou de autocarro. Ninguém desaproveitava comida; ninguém acendia a luz sem precisar. Em Londres as pessoas contavam tostões – libras- e andavam vestidas “para durar”. VPV
Somos os que mais gastamos nos frascos, nas “análises” e no prato; nem tanto nos livros. Pangloss teme pelo fim desta “civilização” opulenta -- “seria pior do que uma revolução, seria o fim de uma civilização...” acha que o apelo “para “mudar de vida” é uma pura fraude com que os políticos mistificam a populaça.”Etiquetas: obesidade consumo economia
19.6.08
Reunião de Curso em Alcobaça 3
O que terá levado os condiscípulos de há mais de meio século, todos com mais de 70 A, a vir passar um dia no Mosteiro? A fadiga dos anos que recomenda pousada? Aconselhavam-nos a pensar na reforma a partir dos 40; será que, subconscientemente, estaríamos a pensar regressar a uma República de Veteranos?A genica de quase todos não o sugere mas que melhor imagem disso que um mosteiro para onde se retiravam os terceiros filhos das famílias fidalgas que não podiam aspirar a herança que lhe mantivesse o padrão de vida habitual? Sem o apoio da família reuniam-se aos do mesmo estatuto para obter por cooperação o que tinham perdido pelas leis do tempo. A soma do pecúlio de muitos, mesmo que pequeno, resultava numa boa soma que ia sendo adicionado pela piedosa esmola de alguns; bem gerida, daria um bom retorno, tanto mais que não haveria herdeiros a partilhar o bolo. Ali conviviam com os da mesma condição, retirados do mundo, reformados. E lá iam ficando, recolhendo memória, escrevendo história.
- Para a Livraria, frei João!
Livraria! Casa de livros. Era assim que os cistercienses chamavam à biblioteca e ao seu arquivo. O maior tesouro do espírito que existia em terras do reino. Corremos por entre as gentes, atentas só à pilhagem, como aves de rapina agindo a destempo, com pressa de fugir com o esbulho e a má consciência. A porta da Livraria estava arrombada. Alguns carregavam códices e ameaçavam pegar fogo àquele amontoado de séculos de pensamento.
Os dois agarrámos, por instinto, cada um seu barrote e aos gritos irosos expulsámos os intrusos, que fugiram sem mais dizer, apanhados pelo imprevisto e desencontrados pela sem-razão dos actos. Ficámos à porta da Livraria, como guardiões de dimensão sobre-humana..
Dias depois, o visconde de Seabra e o senhor Alexandre Herculano chegaram ao Mosteiro. Pelo chão, restos de tudo, como se tivesse havido uma batalha e um fogo-de-santelmo tivesse descido pela torre até ao espavento da baixeza dos homens.
- Chegamos tarde, senhor Alexandre Herculano - disse o visconde. - Foi para isto que fizemos revoluções de liberdade, para
combater o atraso?
Quando chegaram à porta da Livraria, o espanto foi geral. As prateleiras vazias, as cadeiras quebradas e bocados de papel por todo o lado diziam bem da depredação que por ali passara. - Os códices? Os códices? - gritou Herculano.
...
- Aguardai - disse frei Elias. Vinde ver o trabalho das minhas noites desde que os cistercienses abandonaram o Mosteiro.
E frei Elias, foi abrindo as capelas funerárias e arredando as pedras das campas. Perante o espanto geral, surgiram à vista de todos os livros, os códices, os maços de documentos que frei Elias ia mostrando e retirando. (Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002). Etiquetas: curso Alcobaça
18.6.08
A porta dos Códigos
A porta dos sinais. Vês. É bela como uma vertigem. Fica a meio da altura da nave. Em baixo fica o transepto, a visão dos túmulos e o mundo que nos entrava pela nave dentro. Vê em volta
. Estão gravadas todas as marcas de canteiro que encontras espalhadas pelas paredes e colunas do templo. Fui eu que as fiz. Juntei-as aqui todas. Já não são mais marcas de canteiro. São os códigos da minha vida. Por isso lhe chamo «a porta dos códigos». Dela vi o céu e dela fiz da minha vida um inferno.
- Desenhei durante dias todas as marcas. Uma variedade infinita de símbolos abstractos. Assim como seres de outro mundo, que a alma d
e cada um gravou na pedra.
A porta ficou primorosa e bela, assim cercada, na sua volta plena, de todas as marcas de canteiro. Ainda assim está. E ficarão gravadas para sempre na pedra. No futuro olharão aquela a que chamei «a porta dos códigos» com curiosidade e enlevo, sem nunca lhe saberem a origem e o sentido. É assim em tudo. Aquilo que somos, o sentido das coisas, para nós, morre connosco. Frei Elias Cravo dixit. Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002 Etiquetas: Curso Alcobaça Mosteiro siglas
Reunião de Curso em Alcobaça 2
O Mosteiro é um bom exemplo para “edificação” da meia-idade; sobre uma bela base proto-gótica tentaram enxertar uma máscara barroca, então na moda. Ficou esta miscelânea que vale mais pelas proporções que pelos detalhes; não valeu a pena a plástica.
O esplendor da nave central não precisa de adereços. Continua magnífica como quando foi construída segundo a regra despojada de Cister; como se a pilhagem bárbara da multidão em fúria vingativa, “queimando, partindo e roubando tudo, num pandemónio indescritível de cobiça e desmando” quando as Ordens foram extintas fosse a caldeira do alambique onde se destilou a história para condensar a essência.
“... já a multidão se espalhava pelo Mosteiro, queimando, partindo e roubando tudo o que encontrava, num pandemónio indescritível de cobiça e desmando. Os frades tinham fugido cada um para destino incerto, temendo pela vida. Uns refugiaram-se nas granjas. Outros meteram-se ao caminho para outros mosteiros. Os mais procurando no anonimato a segurança. Muitos levaram, eles próprios, alguns bens de
maior valor e mais transaccionáveis, temendo pelo futuro. E a dor inacreditável, que ainda há pouco parecia impossível, de ver o Mosteiro abandonado, Santa Maria de Alcobaça, na sua descomunal grandeza, a mais rica entidade do reino, reduzida a uma inerte soma de paredes e edifícios devassados por uma febre devoradora de depredação, latrocínio, pilhagem e saque. Como se uma infinita tristeza vestisse de luto invisível aquelas pedras pelo tempo fora. Até nunca mais." (Luis Rosa)
O canto coral gregoriano pega nas palavras, acentua as sílabas, torce-as, estica-as até ao limite – à espera que se depurem da ganga literal e fique apenas a essência da mensagem, perceptível por todos, clérigos ou leigos, letrados ou não – Pentecostes – que todos são filhos de Deus.
O que o coro fez com as palavras, o Tuna e o Durval fizeram com os sons das cordas, António Vieira com as frases e o estatuário com a pedra: "Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe, e, depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o cinzel na mão, e começa a formar um homem, primeiro membro a membro, e depois feição por feição, até a mais miúda: ondeia-lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afila-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos; aqui desprega, ali arruga, acolá recama, e fica um homem perfeito, e talvez um santo que se pode pôr no altar."
É gratificante pensar que todos estes sons e os passados ficarão gravados nas pedras
do Mosteiro**, para sempre disponíveis como nas espiras do vinil, à espera que os recuperem e interpretem; as pedras aguardam pacientes e impassíveis, como as siglas nas paredes ou a esfinge da mitologia. Daqui a alguns anos será possível recuperar toda a memória sonora aqui arquivada todos estes pelas séculos e restaurar a história e a melodia desta tarde – a balada das Alpenduradas por exemplo.
* O Pinto Mendes, outro condiscípulo melómano (chefe de naipe do Orfeon), explicou porque é que os sons da guitarra do Tuna eram tão puros – dedilhava as cordas sem as arranhar. Brilhante diagnóstico; aqueles que sempre apreciaram as originais interpretações do Jorge, a melhor guitarra da nossa geração, têm agora um novo argumento.
A explicação terá a ver com a sua formação; o facto de ser médico, cardiologista e Professor da Universidade justificam esta técnica requintada -- a preferência pelos tons puros das cordas sem qualquer sopro adventício, sinal de incompetência valvular.
** ... esta noite passei-a a ouvir os sons inaudíveis de tudo o que foi dito neste Mosteiro, em todos os séculos da sua história.(Luis Rosa)
Etiquetas: Curso Alcobaça Mosteiro
Exame nacional de Português levanta dúvidas. Público 18.06.2008
*Não é surpresa; basta ler os jornais.
A rapariga está dentro da casa dos pais. Público 18.06.2008
O género masculino domina o índice "Esperança média de vida sem nenhum tipo de incapacidade". Público 17.06.2008... os portugueses são os mais prudentes no que se refere a gastos relacionados com actividades culturais e de lazer, que ocupa apenas 7% do orçamento familiar.
Os meios e os finsRaptou o bebé "por amor" ao companheiro. Rapto do bebé: Falha no sistema de segurança. Hospital não regista visitas
A maioria disse que o principal motivo da viagem era a busca de uma vida melhor. Mª José Morgado. "Tráfico de Mulheres no Contexto da Exploração Sexual: Cenários Luso-Brasileiros". Diário de Coimbra 13.6.2008
... a Europa tem pela frente quatro grandes desafios que até agora não dá grandes mostras de estar a conseguir vencer: competitividade, energia, imigração e segurança... a resposta para qualquer deles passa, inexoravelmente, pela capacidade europeia de se dotar de uma política externa e de segurança comum. Felipe González no El País.
* Consumo, investimento, energia, produtividade, técnica, defesa, competitividade, segurança...
Não é o momento de rever os objectivos (o que queremos e para onde vamos) e não apenas os meios e os instrumentos clássicos?
Etiquetas: PC política consumo
Sociobiologia atrevidaO bloqueio das artérias
De súbito, o Estado viu-se confrontado com movimentações "inorgânicas", de camionistas e de pescadores, sociologicamente situados à direita.
Porém, no que parece a força inexpugnável do "mercado" e do que lhe subjaz, consiste, também, a sua fragilidade. O Estado português arquejou de pavor. Bastou que um movimento "inorgânico" juntasse os elos. Uma vez mais, Sócrates não percebeu os sinais. E a esquerda, no geral, também não. Mas algo de novo abalou o esquema. Baptista Bastos. 
*As artérias resolveram entupir, cansadas da dificuldade crescente em transportar oxigénio e energia ao tumor consumista. Todas as células sofreram – as cancerosas, que mais energia estavam habituadas a consumir, e às outras, de que sofreram mais as mais carenciadas, como sempre. Todas clamavam por energia mais barata e exigiam que o sistema imune atenuasse o imposto - o que favorecerá a expansão do tumor que vai acabar por liquidar as células normais e as do tumor. Etiquetas: Sociobiologia transportes camionistas greve
17.6.08
Reunião de curso em Alcobaça 1Começámos o dia com uma visita ao Mosteiro; em procissão seguimos a guia, pequena para tanta gente, recordando o Claustro do Silêncio (Luis Rosa. O claustro do silêncio. Presença 2002).
No refeitório não havia “Pousada com mantimentos, Mesa posta em clara luz, Sempre espe
rando, Com dobrados mantimentos” que ainda era cedo para almoço; esperavam-nos três cónegos regrantes (Frei João, Frei Joaquim e Frei Mário) , a cabeça coberta com o capuz do “escapulário negro sobre a veste talar branca” (Luis Rosa) que prescreviam remédios para todos as maleitas. As receitas, tiradas de um alfarrábio de Gil Vicente e adaptadas aos males presentes, mantinham o sabor original da botica: “Era grande e famosa a botica de Santa Maria de Alcobaça. No meio daquele universo de escorredores e passadores, espátulas, raladores, retortas e alambiques, jarros e provetas, procurou infusões e cataplasmas, tisanas estimulantes, xaropes e inalações que pudessem trazer ao mundo dos normais o v
elho...” (Luis Rosa)
Depois de almoço, fomos chamados a Capítulo onde uma freira nos recordou a vida dos monges no Sec. XVIII, razão de sobra para a abolição das Ordens – as rendas do Mosteiro incluía milhares de ovos, centenas de galinhas, vacas e carneiros, peixes diversos que, alem disso tinha o monopólio dos moinhos, dos lagares, das adegas e dos teares. A sala dava para o Claustro do Silêncio que os turistas não respeitaram enquanto não começou o concerto de cordas do Jorge Tuna*, nosso condiscípulo, e do Durval Moreirinha, nosso contemporâneo, com trechos do novo disco de Baladas de Coimbra. Belíssimo.
.
Ao fim da tarde, uma missa coimbrã; o padre e o coro (Capela Gregoriana Psalterium) foram de Coimbra e não poderia ter havido melhor fim de dia. O Sol entrava pelo óculo da fachada – iluminava e aquecia – quando “um som imponente e uniforme do cantochão, melodioso, gregoriano, encheu a nave”. O som do coro, como que vindo do fundo da terra e do tempo, ecoava pelas naves, rodeava o deambulatório, subia e descia pelas arcadas e regressava para se fundir com o início da frase seguinte. O latim original, incompreensível, acentuava o mistério. E ali estávamos nós, crentes e agnósticos, fruindo a beleza do momento, do local, da memória.
As bases biológicas da crença devem ter algo a ver com o processo imunitário; uma vez vacinados (baptizados) a memória guarda o registo para sempre. Mesmo que nos mantenhamos afastados dos antigénios primordiais, basta um contacto ínfimo para desencadear um efeito exponencial, desproporcionado à exiguidade do estímulo. Nem é necessário que o estímulo seja o inicial – basta que seja semelhante; aqui o coro e a liturgia são o equivalente do toxóide – produz o mesmo resultado sem os riscos tóxicos. Também há casos de reacções alérgicas, raramente graves mas sempre desagradáveis.
A liturgia acorda nos apóstatas um remoto sentimento de bem-estar – connosco e com o mundo – que releva do místico. Seria interessante dosear a taxa de endorfinas de todos nós, antes e depois da missa e correlacioná-las com a história religiosa de cada um.
E ali estávamos, velhos que passaram juntos sete anos cruciais em Coimbra, nos antigos Colégios jesuítas de S. Jerónimo e das Onze Mil Virgens, estudando, aprendendo, discutindo uns com os outros, convivendo como se fôramos monges (pouca monjas) num Mosteiro com muitos claustros e diversas Ordens mas a mesma regra, a mesma praxe. Como se tivéssemos feito votos e nos tivéssemos separado quando tomámos Ordens.
Fomos monges a prazo como os bonzos budistas, capa e batina em vez da túnica laranja; capa e batina negra sobre camisa branca como o hábito cisterciense.
Em Alcobaça, cujo abade subscreveu, com o Prior de St.ª Cruz de Coimbra, o pedido do Rei ao Papa de uma Universidade portuguesa.
Etiquetas: Curso praxe Alcobaça mosteiro
respigo
Os cabulões não aprendem
A cidade de Kandahar, no Afeganistão, à espera de uma anunciada ofensiva taliban. Cerca de 500 extremistas tomaram aldeias a poucos quilómetros da cidade que foi o bastião do regime taliban. Público 17.06.2008
Dizia Hegel que a história se repete (a primeira, como tragédia, a segunda como farsa, acrescentou Marx).
Etiquetas: história Cabul
respigoA água do capote· Exames com GNR mobilizada.
Há escolas a exigir informação sobre o grupo sanguíneo da criança, a par dos atestados de robustez física, ausência de doença infecto-contagiosa e o cumprimento do Programa Nacional de Vacinação. Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria, Luis Januário, todas estas exigências são "desprovidas de sentido". Público 17.06.2008Etiquetas: medo responsabilidade
Raptados e raptora, a mesma algema.Etiquetas: justiça algema
Maternidades nos quartéis?O pesar do bebé – o pesar dos pais
Um bebé de um dia desapareceu quando uma mulher se apresentou na enfermaria onde estava o bebé com os pais. Estava vestida de enfermeira e disse que necessitava de pesar o bebé. Meia-hora depois o pai estranhou e encontrou o berço no elevador.
Os raptos de bebés mostram que os sistemas de segurança dos hospitais são falíveis. Não é preciso mostrar uma identificação para entrar numa maternidade. O Governo criou um grupo para uniformizar normas de segurança.
O bebé de um dia estava com os pais.
Uma enfermeira levou o bebé para pesar.
Era um recém nascido saudável.
O bebé desapareceu.
Raptos de bebés
sistemas de segurança dos hospitais
identificação para entrar numa maternidade.
O Governo criou um grupo para uniformizar normas de segurança.
«O menino da sua mãe»
Malhas que a medicalização da saúde
e a estatização da responsabilidade, tecem.Etiquetas: saúde política responsabilidade
16.6.08
O adeus à PérsiaAs mesquitas da Pérsia são admiráveis; os pórticos das de Haspaão são fantásticos mas não fazem esquecer as pequenas mesquitas que não constam dos roteiros e que só vislumbrei de passagem (Abarqu e Qoom, prox). Nem o povo iraniano que nos acolheu tão fraternalmente e que merece melhor sorte. “Embora o regime tenha proibido a maioria das coisas bonitas, não conseguiu impedir a neve de cair.” Marina Nemat. A Prisioneira de Teer
ão. Quidnovi 2007 
Etiquetas: Pérsia mesquita Iran
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