alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

1.2.19

 

Coletes e batas amarelas


Sociogeologia atrevida
Natal de 2018 -- 168 pessoas mortas num tsunami. 
O tsunami foi desencadeado por um deslizamento submarino causado pela erupção do vulcão Anak Krakatoa; o desabamento da encosta de um vulcão activo pode criar ondas de tsunami muito potentes.

O vulcão Anak Krakatoa é o que resta da erupção do vulcão Krakatoa que, em 1883, destruiu a ilha onde se erguia e causou mais de 36 mil mortos.

É curioso que tanta gente analise os conflitos sociais (Trump, Brexit, Bolsonaro, gilet jaunes e as greves dos enfermeiros) como um geólogo descreve a história natural dos vulcões ou a deriva das placas tectónicas.
What happens when the plates move – natural disasters 




“Mais de 80% da riqueza gerada no mundo em 2017 foi parar às mãos de 1% da população. O crescimento económico não produz redistribuição com o mínimo de equidade. O capitalismo nas suas formas mais perversas dá mostras de desagregação, pondo em causa a própria democracia. Os baixos salários e a precariedade são o novo normal. As pessoas estão enraivecidas, cansadas, pela exclusão social e geográfica, lançados para as periferias. E essa permanente marginalização, conjugada com a ausência de forças políticas e sociais que dêem voz a essas camadas, criou o ambiente para uma explosão descontrolada, num movimento social onde, naturalmente, cabem imensas sensibilidades.
... Gritos de escassez. De equidade e justiça social. Pelo ordenado que não basta ao fim do mês. Pela desagregação do estado social. Pela ausência de possibilidades de ascensão social. Por um sistema que as ignora em todas as relações da sua vida.
Estavam à espera de quê? Que permanecessem calados e sentados em frente ao computador a comunicar entre si, cumprindo o papel de explorados enquanto apenas uma elite enriquece?
… cidadãos reduzidos à função de consumidores, isso sim, foi desencorajando a reflexão crítica…
Vitor Balenciano

Querem saber como começa? Começa de repente. Começa com o fim. O fim da paciência, da sujeição e do conformismo. O fim do medo. Começa com uma cadeia de frases, notícias, umas falsas e outras verdadeiras, motes, montagens, anedotas, vídeos, denúncias. Como um rastilho de pólvora, corre aceso pela multidão das redes sociais e dos e-mails, do WhatsApp e das mensagens, das mil maneiras de fazer circular a informação que não é mediada ou filtrada pelos agentes clássicos. Que não é tratada. Como água suja, a informação escorre em obediência à lei da gravidade. A dúvida torna-se uma certeza e a certeza degenera em violência. Uma democracia demora séculos a ser construída e desmorona-se em meia dúzia de dias. Clara F. Alves
Natural disasters? * A descrição evoca uma aula de geologia: deriva e colisão de placas tectónicas, subducção, erupções, terramotos, tsunamis… forças, tensões, vectores, resultantes, necessidade… https://www.youtube.com/watch?v=t1wdrzzQOqY (0,27- 0,37m)
Aqueles pobres diabos  … “cidadãos reduzidos à função de consumidores, … foi desencorajando a reflexão crítica…”… inimputabilizados.


 Ou com a empatia ígnea com que o filho dum súbdito protegido pelos senhores de Meaux  observa uma Jacquerie -  uma rocha compassiva que tivesse saltado de uma das placas tectónicas em colisão. 
« j'ai vu apparaitre les premières images des gilets jaunes. Je voyais sur les photos qui accompagnaient les articles des corps qui n'apparaissent presque jamais dans l'espace public et médiatique, des corps souffrants, ravagés par le travail, par la fatigue, par la faim, par l'humiliation permanente des dominants à l’égard des dominés, par l'exclusion sociale et géographique, je voyais des corps fatigués, des mains fatiguées, des dos broyés, des regards épuisés. »
Edouard Louis, auteur de Qui a tué mon père (Seuil))
 Será assim? em França? Victor Hugo em 2018? 
… quando hoje se fala de pobreza nunca se sabe bem do que se está a falar: da pobreza em termos absolutos ou da distância cada vez maior entre os que se situam nos pólos opostos quanto aos rendimentos que auferem?
 Uma sociedade rica, como é a francesa, origina uma nova pobreza, que tem a ver com carros e combustíveis             António Guerreiro

*Não há aqui frustração dos “despojados da promessa de prosperidade do século XXI”?
   nem insensatas expectativas de um crescimento contínuo que a globalização arruinou?

São os que ficam para trás, mesmo que vivam razoavelmente, que têm medo do futuro que já tiveram por certo e que hoje têm por incerto. Teresa de Sousa

Frustração das exageradas expectativas em Macron?
Macron é objecto de “um ódio inédito, maciço, mais violento do que o que perseguiu Sarkozy e Hollande”, anota o Libération
O ódio é um amor decepcionado” pelo Presidente jupiteriano, diz uma personagem do Eliseu. 

* Não há aqui responsabilidades individuais de cidadãos dos mais informados do mundo?    “cidadãos reduzidos à função de consumidores, …. foi desencorajando a reflexão crítica…”.?
Reduzidos ou que se deixaram reduzir? Desencorajados ou que abandonaram?
Era tão tentadora a publicidade… e os direitos sociais, conquistas irreversíveis do Estado Social …  Eternas enquanto duram, como o amor...
"Estamos a ver revoltas, mas não dos que mais sofrem. É dos que podem". Silva Lopes, entrevista ao Negócios em 2013, quando a troika estava cá estava.

A França é dos países com mais alto nível de vida do mundo e não vive em ditadura; nem Portugal.
"Há um equilíbrio entre a legítima reclamação de uma classe mal paga e a possibilidade aventada de nem todos os doentes prioritários estarem a ser operados nos serviços mínimos, como alertou o bastonário dos médicos, que pode estar em causa."
* Equilíbrio? ... pode estar...?

* Atitude que tende a tolerar, complacente, ser tomado refém das reivindicações salariais das corporações dos escalões mais elevados da função pública.  Que já ameaçam ir mais longe; a Protecção Civil já alertou para o tsunami
Não haverá nada a fazer senão fugir?

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