alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

18.8.11

 
Sempre houve paraíso; passei lá belos dias quando era pequeno.
A Vitória está de férias em Estarreja e apareceu lá em casa para nos visitare mostrar o DN de 1 de Agosto que o irmão tinha feito questão emcomprar quando viu o seu amigo Carlos na primeira página anunciada na TV.Tivemos o nosso bate-papo (algumas horas) do costume. Na conversa ela contou-me esta história: Quando tinha 6 ou 7 anos tinha poucas crianças com quem brincar. Os irmãos eram rapazes e suficientemente mais velhos para não gostarem muito debrincar com ela. No verão costumavam ir para a casa em frente da dela uns "meninos da cidade" (dois meninos e duas meninas) quase da idade dela (nasceu em Março de 1968).
O portão da casa da frente estava sempre aberto e ela via-os a brincar no quintal. Então, sentava-se numa reentrância que o muro dela tinha e ficava a vê-los brincar. Passava lá horas ! ... E os meninos riam e corriam e gritavam e ... até tinham bicicleta!!! Um dia, estava ela em casa a ajudar a mãe, bateram ao portão da casadela. Foram ver; era a “Sr.ª D. Isabel” (nossa tia-avó madrinha) que pediu para falar com a mãe dela - pediu-lhe que deixasse a filha ir brincar com os meninos da casa da frente! Como era a Sr.ª D. Isabel a pedir a mãe não teve coragem de dizer que não. ... E foi pela mão da Sr.ª D. Isabel que ela atravessou a rua e foi brincar com os "meninos da cidade". Passou a ir quase todos os dias e só depois é que os irmãos começaram a ir também. Um dos irmãos da Vitória, o Adílio, tornou-se um grande amigo do Carlos. Foram e, quando as circunstâncias o permitem, ainda são bons companheiros de pesca. Acontece que os pais da Vitória eram protestantes (uma estranheza, na época); a “Sr.ª D. Isabel”, católica, conhecia este facto e sabia que, por isso, aquelas crianças estavam muito isoladas. (História contada pela Conceição).

* Assim se compreende melhor a história; era a crença que impedia o convívio que não a classe. A Quinta “do Tio Licínio” é outro dos meus paraísos na Terra; uma quinta murada, casa nobre com bela capela privativa dedicada a Nª Srª da Conceição, com portão armoriado, sempre aberto, cuja jardim de prolongava pelo prado onde pastavam vacas. Se bem me recordo, naquele tempo, aquela casa não tinha portas nem lugar certo à mesa. Entrava-se pela cozinha, uma sala enorme com uma grande mesa que me parecia sempre posta; ali almoçavam – não me lembro do jantar – os donos da casa – o tio Licínio (Licínio Elísio de Abreu Freire, médico e ainda primo do Prof. “Egas Moniz”) e a sua mulher – a tia Genita -, o irmão padre (o “tio Reitor”) e uma irmã (Ana Rosa, a governanta da quinta) e todos os criados da lavoura.
Só um cisma religioso poderia explicar o apartheid da Vitória, com relutância de parte a parte, que a tia Isabel, outra nossa rainha santa, resolveu; mais outro dos seus muitos milagres que só nós conhecemos.



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