Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt
Prémio BIAL; um exemplo de excelência.1. Quase todos os trabalhos premiados usaram a método epidemiológico: "Autismo em Portugal - epidemiologia, investigação genética e molecular". (Guiomar Oliveira e Astride Vicente estudaram exaustivamente um amostra representativa da poplução portuguesa, da clínica ao DNA), "O doente com patologia múltipla em medicina geral e familiar: comorbilidade de quatro doenças crónicas”.- hipertensão arterial, diabetes, cardiopatia isquémica e asma (Mª Isabel Pereira dos Santos) e "Iguais ou Diferentes? Cuidados de Saúde Materno-Infantil a uma População de Imigrantes". (Mª do Céu Machado e Helena Carreiro) analisaram o “agente” e o “terreno”.
E até o de David Lyden, da Universidade de Cornell, mostrou que as metástases dos cancros (o agente) não se distribuem aleatoriamente; tal como os enxertos, pegam onde o “terreno” é propício.
* Nas sociedades humanas como na lavoura e ao contrário do onco-biologia, é o agente (o homem) que escolhe o terreno e o arroteia, regando, estrumando, tornando-o propício -- a história da agricultura.
2. As quatro doenças crónicas estudadas têm grande prevalência na população portuguesa: um em cinco adultos que acorre aos Centros de Saúde sofre de uma destas doenças, muitas vezes de mais do que uma; e não analisaram a obesidade…
O prémio BIAL deste ano foi atribuído a um grupo belga (Daniel Pipeleers) que procura tratar a diabetes transplantando células beta (produtoras de insulina) do pâncreas de dadores mortos; já tiveram êxito em duas dezenas de doentes mas na Bélgica (como em Portugal) haverá 50 mil.
* Milhões de anos de fome apuraram os mais capazes de resistir. A selecção genética é sólida mas lenta; a sociedade não está preparada para a opulência. Assim, numa geração, as doenças carenciais deram lugar às de sobrecarga, curto-circuitando a saúde. Como se as células beta tivessem uma capacidade limitada de produzir insulina -- o excesso esgota-as. São os RN de baixo peso que mais risco terão, em especial se engordarem depressa nos críticos primeiros meses de vida. A biologia não aguenta revoluções; depois de meses a ter que se adaptar a um regime de restrição energética, são incapazes de suportar uma brusca fartura -- a “sindroma metabólica” é a consequência biológica da nossa sociedade de opulência – mais frequente nos países e nas comunidades onde o cenário … mais rapidamente mudou – a penitência dos “novos-ricos”.
O enxerto de células beta é um recurso de emergência para uma pandemia gigantesca.
3. Os filhos de emigrantes têm uma mortalidade perinatal muito superior à dos autóctones. Mais, perdeu-se o rasto a metade dos nascidos no HFF/Amadora Sintra – a maternidade portuguesa mais internacional – metade são filhos de emigrantes.
* As famílias vieram dos PALOP, da Europa de Leste e também de outros países africanos e do sub-continente indiano e vivem em condições muito difíceis; por vezes ilegais.
Como a independência não trouxe a paz nem a prosperidade, vieram procurá-la na metrópole, no rasto dos “retornados”, seus ex-patrões … Malhas que o império tece. É certo que o mesmo ocorreu na Alemanha e na Suiça que não tiveram colónias, mas a responsabilidade das metrópoles coloniais é maior. O SNS deve privilegiar os que mais precisam; quando os que mais precisam são minorias marginais e emigrantes, temo que uma perspectiva contabilista os não tenha em conta.