alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

1.3.11

Cadastro de bens comuns

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Considerando a manifesta desactualização e a insuficiência das instruções sobre a organização do cadastro dos bens do Estado...
O INE publicou, no final de Dezembro de 2010, o Anuário Estatístico de 2009, que, pela primeira vez, apresenta uma série de emprego público, suprindo, ainda que muito parcialmente, uma lacuna grave no nosso sistema de informação.
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Mwatyipula é um homem casado e já feito, já voltou a viver com o pai e a substituí-lo na gestão do rebanho geral da unidade de exploração animal que os dois, mais os eventuais companheiros de onganda, constituem... O velho Tyikehe é um homem ainda activo e lúcido mas já está muito velho, um desses dias vai morrer e o Mwatyipula tem que manter-se ao corrente de todo o gado que está com o velho mas pertence à matrilinhagem do pai que o próprio velho teve.

Desde que ele morra vão vir cobrar nampingos. O rendeiro do velho virá buscar os bois "das custas" do seu tio, deixará algumas cabeças de que no entanto será preciso estar sempre pronto a prestar-lhe contas e é ao Mwatyipula que compete também informá-lo sobre o gado que está nas mãos dos mwingona do pai, exactamente como foi junto do filho do seu próprio tio que ele andava a esclarecer-se, quando o encontrei no Xingo.

Ele tem por sua vez os seus próprios mwingona, a quem cede gado, hupas, que se mantêm seus. E tem gado também espalhado pelas mãos dos seus ahumbeto, colegas de idade, mutekwa-mukweto e bwandyie, e dos buluvulus que são os seus filhos, e até de estranhos, algum desses buluvulus "profissionais" de que te falei atrás. No meio de tanta implicação alguns serão os outros, bem entendido. Um ahumbeto com gado seu poderá ser alguém que vai comparecer para receber um nampingo quando o velho Tyikehe acabar, se se der o caso de ser, por exemplo, o rendeiro do rendeiro do rendeiro dalgum daqueles "pais" classificatórios que oportuna e muito remotamente lhe tenha dado uma vaca que passou a ser hupa.

A trama pode revelar-se, assim, e revela-se sempre, extremamente intrincada. O nosso discernimento de observadores jamais bastará para apreender, sentir, a total expressão orgânica da coisa. Isso é do domínio do Mwatyipula. Tu estás a vê-lo ocupado só com o gado que tem à sua beira. Mas a maior quantidade do gado que lhe diz respeito, e para isso não precisa ser nenhum elombe, nenhum homem muito rico, nenhum Hamuhapwa, basta-lhe ser um adulto do comum com uma carreira regular, a maior parte desse gado há-de estar fora. Por isso ele jamais poderá produzir uma resposta correcta e honesta quando lhe perguntam quantos bois tem, e os interventores, sejam agentes do Estado ou desenvoltos operadores da "ajuda", insistem sempre nisso. Olham à volta e perguntam, não sabe como, então não são esses?
Não, não são. Esses, de que ele cuida directamente, a maior parte até talvez nem sejam dele, há bois aí que são da família do pai do seu pai, da do seu próprio pai, dos seus "pais", de ahumbetos e de bwandyies seus, e até, é muito provável, dos seus filhos menores, e das suas mulheres, e da família dos pais delas, que as mulheres também recebem hupas, e por aí fora etc., questão de simetrias, de reciprocidades, de solidariedades, articulações de dependência, alocações, cortesia até.
Ruy Duarte de Carvalho. Vou lá visitar pastores. Cotovia 1999

Etiquetas: gado bens economia

posted by HCM # 11:41

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