alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

31.8.10

 
Qu’é dos cineastas do meu país estranho,
Onde estão eles que não vêm ...

Anto

O TORPEDEAMENTO DO LUGRE "GAMO"

Aos 31 dias do mês de Agosto do ano de 1918, pelas 18 horas ...

Enquanto um oficial fotografava todo este cenário o comandante do submarino perguntou ao n/ Capitão:
- E agora para onde vais Capitão ?
A resposta traduziu o estado de espírito vivido naquele momento :

-Eu… vou para o fundo do mar … pois para onde é que eu hei-de ir !?
Rindo-se o comandante alemão disse cinicamente:

-Claro e ides ter uma boa cama macia !

O marechal Ludendorff havia pedido um armistício a 14 de Agosto.

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As courgettes são caras

1. Lembro que a comida saudável sai muito cara (as courgettes são mais caras que as batatas; a carne e o peixe mais caros que a salsichas; etc.), além disso a sua confecção consome muitas, muitas horas na cozinha, implica muitas, muitas horas em compras, etc.
2. A dieta mediterrânica é uma dieta de classe média, não é das classes mais pobres. Os vegetais são muito caros. É difícil ter dinheiro para a seguir à risca.
Isabel do Carmo
3. Os palitos de la reine serão comida saudável? Marie Antoinette.

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Troca de casa

Crianças obesas com risco para a saúde podem ser separadas de pais
A tese de considerar negligentes os pais que, sistematicamente, se recusem a acatar os conselhos médicos, falhando e desrespeitando tratamentos para ajudar um filho obeso a perder peso, foi defendida BMJ. 2010 Jul 15;341:c3074. doi: 10.1136/bmj.c3074.
Porque Portugal tem «demasiadas crianças a viver durante demasiado tempo em instituições»,
Cavaco Silva entende que as crianças justificam esforço orçamental.

*Sugiro umas Férias Gratuitas em Todo o Mundo, comparticipado pelo MJ e pela Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco; férias familiares dietéticas entre os refugiados do Paquistão; em alternativa há o Namibe ou o Zimbabué.
Alojamento para toda a família
Viva Como um Local, não como um Turista.

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Portugal Angola
1910 1996

O que se passa, mesmo, é em Luanda. Quer dizer: é aqui que se decide, é aqui que está mais gente, é aqui que está a nata da nação (vai estando, sim, mas cada vez mais indo...)... e este é o terreno da discussão, da dinâmica e do processo.
Pois, está bem, eu entendo, mas então lá, mesmo lá no fundo, mesmo que seja lá no fundo mesmo, não dá para viver e para ver Angola? Então é quê? E não dá para pensar, lá? E aferir o que está bem e o que está mal nesta nossa Angola, pelo que está a correr mal ou está a correr bem, mas lá?
A mesma noção, talvez, em Lisboa. Passei por lá não faz tanto tempo assim e alguém me terá dito, então: -“Você, afinal ocupa-se de coisas, de configurações e de situações, tão localizadas que para nós nem Angola é"... Angola, mesmo, é mais é miséria, confusão, conflito, armas e roque, então não é?

Mas a circunstância mais chocante no âmbito deste quadro, ... é a de que tal alheamento é também, ou exactamente, o das elites urbanas que aprovisionam o poder, por um lado, de agentes, de operadores, e pelo outro, quando se opõem a esse poder, é para constituir-se ainda em poder, nomeadamente aquele que pretende atribuir-se enquanto "sociedade civil". Também para eles o espaço nacional e as remotas populações que o habitam constituem um terreno alheio, exótico e abstracto que só adquire algum sentido quando assinalados pelas condições extremas da guerra e da catástrofe: escombros, terra queimada, seca, sinistrados, deslocados, refugiados, amputados ou desmobilizados.
Ruy Duarte de Carvalho, Actas da Maianga. Cotovia 2003

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O povo no museu


Vamos ver o povo (como era o povo, o Zé Povinho), como quem vai ao zoológico ver os bichos; não vi uma atitude dialogante, interpretativa ou respeitosa. Faltou um Jorge Dias ou um Rafael Correia (Lugar ao Sul).
Povo, em nome do qual se fazem revoluções – a pausa para que ele possa "mudar de ombro para suportar a costumada carga"(Goethe, citado por Eduardo Lourenço. O Labirinto da Saudade. Dom Quixote 1978). O tolerado Entrudo que precede a longa Quaresma.
Salvaram-se, uma vez mais, os filmes da Cinemateca – o filme sobre o trabalho é magnífico e as cenas de Fátima elucidativas; e a “instalação de vídeo onde aparecem Salazar e Cerejeira, com as suas vozes litúrgicas, e depois Soares e Cunhal, com os seus brados bélicos”, aplaudidos pelo (seu) povo-multidão magnetizada. Ainda ecoava Amália (Povo, povo, eu te pertenço; ..que lavas no rio...) mas já não ouvi Vasco Gonçalves, o maior de todos. De resto, pouco povo e muitos tugas.
Esta expo está no belo Museu da Electricidade, onde "a Fundação EDP associa-se às comemorações do Centenário da República com a exposição internacional POVO – People".

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30.8.10

 
Viva a República na Cordoaria

1. A exposição “Viva a República” transformou a Cordoaria Nacional num organismo vivo. Há ruas, edifícios e praças em grande escala, onde se escutam tiros, gritos e multidões em protesto. Nas paredes, vídeos e filmes de época (Cinemateca), fotografias, recortes de jornais .
A exposição ocupa todo o espaço da Cordoaria Nacional. Ou seja, 400 metros de comprimento e cerca de doze de largura.

2. Bem, lá visitei a exposição realizada pela Comissão Nacional para as Comemorações da República. Tem, com toda a certeza, competência científica, historiográfica. Mas não gostei. Não gostei do objecto, o que terá a ver com o que se pretende com uma exposição. Ou seja, não gostei daquilo que para muitos (e para os autores, com toda a certeza) é uma virtude. Pois é algo enorme, o visitante fica exausto, física e intelectualmente. A metade do percurso já suspirava por Gomes da Costa e seus cadetes, para que pusessem fim ao meu suplício. A vertigem dos autores em serem exaustivos levam os visitantes à exaustão. E é uma pena.
Há ainda um ponto, alguns textos são excessivamente longos, muito virgulados. Coisas que não funcionam em painel. Mas isso já é nota, até malévola, que advém da minha irritação. E de onde deriva ela? Da ideologia que transpira, que julgo inaceitável
.
jpt
.
* No centenário da República esperava uma análise distanciada que permitisse a perspectiva, impossível neste labirinto de corredores estreitos onde mal se podem ver os inúmeros cartazes, fotografias, recortes de jornais e filmes de época. Tanta informação concentrada engasga, literalmente, o visitante.
Muito letra, muita palavra escrita. Abusa-se do texto em desfavor do gráfico evolutivo; das opiniões, das crenças e das emoções em vez dos dados e dos factos.

Comemora-se o dia 5-10-1910 (tiros, gritos e multidões em protesto), aquela república a que serviu de modelo uma jovem empregada de uma loja do Chiado e não a República.
Confirma-se que a liberdade de imprensa nos últimos anos da monarquia era total; tudo se publicava - texto ou caricatura a desancar o rei, a corte, os políticos da situação, o clero, a nobreza e, claro, a dívida pública e os “adiantamentos” para custear o fausto da casa real.
O tom é excessivamente laudatório, comicial. Afonso Costa a mais; o Alm. Reis voltaria a suicidar-se.
Os cartazes da época e os filmes da Cinemateca são soberbos – pena não terem sido restaurados; as rugas não devem ser ampliadas. Têm que ser vistos de pé, o que cansa muito; o único que é possível ver sentado é ofuscado por um foco de luz que incide sobre um enorme símbolo republicano, pintado no chão.
..
O cortejo fúnebre do rei é um monumento de arte funérea a suscitar analogias - a carreta puxada por azémolas cobertas de panos pretos até ao chão que só deixam ver as patas e os olhos; presume-se que haja mulas subjacentes.
Também há cem anos ninguém andava com a cabeça descoberta – os homens e as senhoras de chapéu, as mulheres de lenço. Não creio que tenha sido a sanha anticlerical a causa da actual moda de cabelo à mostra.
..
Saneou-se o clero e a nobreza mas o sistema manteve o protocolo e a liturgia – coroa, trono, santos e demónios, sermões, altares, milagres, procissões, crença, exorcismos.






A anarquia dos revoltosos do 5 de Outubro é alarmante; tal como no 25 de Abril, a monarquia caiu de choca. Soldados mal armados e burgueses de fato completo e espingarda a tiracolo, que poucas balas teriam - tal como os blindados de Salgueiro Maia.
Exemplos da fraca pontaria e da pobre pertinência do objectivo são os impactos na fachada do palácio real – mal atingiram uma janela... Na rua, um candeeiro manteve-se de pé apesar de atingido por 5 tiros. Tudo em contraste com o regicídio carbonário, muito bem programado e executado com perícia.
Saí a meio, antes da Grande Guerra; voltarei mais tarde, depois do armistício com o 5/X/1910, para ver o que mudou com a república.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,
incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido,
análogos nas palavras, idênticos nos actos,
iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero."

Guerra Junqueiro, 1896

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28.8.10

 
Tapeçarias de Pastrana

Nunca é demais revê-las, agora com o apoio de excelentes guias-audio.
O
triângulo do cordame da nau capitânea com o rodízio na flâmula real, na esquerda baixa do desembarque, a paliçada para protecção dos sitiantes e, por fim, a cena da tomada de Tânger quase faz esquecer a brutalidade da acção e o vandalismo do corte da legenda para que coubessem na parede do convento.







A conquista de Arzila teve lugar a 24 de Agosto, dia de S. Bartolomeu em que o diabo, à solta, terá começado por contrariar os portugueses mas acabou por mudar de campo.
Porque será que tantas empresas militares portuguesas ocorreram em meados de Agosto? Em Aljubarrota a escolha não foi nossa mas Ceuta, Arzila, Malaca e Alcácer-Quibir....





A não perder, de forma alguma, até 12 de Setembro no MNAA.
Ler: José Luis Porfírio. A Invenção da Glória.
Atual/Expresso 14-8- 2010




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Depenados
Tribunais aplicaram mais de seis mil penas suspensas em 2009

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Marie Antoinex
Mais de dois milhões de portugueses, beneficiários do abono de família, Rendimento Social de Inserção (RSI) e subsídio social de desemprego, devem "obrigatoriamente" prestar provas de rendimentos através da Internet.
* Os beneficiários que não tiverem Internet com banda larga em casa, poderão encarregar disso o seu gestor de conta.

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Um país intermédio

No caso de Portugal, o crescimento das exportações para a Alemanha tem a ver com a necessidade de abastecimento das empresas exportadoras alemãs ... actualmente o sector exporta bens intermédios (máquinas e equipamentos) "que são depois utilizados na indústria alemã, em variadíssimos sectores". Associação Nacional da Indústria de Moldes.

* Ganhar a guerra por outros meios - a Portugal cabe a tarefa da produção de moldes.

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27.8.10

 
Testemunho


E é para prevenir as gerações que estão a tempo de ouvir coisas. Não são os dirigentes instalados, consumados e envelhecidos no exercício do poder, esses não têm tempo, nem paciência nem interesse, nem necessidade de ouvir aquilo que eu tenho para dizer. Agora, os meus alunos e ... equivalente.., esses estão muito a tempo de o ouvir. E depois utilizem-no, como muito bem entenderem. Eu cumpri a minha tarefa cívica, que é a de os alertar para uma outra perceção das coisas que lhes emprestem um mínimo de lucidez, uma lucidez que também tenha em conta o jogo da nossa própria vantagem.

Vamos lá complicar a coisa, o meu ofício é esse, não é projetar ideologias; é colocar questões às ideologias, sejam elas quais forem. É a minha função cívica. Porque normalmente todos nós acabamos de ver-nos ou envolvidos ou sob o risco de veicular a ideologia, de cima para baixo. Mas desde o tempo do cinema que eu sempre trabalhei em contre-plongé, não é?, tentando veicular a palavra do cidadão comum – desmunido e que acata as decisões que vêm de cima –, na expectativa de que quem decide se detenha, por pouco que seja. O que me parece que acompanha todas as ideologias, mesmo o modelo democrático, é o facto de a elite sentir-se habilitada, e de alguma forma obrigada, a decidir pelos outros.



Ruy Duarte de Carvalho
Atual/Expresso 21-8-20101

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26.8.10

 
O chá no Tibete

«É o chá uma erva que vem da China pelo reino de Uzangue, muito conhecida e celebrada no Japão e na China. A estas folhas cozem em água em uma panela de pedra com algu­ma manteiga e pouco leite, cujo negro caldo é o que tomam quão quente é possívelFrancisco de Azevedo, jesuíta, nascido em Lisboa (Sec XVI).
Os monges bebem muito o seu chá, como nos outros dias, e dão por razão que o beber do chá é coisa muito agradável a Deus, porque com ele se lhe fazem as línguas mais expeditas e prontas a rezar”. António de Andrade, jesuíta, nascido em Oleiros em 1580.
Foi-nos servido muito leite de iaque seguido de muito chá e ainda chang. Uma senhora não parava de sorrir e de me servir de beber, pois, de acordo com a tradição tibetana, o hóspede deve ser continuamente servido até que vire o copo ao contrário, sinal de que está satisfeito.

Joaquim Magalhães de Castro. Viagem ao tecto do mundo. Presença 2010

* De chávenas de chá diziam as senhoras do tempo da minha avó que nem menos de três nem mais de trinta.

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25.8.10

 
O processo de Bolonha
A propósito, o nosso bolonhês tramou o irmão e era bígamo.

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O eco do soído
Sócrates foi a Mangualde responder ao discurso de Passos Coelho no Pontal.
Ora, como este nada disse, aquele nada adiantou. B. B.

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Estado falha metas na obesidade
Variações do jornal: quando a cabeça não tem juízo, o Estado é que paga.

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O rapé

Recorriam com alguma frequência ao rapé, guardado e minúsculos sacos de plástico. Colocavam esse pó verde, importado de Madras, em cima do punho, um pouco abaixo do polegar, aproximavam-no do nariz e depois, aspiravam com toda a força...
Joaquim Magalhães de Castro. Viagem ao tecto do mundo. Presença 2010

* Os anatomistas clássicos chamavam “tabaqueira anatómica” a esta estrutura. Era assim ensinada na Universidade; não me lembro como o Testut a descrevia. O Prof. Simões de Carvalho que me escuse.

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24.8.10

 
O fim do meio

As necessidades de cada economia
“... não é hoje possível fazer uma política de esquerda na União... Não é possível regular a maior parte dos mercados de acordo com as necessidades de cada economia (…)" João Ferreira do Amaral. “Socialismo no século XXI”. Uma iniciativa do economista Duarte Cordeiro.

... difícil desenvolver uma cultura de consumo...
... tem sido difícil desenvolver uma cultura de consumo na sociedade chinesa. Esta dificuldade torna a economia chinesa completamente dependente das suas exportações... Miguel Monjardino. Expresso 21-8-2010

Tântala
"
Yo querría irme a Cuba ya, y fijo que me voy, mi camino está allá...”
“Carencias tiene Cuba. Pero es mejor eso que la tortura de vivir en la abundancia de aquí sin acceso a ella
". Yaquelin, uma emigrante cubana.

*Eu esperava que o objectivo da economia fosse satisfazer as necessidades dos indivíduos... mas não, o objectivo da economia é estimular o consumo. Não admira que Yaquelin queira regressar.

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Clepsidra

Desde o início do ano a dívida pública aumentou à razão histórica de 2,67 milhões de euros à hora! Só no mês de Junho, o ritmo foi de 5 milhões à hora. João Duque. Expresso/Economia. 21.8.2010
(Prima para ampliar a imagem; prime por não agravar a dívida)
* De cada vez que o coração bate, a dívida pública portuguesa aumenta um ordenado mínimo.
Na AR, em cada comício e em cada telejornal deveria figurar um painel com estes dados.

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Viagem ao tecto do mundo
Joaquim Magalhães de Castro

*Depois da Indonésia (Mar das Especiarias) agora o Tibet intredito. O relato de uma viagem fascinante para completar a Peregrinação. Excelente.

Convidado à mesa
Na aldeia de Teiul Shang todas as casas têm à entrada vários cornos de iaque e um curral no rés-do-chão que servia de aquecedor natural para os aposentos situados no primeiro andar, à semelhança do que acon­tece nas nossas aldeias do interior. Um homem de rabo-de-cavalo convidou-me a entrar numa dessas casas. Toda a família estava presente: o pai, a mãe e a irmã, uma tibetana que parecia ter aca­bado de sair de uma tela de Brueghel. Estava também presente uma mulher que falava hindi e dizia viver no Nepal, uma criança de olhos vivos e cabelo em rasta e outros dois convidados, ves­tidos com trajes mais modernos.
Era a hora do almoço e fui convidado a comer com eles, que estavam já sentados a uma pequena mesa rasteira e rectangular, encostados à parede. Dali podia ver-se a cozinha, com potes de três pés (como nas aldeias portuguesas) e colheres suspensas da parede. Foi-nos servido muito leite de iaque seguido de muito chá e ainda chang. A senhora «Brueghel», com simpatia, não parava de sorrir e de me servir de beber, pois, de acordo com a tradição tibetana, o hóspede deve ser continuamente servido até que vire o copo ao contrário, sinal de que está satisfeito.
O método de preparação da tsampa assemelha-se à forma como o pedreiro faz cimento. Junta-se o chá ao cereal e depois, com a ajuda dos dedos, vai-se rodando o cereal até que fique im­buído por completo, amassando depois esta mistura até que se torne numa massa consistente, em forma de bolo. Só depois inge­rem este preparado. Sabem a quantidade exacta de chá que deve ser misturado com a tsampa de modo a que esta não fique muito húmida nem muito seca. Finda a refeição, limpam impecavelmente as gamelas e guardam-nas dentro dos casacos. Assim, ficam pron­tas para o próximo repasto. Aquela tarde foi uma aula inesperada sobre o modo de vida dos tibetanos.

Às compras
... decidi passar a tarde a lavar peú­gas, roupa interior, camisas e lenços na água gelada de um dos braços do rio. Havia, para além disso, que comprar mais pro­visões. Frutos secos no uigur; massas instantâneas e picles no chi­nês; leite em pó e queijo seco no tibetano, que, simpaticamente, me ofereceu tsampa quando mostrei vontade de comprar alguma.
- A tsampa nunca se vende - disse ele. Nem nenhum tibe­tano que se preze vai para lado algum sem o seu saco de cevada torrada.

No mercado vi pessoas que comiam momos frescos, recheados de cebola acabados de sair do forno. Tratei de saber de onde vinham, mas o proprietário do restaurante que os fabricava, ao ver que eu era estrangeiro, recusou, de forma educada, vender-mos. Reminiscências de um tempo já com quase uma década, quando as portas da China mal se haviam ainda aberto aos via­jantes estrangeiros, e foram frequentes as vezes que me recusaram alojamento, alimentos, bilhetes para transportes públicos ou até para um simples banho, porque era estrangeiro.

À boleia no Tibete
Nós, de mochilas às costas, ansiosos pelo fim das operações, aguardávamos a ordem de partida. O anão foi erguido para a cai­xa do camião como se fosse um saco. Ele e o companheiro tinham como destino Lhasa, onde pretendiam ficar um mês e daí passar a Catmandu e depois a Simikot. Uma vez mais me surpreendeu a naturalidade com que se falava aqui de passar de um país ao outro como se isso fosse uma coisa banal. Era óbvio que as viagens entre o Tibete e o Nepal eram feitas clandestinamente, por caminhos que só os comerciantes conheciam e que eram quase impossíveis de policiar, não só devido à sua extensão como à topografia da região.
Uns 100 metros após o início da viagem, parámos. Na caixa do camião foi acomodado mais um carregamento de sacos de lã e, com ele, uma família composta por um pai, uma mãe, um bebé e dois rapazinhos, um deles com uma daquelas cristas que os punks celebravam no mundo ocidental, mas que é comum entre as tribos nómadas há milhares de anos, dos Himalaias a África. Ao todo, éramos nove criaturas no topo de um camião carregado com malas de metal, selas de cavalo feitas de madeira, tendas, camas de pano, sacos com cones de açúcar amarelo, tapetes, peles de ovelha, de cabra e de iaque, algumas delas ainda com marcas de sangue, picaretas, pás e os mais diferentes sacos contendo os mais inesperados produtos. Adeus Purang, que o frio nos empurrava!

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23.8.10

 
Sociobiologia atrevida
Transumância
Portugueses aplicam 1,2 mil milhões em 'offshores'
As
abelhas estão a desaparecer do país e ninguém sabe porquê.


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Contraste

Dívidas dos portugueses aumentam face a 2009 e já atingem 226 mil processos
Os portugueses estão a acumular mais dívidas em relação ao ano passado e, só nos primeiros seis meses de 2010, os processos de dívida chegaram aos 226 mil.
Depósitos atingem recorde.
Nunca os portugueses tiveram tanto dinheiro aplicado em depósitos a prazo: mais de 118 mil milhões de euros.

* Muitos portugueses há em Portugal.

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Endoscopia não invasiva

Jovens adoptados usam Facebook para falar com pais biológicos.
Faraós do Museu de Arqueologia vistos ao raio X.
... a possibilidade de os exames virem a revelar a existência de amuletos colocados entre as faixas que envolvem as múmias.

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Afasia*

A verdade da ficção
"Não sou historiador, os meus livros são romances, e tudo o que escrevo passa pela verdade da ficção. Qualquer outra interpretação é abusiva. Começo a ficar cansado de constantes invasões à minha vida privada e das más interpretações do que escrevo ou digo". António Lobo Antunes

Um bombardeiro não pilotado como mensageiro da paz
O regime de Teerão revelou ontem numa cerimónia de pompa o protótipo de um bombardeiro não pilotado que visa responder "às ameaças de agressão". Pode ser portador de uma "mensagem de morte", mas é acima de tudo um
"mensageiro de paz", O Irão "deve poder cortar a mão do agressor antes de este nos agredir" disse Ahmadinejad

O perigo de escrever
"É muito perigoso escrever porque nem sempre se faz uma leitura mais profunda do que é dito e há coisas que estão mal interpretadas. Não se pode confundir a linguagem simbólica com a literal."
António Lobo Antunes
* s. f. Perda ou alteração da capacidade de falar ou de compreender a linguagem escrita ou falada. (Priberam)

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22.8.10

 
“Imaginário da Paisagem”
“Águas Infindas” no CAV.
Mar da palha, extra catálogo.

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Dogmatismo auto convencido e afirmativo

Como estudante de Medicina tive a felicidade de apanhar aquela que foi porventura a última geração de "catedráticos à séria".
Foi ao sábio e experiente professor ... que ouvi muitas das "tiradas" cujo dogmatismo auto convencido e afirmativo as tornavam numa incontornável norma de conduta, apesar de não constarem em nenhum livro de texto do mundo.
Porque o nosso país está como estava aquela minha doente, em coma profundo... Acho que o caminho a seguir é ... Injectar as drogas certas em quantidade e qualidade, sem receio de matar o que está morto. O único risco será o de ressuscitar o País.
Luis Filipe Menezes.

* "Catedráticos à séria" não recomendariam terapêuticas “à bruta”.
A doente “ressuscitada pela terapêutica heróica” do jovem aprendiz talvez evoluísse do mesmo modo se se tivesse apenas esperado que a droga erradamente administrada cumprisse o seu farmacocinético destino.

Era o que o Marechal Kutuzov, catedrático de estratégia, teria recomendado para obter o melhor resultado possível com o mínimo de baixas.

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21.8.10

 
Portal Segunda Opinião,
uma Pítia PC (politicamente correcta).

Ordem dos Médicos alerta para riscos de novo site que vende uma segunda opinião aos doentes.

* Também aqui, infelizmente, o que os médicos analisam são os resultados do "caso" no monitor, não os dados do doente. Assume-se francamente como um portal de segunda que conta com mais de 150 médicos especialistas.
Tal como nos antigos templos gregos anteriores a Hipócrates, a pitonisa limitava-se a interpretar os gases que emanavam da rocha.

Não admira que “Patients are increasingly using a myriad of alternative therapies, ranging from the quasiscientific to the metaphysical, to supplement the perceived deficiencies of modern medicin".
"We now have a generation of physicians trained in the empiric scientific method who, though equipped with an arsenal of drugs and procedures, seem to inspire less confidence in their patients than did their predecessors.
"One of the attractive aspects of alternative medicine for these patients is the holistic approach that treats the whole person rather than the disease"
. Spigelblatt L. Alternative Medicine: Current Problems in Pediatrics 1995
"Part of homeopathy's appeal is the personal attention paid to patients (Avina and Schneiderman, 1978). In practice, classical homeopaths emphasize taking 30 to 45 minutes with each patient, paying careful attention to the emotional state".
National Council Against Health Fraud, 1994

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20.8.10

 
Para inglês ver

Vilamoura: Detido inglês que fotografava crianças na praia
Algarve:
Birdwatching pode atrair novos turistas à região ... um passatempo apreciado por milhões de ingleses.

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Vergonha
.
1.Logo que se soube
Um ministro que meteu uma cunha para a filha entrar em Medicina, logo que se soube, demitiu-se. Em todos os casos eram pessoas de muita vergonha.
2. em que todos se conhecem,
Pelo facto de sermos um país pequeno e com uma pequena elite, em que todos se conhecem, a vergonha, quando existe, é um dissuasor moral muito eficaz.
3. se eles pensassem que eu
Lembro-me, quando em cargos públicos, de reler os meus discursos com a ideia de que poderiam ser lidos pelos meus alunos ou colegas de Faculdade. E sempre pensar que teria vergonha se eles pensassem que eu dizia uma coisa na Faculdade e outra no Parlamento ou numa entrevista a um jornal.
4. Anestesia ética
E quem não sente vergonha é porque não tem vergonha.

Luís Campos e Cunha, professor universitário e ex-ministro

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Portugasol

1.O ensino sobre rodas
"No interior do País o dinheiro que se (não) gasta em Educação gasta-se em gasóleo e não necessariamente na promoção da qualidade do ensino".
Presidente do município de Lamego.
2. Sem com; sem combustível para combater combustões.
O Parque Nacional do Douro Internacional esteve todo o ano de 2009 sem qualquer viatura de primeira intervenção.
No Parque Nacional da Peneda-Gerês, as dez viaturas estavam todas avariadas.
Por falta de dinheiro para um filtro, um tractor ficou parado; resolvida a compra do filtro, parou por falta de dinheiro para gasóleo. António Vilarigues
3. Uma em cada dez câmaras municipais está falida.
Endividamento das autarquias superou os mil milhões de euros em 2009, três vezes mais do que em 2008.
4. Sem viaturas

Os bombeiros portugueses têm cerca de duas mil viaturas de combate a necessitar de substituição! E continuam por entregar muitas das 95 novas viaturas prometidas em 2007. António Vilarigues

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19.8.10

 
O melhor país para viver 3

Escola está a ser recuperada por populares
Câmara de Coimbra, sem dinheiro, cedeu os materiais

«Com união consegue-se fazer isto. Se meia dúzia de pessoas já têm estes resultados imagine-se o que seria com 80 pessoas», referiu o presidente da associação de pais, salientando que alguns dos trabalhadores «dão o seu tempo para ajudar sem terem sequer filhos a estudar na escola».
Portugal, pode ser, se nós quisermos, uma grande e próspera Nação”. Salazar

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O melhor país para viver 2

Como se vê bem, a diferença entre os valores dos países é um contínuo ligeiramente descendente, uma recta com um ligeiro declive; por isso é absurdo usar um sistema de escala (rankings) para os ordenar.
A vida não é a Volta a Portugal; e se o fosse, o importante não seria vencer a corrida mas chegar no pelotão da frente.

(prima para ampliar)

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O melhor país para viver 1

Se nascesse hoje, que país lhe iria proporcionar a melhor oportunidade de viver uma vida saudável, segura, razoavelmente próspera e com capacidade de ascensão?
Portugal seria a 27ª melhor escolha para a Newsweek.

* Estes dados podem ser lidos de várias maneiras: como sendo o pior país da Europa ocidental ou aquele onde a qualidade de vida é 85% do melhor do mundo (Finlândia), 89% do 10º (Dinamarca), 94% do 21º (Espanha).
Na clássica escala de 0 a 20, a Finlândia teria 17,9 valores e Portugal 15,3 (3,8 valores na escala abreviada de 5). Quantos dos portugueses resmungões terão tido essa classificação?

(prima para ampliar, ou melhor, prime por ser justo)

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18.8.10

 
Gonçalo Cadilhe
NOS PASSOS DE MAGALHÃES
na RTP2, às 19h

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Ciclo do carbono e do fogo

Os fogos são um problema de ineficiência da economia, não são um problema de polícia. A actual severidade dos fogos resulta da falência das economias que usavam a biomassa que produzimos abundantemente: a agricultura que usava o mato para estrumar a terra e a pastorícia que removia a biomassa através de animais.
Na transição da pastorícia para a economia florestal os matos deixam de ser matéria-prima e passam a ser resíduos... que agora não sabemos gerir.
Os proprietários deixam de ser gestores para serem colectores.
... resíduos foram transformadas pelos melhores empresários de custo em investimento.
Henrique Pereira dos Santos

* Sugiro criar uma empresa de biomassa em cada corporação de bombeiros; quanto mais reciclassem no Inverno menos riscos no Verão. Os bombeiros alternariam o vermelho soldado com o verde operário; combinavam o ciclo do carbono como o do fogo.

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17.8.10

 
Produtividade e impacto económico vs anos de vida saudável

1. O cancro custa mais em produtividade e em perdas de vidas humanas do que a SIDA, o paludismo, a gripe ou outras doenças contagiosas.
Com base em relatórios da OMS e em dados económicos do Banco Mundial, os cientistas concluíram que o cancro tem um impacto económico de 895 mil milhões de dólares (698 mil milhões de euros), superando os 753 mil milhões de dólares (587 mil milhões de euros) de custos relacionados com as doenças cardíacas.
O estudo é patrocinado pela Livestrong, a fundação do ciclista Lance Armstrong, que superou a doença.


2. O total de
anos de vida saudável perdidos por doenças infecciosas nos países subdesenvolvidos é 15 vezes maior que nos desenvolvidos. O fardo das pneumonias e da diarreia nas regiões mais atingidas é 120 e 150 vezes superior.
Nos países desenvolvidos o número de anos de vida saudável perdidos, per capita, por doenças cardiovasculares é 7 vezes superior ao dos países subdesenvolvidos; quanto ao cancro, os valores respectivos são 4 vezes superiores.
As crianças sofrem mais com este fardo ambiental.
Em média, as crianças dos países sudesenvolvidos perdem 8 vezes mais anos de vida saudável que as dos países desenvolvidos; esta diferença é de 25 nos acidentes rodoviários, 140 na diarreia e de 800 nas doenças respiratórias.

3. *É o que dá avaliar a vida humana pela produtividade ( "exclui tudo o que está fora da economia financeira ...", W. Orme, porta-voz do PNUD). Na verdade, a produtividade das crianças e dos doentes do terceiro mundo é muito reduzida.
É o que acontece quando o jornalista aceita tudo o que as “fundações” divulgam, sem questionar os fundamentos.

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Remédios

Dívida dos hospitais às farmacêuticas está (um bocadinho) descontrolada
As dívidas dos hospitais à indústria farmacêutica cresceram dois milhões de euros por dia.
A Associação dos Administradores Hospitalares admitiu que o crescimento da dívida dos hospitais à indústria farmacêutica é "um bocadinho descontrolada".
70% dos portugueses sofrem de dores nas costas
Doentes com bom acesso a fármacos para controlo da dor


* Este consumo interno é dos que fará aumentar o PIB?

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Fogo de origem humana

O comandante Gil Martins, da Protecção Civil, afirmou no domingo que "97% dos incêndios têm origem humana". A maioria, garante, deflagra à noite, para dificultar a mobilização de meios por parte dos bombeiros. A Polícia Judiciária, pelo contrário, desmente que assim seja. E aponta a "falta de ordenamento e limpeza das florestas, as temperaturas muito altas e a negligência humana" como as principais causas dos incêndios.

Cerca de 40% dos fogos registados em Portugal terá sido provocado por falta de cuidado com "queimas, queimadas, fogueiras e cigarros". Autoridade Nacional Florestal.

* "97% dos contágios pelo VIH tem origem humana; a maioria deflagra à noite”; muito mais de metade terá sido provocado por falta de cuidado.

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Cegueira
Cegos avançam para advogado

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16.8.10

 
Utentes de cuidados de saúde decantados

1. Privados já garantem 40% da Saúde em Portugal
O sector privado assegura actualmente 40% dos cuidados de saúde dos portugueses. Metade das consultas, um quarto dos internamentos e 5% das urgências são hoje realizados em unidades de saúde privadas, segundo dados da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP).
Os seguros de saúde têm sido os maiores impulsionadores, com mais de 20% da população portuguesa coberta por um destes produtos.
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2. Resultados dum estudo feito por autores sem conflito de interesses com base numa amostra representativa:
Consultas – 1/3 dos inquiridos diz ter recorrido ao sistema privado.
O principal motivo para terem recorrido à consulta privada no último ano ficou a dever-se à demora para terem nova consulta no Centro de Saúde (25,3%), seguindo-se a falta da especialidade de que necessitavam no hospital público na zona onde habitam (20,8%), o facto de ser mais fácil marcar a consulta (20,5%)
Cirurgia - 7 a 8% dos inquiridos dizem ter sido operado no sistema privado.
Mas apenas 1,9% da população acede frequentemente a cuidados médicos do sistema privado (2008).

M. Villaverde Cabral, P. Alcântara da Silva. O Estado da Saúde em Portugal. ICS, Universidade de Lisboa. 2009

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3. Há que perguntar: se é verdade o que afirma a APHP, que tipo de cuidados de saúde asseguram?
A amostra (40%) é representativa da totalidade da população portuguesa? A posse de um seguro privado está claramente associada a um perfil sócio-demográfico específico: são sobretudo os homens, os inquiridos entre os 30 e os 49 anos, os mais escolarizados (acima da escolaridade obrigatória) e os que têm um estatuto sócio-económico elevado.
M. Villaverde Cabral, P. Alcântara da Silva. O Estado da Saúde em Portugal. Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. 2009
A amostra não estará irremediavelmente decantada ou desnatada?
Decantar: Transvasar um líquido para o separar das suas impurezas.
Desnatar: Tirar a nata do leite ou o nateiro, o lodo fertilizador depositado pelos rios quando se espraiam com as grandes cheias.
(Priberam)

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4. "O Vinho do Porto é um vinho natural sujeito a criar depósito com a idade. Recomenda-se que seja servido com o cuidado indispensável para não turvar".

O SNS também está sujeito a criar depósito com a idade. ... por isso, parece difícil e, porventura, indesejável promover reformas bruscas e profundas no seu (SNS) funcionamento.
M. Villaverde Cabral, P. Alcântara da Silva. O Estado da Saúde em Portugal. Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. 2009

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Fundos para regiões mais pobres desviados para Lisboa

Os fundos comunitários destinados às regiões mais pobres de Portugal (Norte, Centro e Alentejo) serão investidos na capital do País. Ao abrigo de excepções às regras.

* A ilusão de que se se deitar muita areia na Serra da Esrela alguma chegará para compensar a que falta nas praias.

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Maus-tratos

Dezenas de pessoas participaram num protesto silencioso contra os alegados maus-tratos de animais no santuário de Fátima.
* Maus-tratos no santuário; maus-tratos na redacção do jornal.

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15.8.10

 

Tingem as pernas,
é o problema que têm.

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14.8.10

 
Incêndios
Director do Peneda-Gerês alerta para problema do desvio de meios aéreos para outros fogos
Batalha de Inglaterra mudou a guerra
A RAF ganha tempo para respirar mas os londrinos começam a conhecer os horrores do blitz (40 mil mortos em dois meses). Entre arriscar confrontos em larga escala e deixar morrer civis indefesos, os comandantes britânicos optam pela terceira via: acossam os bombardeiros no regresso das missões sobre Londres, quando estes estão mais vulneráveis e já voam sem escolta, abatendo-os às dezenas. Expresso 14-08-2010

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13.8.10

 
Arquitectura ecológica

Nas férias de Verão acompanhava meu pai nas visitas domiciliárias, à tarde. O calor apertava naquelas estradas poeirentas que serviam as aldeias. A cega-rega das cigarras tornava mais insuportável a calma da hora da sesta. A casa do doente era, em regra, de um só piso dentro de um pequeno jardim/horta. Tudo fechado; batia-se à porta que logo se abria, pois se esperava a visita. Lá dentro, tudo escuro; fechada a porta, a luz era apenas a que entrava pelas frinchas. Mas a surpresa era a frescura maravilhosa; meu pai ia-se inteirando do caso enquanto se adaptava à escuridão lavando as mãos numa bacia de água numa cadeira de pinho, já preparada com a saboneteira e uma toalha branca nas costas. O silêncio era acentuado pelo leve zumbido de uma varejeira. Seria isto que Salazar idealizava ser viver habitualmente.
Ali ninguém teria mais que a 4ª classe mas tinham aprendido empiricamente todas as formas de propagação do calor – condução, convecção e radiação. Sabiam que o ar quente subia e que as casas deveriam ser caiadas na Páscoa, quando o Senhor Sol começava a visita anual. E que as portadas deveriam estar fechadas mesmo as das janelas onde não batia o Sol.
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O hospital da cidade de Praia, em Cabo Verde, era um clássico edifício colonial, de imenso pé-direito, muito bem adaptado ao clima; as espessas paredes eram rasgadas a toda a altura por janelões muito estreitos.
Os beirais eram muito largos, com goteiras da Malaca – uma surpresa numa terra onde raro chove. As telhas cumeeiras eram sobrelevadas, para que o ar quente por ali se escapasse.
Mais tarde, para “aproveitar o espaço”, construíram um primeiro andar, o que cortou a circulação natural do ar e obrigou a ar condicionado; para cúmulo as novas janelas não tinham portadas.
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O Inverno em Haia é frio mas as janelas dos edifícios novos também não tinham portadas; era o tempo do petróleo barato.

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Velocidade e aceleração

1. Portugal cresce 0,2%
O ritmo de crescimento da economia nacional
abrandou no segundo trimestre. Portugal foi dos que menos cresceu na UE.
2. PIB
aumentou 1,4% no 2º trimestre de 2010.
O INE dá conta que o PIB nacional avançou 0,2% entre Abril e Junho, face aos três meses anteriores onde tinha crescido 1,1%.

* Um dos recrutas era incapaz de aprender o que quer que fosse. O caso excepcional foi exposto ao comandante que quis comprová-lo; perguntou que arma era a que o recruta tinha na mão (uma Mauser calibre 7,9 mm).
Depois de muito hesitar, a transpirar em bica, conseguiu dizer: ... vírgula nove.
Também não é fácil distinguir velocidade de aceleração mesmo para um escriba da escola farisaica.

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12.8.10

 
O sedimento do poder de compra

Tudo se passa como se as areias dos dois maiores rios arrastassem oiro que se depositasse na foz (na margem direita); o Guadiana é curioso - o oiro só se deposita no Verão.
As barragens teriam por objectivo impedir essa drenagem mas a alquimia cambial transmutou-o em electricidade.

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Prosopopeia

Lisboa: Paragem cardio-respiratória mata idoso no Colombo.
Pampilhosa da Serra: Acidente “inexplicável”
mata homem na praia fluvial.
Fogo na serra do Soajo expulsou o povo da sua aldeia.
Tragédia bate à porta da família pela segunda vez.
(prima para ampliar o contraste)
* É a resultante do cruzamento do velho mito animista com o expediente de não assumir o acaso ou a responsabilidade. É um híbrido estéril como as mulas que ocorre tanto em Lisboa como na Pampilhosa; melhor: tanto nos jornalistas de Coimbra como nos de Lisboa quando falha o neo-cortex e emergem funções mentais paleolíticas.

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A Vida é Bela
Única/Expresso 7-8-2010



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......................Diz o urânio para a rádio:

Não haverá alternativa?
Ou plutónio ou chumbo? Explosão em cadeia ou viver "habitualmente"?
Tem que haver.

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11.8.10

 

Catástrofes

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Poder de compra, bem-estar e SNS 3
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Não há correlação entre o valor médio do poder de compra (na acepção lata de bem-estar material) e a taxa de mortalidade neonatal (a fracção de recém-nascidos que morre nos primeiros dias).
Ou o poder de compra não mede bem o bem-estar material (ou a média não é o índice correcto) ou então a sobrevivência das poucas crianças que nascem ( a nossa maior riqueza) não é considerada um factor de bem-estar material.
Ou ainda, o SNS faz tanto pelos recém-nascidos sem poder de compra como pelos outros; e faz bem.
(prima para ampliar)

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10.8.10

 
Poder de compra, bem-estar e SNS 2

O SNS como factor de equidade social numa sociedade profundamente desigual.

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Poder de compra, bem-estar e SNS

Em todas estas NUTS nascem e em todos estes concelhos crescem portuguesitos a quem o SNS oferece condições para que os resultados dos índices de saúde continuem a ser dos melhores do mundo; em vez de se enlevarem com o que se passa na Finlândia, porque se não analisa como se alcançaram estes resultados que abrangem todos e só privilegiam os que precisam, aqui, em Portugal, com os portugueses que temos – famílias, médicos, enfermeiras, gestores, políticos - e apesar de tão dispares “poderes de compra” das NUTS e dos concelhos.




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ESTUDO SOBRE O PODER DE COMPRA CONCELHIO 2007 (INE 2010)

Poder de compra, na acepção lata de bem-estar material.
Lisboa, Oeiras, Cascais,

Alcochete, Montijo, Almada,
Faro,
Porto Santo, Funchal,
Coimbra, Aveiro,
Sines,
Porto, São João da Madeira e Matosinhos
são os 15 concelhos com maior poder de compra.
*Basear o bem-estar material só no rendimento "exclui tudo o que está fora da economia financeira".
Basear os cálculos no valor da média, assume uma distribuição normal dos rendimentos e exclui tudo o que não é..


Apresentar em 2010 o valor do poder de compra de 2007...

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9.8.10

 
Cirurgia psicassistida
Médico assistido na cirurgia por psicólogo.

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O ciclo vicioso da farmacolização hiperactiva.

"Dizem-se muitas asneiras sobre isto tudo"
Nos últimos 12 meses as farmácias portuguesas venderam 157 mil embalagens de medicamentos com metilfenidato... , as estimativas apontam para uma percentagem de 1 a 7% de crianças afectadas, entre os seis e os 12 anos.
A probabilidade de os pais com filhos hiperactivos se divorciarem aumenta três a cinco vezes; de se tornarem consumidores de drogas aumenta duas vezes.

*Miguel Esteves Cardoso extrapola com ironia: Levante o braço quem nunca esteve a almoçar numa esplanada ou a viajar num avião e, sendo continuamente embarulhado pela liberdade de expressão de um anjinho de mama, não tenha perguntado a Deus: "E não se pode medicá-los?"

Era assim: começava-se com a chucha com aguardente do alambique para conseguir a desejada pacificação dos bebés chorões, a que se segue-se a R/italina da farmácia para serenar os “bichos carpinteiros” e acaba-se na droga do Casal Ventoso enquanto os pais se divorciam. Uma sociedade ataráxica.
Come chocolates, pequena... olha que não há melhor estupefaciente que a cacauína...

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