alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

31.12.11

 
The Great American Hall of Wonders
Peale had a great interest in natural history, and organized the first U.S. scientific expedition in 1801. These two major interests combined in his founding of what became the Philadelphia Museum, and was later renamed the Peale Museum.
This museum is considered the first. It housed a diverse collection of botanical, biological, and archaeological specimens. Most notably, the museum contained a large variety of birds.



Em Philadelphia, o Peale Museum e em Coimbra, o Museu Zoológico.



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O Museu de História Natural
A esquina SE do Museu. O museu ocupa parte do Colégio das Onze Mil Virgens da Companhia de Jesus. Imagem de 1732.
Após a expulsão dos Jesuítas (1759), o Marquês atribui-o à Universidade adaptado a museu (sob planta de “recorte clássico” do arquitecto inglês Guilherme Elsden (1772).

Pedro Dias. Coimbra, Arte e História 1983.

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Passas ou não passas?
O novo ano de 2012
* E eu, prosaico, a ler "Passos ou não passos?"


 
Actos falhados
Avião da AirEuropa sai da pista
Portugal tem uma "democracia com falhas".
... em 2011, o declínio da democracia centrou-se na Europa (Finlândia, Irlanda, Alemanha, Portugal, Itália e Grécia). ... a União Europeia a encontrar no declínio da democracia um ponto forte das suas políticas.
De há uns tempos a esta parte que se fala ... do conceito de pós-democracia ... um regime em que somos governados por grupos económicos que não se sujeitam ao escrutínio popular e ... fazem prevalecer os seus interesses particulares em detrimento dos interesses colectivos.
Rui Silvares
* É o que seria de esperar quando à liberdade, igualdade e fraternidade (que apontavam para um futuro a criar) se prefere o consumo, a dívida e a segurança social (um sôfrego presente a pagar no futuro).

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30.12.11

 
Um problema de retroversão
Three Gorges não confirma Mexia na liderança da EDP
Dois dias antes: "A equipa executiva da EDP é muito boa, pelo que a CTG deseja mantê-la para assegurar a estabilidade da empresa", “adiantou” Cao Guangjing.
*Adiantou ou disse?
Não mexia nela ou não Mexia nela?

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A jangada de pedra no Pacífico
Ilha de Samoa suprime um dia do calendário
A ilha de Samoa decidiu suprimir o dia 30 de Dezembro do calendário este ano e passar directamente de 29 para 31 deste mês, com o objectivo de mudar de fuso horário e aproximar o país dos principais sócios comerciais na Ásia e Pacífico. «Quando é sexta-feira aqui, já é sábado na Nova Zelândia. E quando estamos na igreja no domingo, já estão a fazer negócios em Sydney e Brisbane, na Austrália».
* Os interesses da bolsa curto-circuitou a convenção dos fusos horários de 1884 mais fácil de ultrapassar que a do factor geográfico; Saramago escreveria outra fábula – uma ilha a dar duas voltas ao mundo enquanto a Terra rodava uma - para acertar os relógios com os seus fregueses.

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Nadir Europa

Que a edição de ontem de aniversário do DN tenha escolhido uma belíssima gravura de Nadir Afonso sobre o rapto de Europa para seu rosto foi um sinal de grande clarividência sobre o legado que este lado do mundo deixa em 2011. José Manuel Pureza.
* É realmente uma imagem significativa de um modo de interpretar a realidade, atribuindo-a a intervenções de forças exteriores (divinas ou diabólicas) que absolvem a nossa negligência – os “espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perdição das almas”.

Mas também a escolha do artista foi um significativo acto falhado; Nadir é um bom artista mas também é o nome que se dá, em Astronomia, ao “grau mais baixo” que um astro atinge na sua órbita determinada.

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CP de fazer de conta

Prémio de condução

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É pelo Natal que se calcula a natalidade
A natalidade diminui mas aumentam as exportações e a emigração.
1. São menos 4269 nascimentos do que em 2009, tratando-se apenas da segunda vez que são contabilizados menos de cem mil nascimentos num ano.
O ano até começou acima da média, mas à medida que a crise económica se acentuou e a intervenção externa se tornou um facto o número de gravidezes começou a descer.
* Se no primeiro semestre houve mais nascimentos que o esperado e uma gestação se completa em nove meses, é difícil aceitar essa explicação.
2.
Exportações para Espanha superam importações pela primeira vez em Outubro.
* É o que acontece na sociedade mercantil que exalta a exportação e lamenta a emigração.

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29.12.11

 
O défice fictício de 2011, um governo e uma "troika" estrangeira cegos pela ideologia neoliberal querem destruir a economia e a sociedade portuguesa
O défice orçamental de 5,9% em 2011, anunciado triunfalmente pelo governo e pela “troika”, não é real, mais é sim um défice fictício, já que só foi conseguido com a utilização de uma parte dos activos dos fundos pensões dos bancários. O verdadeiro défice de 2011 foi de 7,5% do PIB, o que corresponde a 12.737,5 milhões €.
E em 2012, o governo e a “troika” pretendem reduzir o défice orçamental para 4,5%, ou seja, para 7.556,9 milhões €, o que significa uma diminuição de 40,7% (-5.180 milhões €).
A redução do défice nesta dimensão, quando Portugal já se encontra em plena recessão económica, só poderá determinar mais destruição da economia, a falência de milhares de empresas, o aumento brutal do desemprego, a generalização da pobreza e da miséria e sacrifícios enormes para a maioria dos portugueses. É urgente reagir ao estado de choque causado pela intervenção estrangeira, e exigir um período mais alargado para fazer a consolidação orçamental, pois quanto maior for o prazo menor será a destruição da economia e da sociedade portuguesa
.
www.eugeniorosa.com
* Li este texto e o título da Única e imaginei um rapto da "troika estrangeira" por um grupo nacionalista; imaginei-o constituído pelo Eugénio Rosa, um elemento da ala UDP do BE e ovice-presidente da bancada do PS Pedro Nuno Santos, com a ameaça da bomba atómica.
Imaginei que o Nicolau Santos, com bons contactos nas bolsas, nos media e no governo, tinha conseguido o resgate dos reféns com contrapartidas ajustadas – “um período mais alargado para fazer a consolidação orçamental” e a metade dos juros agiotas em que a cilada (a “estrangeirinha”) dos “mercados” nos teria feito cair.
Afinal não foi bem assim; fui eu que interpretei mal o título da revista.

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Das tormentas à boa esperança
A confusão com os significados de cabo não acaba.

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Deputado comissionado
Paulo Morais, vice-presidente da organização Transparência e Integridade, afirmar que o
Parlamento "é um escritório de representações".
* Mas não é essa missão dos deputados num parlamento democrático?
deputado s. m.

1. Aquele que é comissionado para curar de negócios de outrem. (Priberam).

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28.12.11

 
Relatórios para o papelão
É preciso uma "investigação mais profunda"
1. Observadores da Liga Árabe na Síria dizem que não viram situações "assustadoras".
2. É preciso uma "investigação mais profunda" e, sobretudo, credível.
Hospitais desperdiçam dois milhões por dia
... revela uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas.
O relatório explica que o apuramento dos custos é baseado numa metodologia norte-americana usada em Maryland que pode "introduzir distorções na distribuição dos custos hospitalares e, consequentemente, na adequação dos preços unitários fixados".
Além das deficiências metodológicas de apuramento de custos, a própria informação de base, a contabilidade analítica das unidades hospitalares do SNS, "apresenta problemas de fiabilidade e de comparabilidade".
* É óbvio que houve “situações assustadoras” na Síria como é óbvio que há desperdícios no SNS; é lamentável que o TC desperdice tempo, recursos e credibilidade a avaliar desperdícios do SNS com base em informações pouco fiáveis analisadas por uma “metodologia norte-americana usada em Maryland” que “pode "introduzir distorções ... na adequação dos preços”.
É o que dá quando se pretende avaliar sem levantar o rabo dos gabinetes de ar confinado; é o que acontece quando se importam metodologias de avaliação sem se importarem com a sua pertinência.
Sugiro auditar o TC com uma “metodologia norte-americana usada em Maryland
”.

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Apologia do mercado
Que Hermes, o deus do bom caminho, ilumine o que aí vem, e não nos deixe enveredar por veredas e azinhagas. BB.
* É uma surpresa ver BB convertido à teologia do mercado. Hermes era um dos deuses do Olimpo grego. Era o protector das estradas e viagens entre outros atributos. Ao longo dos séculos seu múnus foi ampliado, tornando-se o mensageiro dos deuses, dos ladrões e dos mercadores.

Compreendo que enverdar por veredas seja uma redundância escusada, mas não vejo qual o mal em ir por azinhagas.

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Alarmismo consumista incurável

Levantamentos e compras com cartão caem
O montante dos levantamentos em multibanco no mês que terminou no dia de Natal baixou 1,3 por cento este ano em relação a 2010, e o pagamento de compras com cartão caiu 6,6 por cento.
* Uma diferença de 4,3% será uma “queda”?

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O estigma satânico do factor geográfico e histórico
O Médio Oriente precisa de cres­cer a mais de 6% ao ano para conseguir criar os milhões de empregos necessários para uma população muito jovem. Um nível tão elevado de crescimento exige mais liberaliza­ção económica, regras legais claras, competi­ção interna e integração no processo de glo­balização. Infelizmente, muitas destas ideias são olhadas com grande suspeita nas socieda­des árabes. As expectativas das populações que esperam mais subsídios e proteção go­vernamental são enormes. Miguel Monjardino. As primaveras árabes. Única 23-12-2011
* Durante séculos Lisboa foi uma cidade árabe, conquistada pelos cristãos comandados por um rei, filho dum imigrante francês e ajudado por cruzados do norte da Europa.
Mapa da Europa durante a 1ª Cruzada (Sec XI) e da reconquista cristã da Ibéria.

Rever a geografia com Orlando Ribeiro * e a história dos Algarves, daquém e dalém mar, em África.
* Na Biblioteca Nacional até 18 de Fevereiro.

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O estigma satânico do factor geográfico
"Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico", que Orlando Ribeiro publicou em 1945, é o livro fundamental sobre Portugal - no sentido de compreender os fundamentos do que somos como país
Ribeiro foi o primei­ro a perceber que oposições de paisa­gem e de clima se articulavam com variações sociais e culturais, para for­mar países diferentes, divididos pela cordilheira central: o "Portugal atlân­tico", a norte, com as suas monta­nhas, povoamento disperso e lavoura em pequena escala, e o "Portugal me­diterrâneo", a sul, com as suas planu­ras, cidades e latifúndios. Rui Ramos. Expresso 23-12-2011

Insucesso escolar
Em 2009/2010, 15% das crianças que frequentavam o 4º ano da escola já tinham chumbado pelo menos uma vez. No 9º ano, a percen­tagem subia para os 33%. E, che­gados ao 12º do secundário, só metade dos estudantes se podia ter gabado de não ter nenhum chumbo no currículo.
A situação é pior nos distritos de Faro, Portalegre, Beja e Setú­bal. E Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro distinguem-se pe­la positiva.
Estado da Educação 2011, Conselho Nacional de Edu­cação (CNE). Expresso 23-12-2011

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27.12.11

 


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Justiça empenhada não sai da prisão

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Burros no Céu por levar a carta a Garcia
Nos palácios do Céu estão os apóstolos, os heróicos, os atentos, os sublimes, as puras, os incomparáveis. Mas lá também há lugar para aqueles de nós que nos limitamos a levar com fidelidade e diligência a carga que nos foi imposta. Sem fazer coisas extraordinárias, sem sequer compreender bem o sentido de tudo isto, mas desempenhando todos os dias a tarefa que nos está atribuída.
... o bom burro é aquele que leva o que for preciso e leva-o todos os dias.
Carrega aquilo que tiver de ser, sem discutir, sem escolher, sem resmungar, sem pedir descanso, contentando-se com a ração. Aos apóstolos, mártires e pastores valem-lhes os feitos, aos doutores, virgens e santos cabem-lhes os merecimentos. Mas os burros apenas lá chegam pela fidelidade e diligência.
* O anónimo sargento que “levou a carta a Garcia” tem lugar no Céu?

Existe ainda uma outra condição: Além de levar a carga tem de se compreender o que a carga tem dentro.
* Afinal não chega levar a carta a Garcia.

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Consoada
Natureza morta do meu avô surreal

Recordo-me de o ver preparar o molho para as batatas. Levantado o prato da sopa, o avô pedia o galheteiro e vertia azeite e depois vinagre bem no centro do prato - uma pupila castanha, uma íris amarela numa esclerótica de porcelana como no quadro de Magritte (O retrato *, 1935), seu contemporâneo.
Misturava tudo com uma pitada de pimenta e sal, agitando com garfo antes de lhe servirem as batatas e as couves da praxe.
* Na Gulbenkian até 8 de Janeiro.

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26.12.11

 
O jantar de Natal do Colégio Pontifício e Real de São Pedro

1683, Dezembro. 25 (Coimbra) - Registo das despesas de alimenta­ção, no dia de Natal, no Colégio Real de S. Pedro. Livros da superintendência da cozinha.
Sabado 25 de Dezembro
30 paens......................................................... 240
7 quartilhos de vinho..................................... 087
14 arráteis e meio de vaca............. ................. 304­
39 arráteis de carneiro.................................. 1170
3 peruas......................................................... 750
2 patos........................................................... 450
5 galinhas....................................................... 550
4 frangos........................................................ 120
1 arrátel de arroz..................................... ...... 040
adubo............................................................ 020
ortalice e 2 assados..... .................................. 040
6 paens e 6 quartilhos de vinho à gent............ 108
8 arráteis de vaca... ....................................... 168
Meia galinha ao familiar................................. 050
3 covilhetes* aos 3 serventes... ......... ........... 060
12 arráteis de vaca aos serventes de fora........ 252
Ao barbeiro................................................... 100
[total]....................................... 4509 reis
Selecção e transcrição documental da autoria de Ana Maria Ban­deira, Maria Leonor Pontes e Tiago Maia, Arquivo da Universidade de Coimbra.

É justo induzir que a origem social dos participantes não é de desprezar, este banque­te é digno de contar com a presença de D. Afonso VI, respiras­se ele, Deus o tenha, partiu há três meses, mas respirasse e comesse ele que confirmaríamos, descontando exageros intrínsecos à expressão, que esta é uma mesa de rei. Outra coisa não seria de esperar; desde a sua fundação, em 1540 que este colé­gio de S. Pedro tem sido frequentado por membros da nobreza, vagas de gerações aristocratas que ocu­pam os lugares de porcionistas, basta que, ditam os estatutos da instituição, sejam filhos "de família solar" e tenham mais de 20 anos. Outros, não agraciados por colorações metafóricas do sangue, compram a entrada com os seus proveitos de monta ou títulos não fidalgos, leia-se, graus universitários. Fábio Rodrigues. Diário de Coimbra 24-12-2011
*Espécie de empadinha recheada de carne moída, presunto e cebola, e condimentada com azeite, salsa e vinho branco (Priberam)
1 arrátel= 459 g
1 quartilho (1/4 da canada) = meio litro

* Não figura porco nem peixe mas já entra o peru.
Não figuram farinha, ovos, leite ou açúcar; os doces não seriam feitos na cozinha?
Não figura fruta, de produção local, tal como os ovos, que esta seria uma “lista de compras”?
Caberia um pão a cada 2kg de carne e meio a um litro de vinho.
Não se sabe o número de comensais; sendo dia de Natal, a maioria dos estudantes estaria em férias?

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Um programa eleitoral na chaminé
Como homilia podia soar bem (embora o cardeal-patriarca de Lisboa tenha sido muito menos idílico), mas como mensagem governamental deixou muitas dúvidas em aberto.
2012 será um
ano determinante”. ... o país terá “muitos compromissos para honrar” e “muitos objectivos ... para cumprir”, e “sobretudo muitas reformas estruturais para executar”.
... “colocar as pessoas, as pessoas comuns com as suas actividades, com os seus projectos, com os seus sonhos, no centro da transformação do país”.
* No resumo do Público, li 9 vezes a palavra confiança, 7 vezes reforma, 2 vezes trabalho, uma vez esforço e nunca a palavra como.

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Para uma mensagem de Natal,


o PM fez bem em optar pelo cenário do presépio; mas a escolha daquela imagem não foi feliz – uma mãe ansiosa e um bebé agitado perante alguém que os ameaça com um varapau.

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Sociobiologia
Crime e dívida
"Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são, por definição, eternas. As dívidas gerem-se.” José Sócrates
É preciso um americano conquistar um Nobel (Garry Becker) para se entender que o crime não se elimina­ por mais eficaz que seja a guerra que se lhe dá. Combate-se. Martim Avillez Figueiredo. Expresso 23-12-2011
* A varíola foi erradicada mas o seu vírus não.

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A convite das “Three Gorges”
2011.
Conselho de Ministros extraordinário, Forte de São Julião da Barra, Oeiras.
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2012. Conselho de Ministros extraordinário, Portas de Cerco, Macau.

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24.12.11

 
Professores: o estigma satânico do factor demográfico e do numerus clausus
1. Portugal tem, neste momento, professores a mais e alunos a menos. A principal razão deste desequilíbrio é demográfica e não existe nenhuma razão para acreditarmos que a situação se inverta: a taxa de natalidade é muito baixa e a imigração residual. Editorial. Expresso 23-12-2011

2. Em 1981 havia 2,5 milhões de portugueses com menos de 15 anos, em 2011 já só foram contabilizados 1,57 milhões. Em 1990 existiam 120 mil professores no básico e secundário, em 2010 já eram 146 mil - ou seja, temos
mais professores para menos alunos. Por isso, e de acordo com dados do Banco Mundial, Portugal tem um melhor rácio professor-aluno do que a Espanha, a Alemanha ou a França.

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A gravidade da lei vs a lei da gravidade
O Parlamento francês decretou a penalização da negação do genocídio arménio. Quem o negar, incorre num ano de prisão ou numa multa de milhares de euros.
* É também o que acontece a quem negar a existência da gravidade; se saltar de um desfiladeiro verificará que a infracção dessa lei não admite pena suspensa.

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Vem aí o plafonamento.
Galicismo para indicar que o céu tem limites, um tecto que se não pode ultrapassar. É uma característica biológica do crescimento normal, ao contrário do dos tumores – e das unhas e cabelo.
Com a nova grafia de tecto alterada pelo Acordo Ortográfico para teto, é sensato não usar esse termo dada a suspeita conotação com mama que justamente se quer corrigir.
A palavra para designar esta tendência seria assímptota, uma curiosa palavra esdrúxula que rapidamente entraria em uso não fora a outra grafia acordada ser assintota; difícil aceitar uma expressão assim tota e grave. O que é pena.

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23.12.11

 
respigo
A fome
A fome que alastra como endemia, toca a quase todos, abate-se nos velhos e, agora, nos miúdos. BB
"... es la gente de Portugal ser demasiadamente inclinada a extremos de manera que si a de hazer penitencia de veras, a de ser demasiada, o sino, a de hacer ninguna". 1573. Agustina Bessa Luis. O Mosteiro


 
Lágrimas
Vendas de água engarrafada caíram 1,72% desde janeiro - APIAM


Menos 1,72% do supérfluo.

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22.12.11

 
Boas festas e feliz ano novo
Desejos que se espera se cumpram.
Boas festas, bom dia, boa viagem, saúde!, felicidades!, que volte depressa e bem, que seja por muitos anos, desejo que esta te vá... , estimo as melhoras.
A crença mágica na realização do desejo. Não se deseja que o interlocutor faça o favor de ser feliz ou, pelo menos, o tente, nem se promete fazer por isso; apenas se deseja, como se fôramos a Rainha Santa a mediar a retroversão do milagre.
"Não levantou as mãos, não orou, nem pediu, não mandou: só disse que eram rosas as moedas, e foram rosas. O chamar foi produzir; e o dizer que eram foi fazer que fossem o que não eram”.
António Vieira, Sermões.
Matreiros, para ficarmos de bem com Deus e com os diabos não pomos os ovos todos no mesmo cesto; lá vamos dando prendas uns aos outros como quem imola aos ídolos.

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EDP / Macau

Chineses compram posição do estado português na EDP

* A EDP é o reverso de Macau - uma empresa portuguesa sob administração (um quinto) chinesa.

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Sociobiologia atrevida
Nostalgia do cancro
De acordo com Jean-Paul Fitoussi, professor de Economia no Instituto de Estudos Políticos de Paris, "a reunião em Bruxelas foi um completo desapontamento, dado que aponta apenas no sentido de mais austeridade e, por isso, menos crescimento económico e menos emprego". Domingos Ferreira
* O mercado sem freios comporta-se como um cancro – o crescimento exponencial descontrolado como padrão. A terapia anti-cancerosa inicial era pouco específica, não distinguindo bem as células cancerosas das outras, causando sérios efeitos secundários.
Os argumentos de alguns críticos das actuais medidas de austeridade financeira repetem os dos críticos da quimioterapia inicial - em vez de apelarem a medicamentos mais específicos criticavam toda a quimioterapia. Parecem nostálgicos de quando não havia austeridade e, por isso, mais crescimento económico e mais emprego.

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Suor, linfa e lágrimas

Primeiro suor, depois sangue-linfa e lágrimas dum pinheiro abatido.

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21.12.11

 


PIN?

Esboço da maquete da urbanização prevista para o último pinhal no centro de Coimbra.



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respigos
Fado/Morna
Amália Rodrigues era a grande vestal da tragédia cantada a que se chama fado.
Cesária Évora foi a oficiante das liturgias crioulas de uma saudade humilde e popular.

Mas não deixa de haver uma relação entre o fado de uma e a morna de outra, até pela origem na língua portuguesa daquilo que cantavam e porque sentimentos e sensibilidades gerados numa língua, ou nas suas variantes e corruptelas, também se partilham natural e instintivamente.
*
Fruam.

(Cidade Velha. Primam para ampliar)

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Mercado salutar
Paulo Macedo, ministro da Saúde, antecipou um futuro próximo, «onde a liberdade de escolha dos cidadãos poderá «vir a consolidar um mercado salutar», com «repercussões na qualificação dos quadros, na competitividade e no aumento de eficiência». «O novo hospital terá de viver em concorrência com outras instituições».
* Falava ao dar posse ao primeiro Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC): concorrência, liberdade de escolha, “mercado salutar», “competitividade e aumento de eficiência».

Este discurso poderia ter sido feito na inauguração dum supermercado ou duma fábrica de bolachas de água e sal. Admito que ali não falaria em salutar.

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Moody´s adverte Reino Unido de riscos para o seu triplo-A
Engl nd, W les ou Scotl nd.

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20.12.11

 



O túmulo do general desconhecido

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19.12.11

 
Consumo em tempo de crise
Despesa anual média familiar, Portugal, 2010/2011 (INE)

Gastou-se em transporte metade do que em habitação.
Gastou-se em "Hotéis, restaurantes, cafés e similares" quase o mesmo que em "Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas".
Gastou-se tanto em ensino quanto em "álcool e tabaco" e metade do que em "Móveis, artigos de decoração, equipamento doméstico e despesas correntes de manutenção da habitação".
Gastou-se tanto em saúde quanto em "Lazer, distração e cultura".
Relativamente a 2005/2006 e no que se refere à evolução em volume, gastou-se muito mais (41,8%) em comunicações, em transportes (25,9%) e em ensino (23,3%) e muito menos (-23,6%) em "Bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos / estupefacientes".
Gastou-se mais (8,8%) em lazer e cultura tal como em habitação (9%) – a maior fatia – mas um pouco menos (-4%) em "Móveis, artigos de decoração, equipamento doméstico e despesas correntes de manutenção da habitação" tal como em alimentação (-5,4%).
Não houve variações significativas nos gastos com saúde nem com “Hotéis, restaurantes, cafés e similares” nem nos “Outros bens e serviços”.

Apesar disto:

1. Entre Janeiro e Setembro, fecharam portas 927 restaurantes e similares mas foram inaugurados 2037 (um saldo positivo de 1110).
2. A torre do Aleixo implodiu.

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Partidas e contrapartidas
Se o euro colapsar

Ingleses têm plano para retirar britânicos de Portugal e Espanha
Euro/Crise
UE vai pedir à Grã-Bretanha 30,9 mil ME para o FMI

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Passos Coelho sugere a emigração a professores desempregados
Afirmações de Passos Coelho sobre docentes desempregados chocam Seguro e Mário Nogueira
PCP considera inaceitável que Passos defenda emigração para desempregados

* Há 500 anos, o rei, o clero, a nobreza, a pobreza e os mercadores sugeriam a emigração aos desempregados ou mal-empregados e a arraia-miúda concordou e parece não se ter dado mal; de tal modo que, como sempre, exagerou ("Esta gente toda é de extremos, como sabeis". P. Simão Rodrigues em 1547) pelo que, já por essa época, Sá de Miranda se queixava:
«Não me queixo de Castela
donde guerra inda não soa.
Queixo-me de Lisboa
que ao cheiro da canela
o reino nos despovoa
Como sempre, já se queixava de “Lisboa”, “como sabeis” e não da Europa nem dos portugueses. Mil e quinhentos anos depois de Cristo e séculos antes de Brecht.

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18.12.11

 
Na Biblioteca Nacional
Das Partes do Sião
No início da década de 1820, «um dos protukét tinha tal pontaria que acertava em todos os alvos escolhidos pelo Rei, que Sua Majestade escolheu-o como chefe dos artilheiros e elevou-o a Phraya Viset Songkran Ramabhakdi» (brigadeiro).
O protukét chamava-se Bento Ribeiro de Albergaria e viria a ocupar a liderança da comunidade católica no Sião. A família dos Albergaria descendia de antigos portugueses instalados no Camboja; Bento teria sido trazido, ainda criança, de Battambang (oeste do Camboja) para Bangkok durante as campanhas no início do reinado de Rama I.


A investidura como Phraya ViSet Songkran era cerimónia de pompa que se iniciava com uma procissão solene em torno das muralhas ao som de música marcial e clarins. «O mandarim (Bento Ribeiro) envergava o uniforme de general europeu, com chapéu emplumado e estava sentado com as pernas cruzadas numa pequena base dourada sobre um carro triunfal puxado por corcéis [ . .. ]


Toda a comitiva, que ultrapassava dois mil homens, desfilou pela praça real diante de Sua Majestade siamesa, que aplaudia com as mãos do alto da varanda»
Além de militar era um homem da corte do Sião. John Crawfurd, sempre tão agressivo nas apreciações que fazia, parece ter-se rendido a Albergaria. «This gentleman holds a high Siamese title, and a post of considerable importance. Considering his means and situation, his acquirements were remarkable for he not only spoke and wrote Siamese, Cambodian, and Portuguese with facility, but also spoke and wrote Latin with considerable property. We found, indeed, a smattering of Latin very frequent among the Portuguese interpreters at Bangkok, but Senor Ribeiro was the only individual who made any pretense to speak it with accuracy».
Quando, em 1859, o governador de Macau e Ministro Plenipotenciário de Portugal chegou a Bangkok para assinar o tratado luso-siamês, Albergaria, já entrado nos anos, lá estava. «Dentro do alpendre, esperava o embaixador o general de artilharia siamesa que se diz descendente dos Portugueses falando um pouco o dialecto de Macau. Calçava sapatos de polimento, mas sem meias, calça larga de seda azul e sobrecasaca de seda furta-cores ...».
Miguel Castelo-Branco. A Época de Ouro dos Protukét do Sião. Biblioteca Nacional
* No dia da morte de Évora (Cesária), uma grande senhora, recordo um Albergaria (Bento), um grande senhor. Quando visitámos a embaixada portuguesa em Bangkok, fomos muito bem recebidos pelo Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal, Joge Morbey. Não poderíamos ter tido melhor guia tanto na embaixada que ele descreveu como na Tailândia, cuja história tão bem conhece. Como Cesária, Jorge Morbey é cabo-verdeano.

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17.12.11

 
O rosto do Público de hoje
Luís Figo: “
Quero vender tudo o que tenho em Portugal
"Apoiei Sócrates porque, na altura, achei que era a pessoa adequada. ...pensei que ele poderia ajudar Portugal a crescer e a melhorar as coisas. Errei. Enganei-me, como se enganaram milhões de portugueses que votaram nele"
Eduardo Lourenço, prémio Pessoa
Num momento como este, é particularmente importante que seja dado o prémio a Eduardo Lourenço. Além de tudo, é um homem que acredita em Portugal e nos portugueses”, declarou Mário Soares, ex-Presidente e amigo do filósofo, antes de Clara Ferreira Alves acrescentar: “Portugal está vagamente deprimido e personagens como a de Eduardo Lourenço ajudam-nos a pensar melhor sobre nós”.

"Portugal precisa de vozes como esta. E de obras como esta", diz o comunicado do júri.

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Sociobiologia atrevida
Mutação genética minhota do cancro do cólon



Há cerca de 300 anos, no Norte de Portugal, viveu a pessoa que sofreu uma única mutação genética que está hoje na origem de 17% dos casos de cancro colo-rectal hereditário sem polipose. A nova mutação está localizada no gene MLH1. Enquanto as outras mutações responsáveis por este cancro são pontuais, numa só letra da molécula de ADN, neste caso é apagada uma grande parte do gene MLH1 – “a proteína que o gene codifica é mais pequena do que o normal e não é funcional”.
* Terá sido a única pessoa que não adoptou o processo de guardar o milho nos espigueiros/canastros que também surgiram por esse época. Isto facilitou a vida dos ratos que puderam roer “grande parte” das espigas que, assim, também deixaram de ser funcionais. Os pássaros conseguem debicar o milho nos espigueiros, mas só bago a bago, o equivalente gramíneo das “letras da molécula do ADN”.

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Na Biblioteca Nacional
Das Partes do Sião
Em 1767, a capital siamesa Aiútia foi tomada por um poderoso exército birmanês. A comunidade deu luta feroz, sendo o bandel português um dos últimos focos de resistência. Depois, rendeu-se. Os invasores prepararam a sua transferência para Ava, mas no longo trajecto, os Protukét rebelaram-se, mataram os carcereiros e puseram-se em fuga. A fuga prolongou-se até Dezembro de 1767. Internados nas matas, fugindo às patrulhas enviadas para os exterminarem, dirigiram-se para Sul e em Dezembro, esgotados e famintos, chegaram a Bangkok cerca de trezentos sobreviventes. Pelo caminho ficaram os dois padres portugue­ses que haviam sobrevivido à tomada de Ayutthaya.
Pouco após a chegada a Bangkok – então um simples povoado – receberam instruções para se mudarem para Thonburi, na margem oposta, onde o general Taksin havia estabelecido o seu quartel-general. O novo Rei encomendou-lhes a fundição de uma bombarda a que deram o nome de Lagarto, ordenando-lhes que voltassem a pegar em armas. Os feitos castrenses foram tão relevantes que Taksin – e depois, os monarcas da dinastia Chakry que lhe sucederam – conferiram aos Protukét funções de relevo até então não permitidas a minorias religiosas.
Campo de Stª Cruz de Thonburi
Os homens da comunidade dividiam-se em três grupos profissionais: médicos, intérpretes e soldados; ou seja, funções requeridas para a manutenção do forte, das residências do Kalahom e do Príncipe Wongsa, bem como do cais da capital.
Os Protukét constituíam uma parcela mínima do exército siamês, mas ao contrário da maioria das forças recrutadas extraordinariamente em situações de guerra, estes homens eram tropas especializadas com elevado grau prontidão e profissionalização.
Era uma comunidade marcial, sujeita a treino constante e com tarefas preci­sas de guarda na cidadela real. Tal como acontecera durante o reinado de Taksin, a sua proximidade e acesso à pessoa do Rei permitia-lhes convívio diário com altos dignitários da corte. A confiança que neles tinha o Rei Rama I manifestou-se pouco após a subida ao trono do primeiro monarca da nova dinastia. Rama I isentou-os da obrigação da prestação do juramento anual de fidelidade ao Rei, exigida a todos os servidores da monarquia.
Miguel Castelo-Branco. A Época de Ouro dos Protukét do Sião. Biblioteca Nacional

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16.12.11

 
Na Biblioteca Nacional
Das Partes do Sião
O bandel português do Sião («Os portugueses chamam-lhe campo e os siameses bân aos quarteirões que se localizam fora da cidade») era o maior e o mais consistente estabelecimento português na região, se bem que Ayutthaya nunca tivesse sido prioridade comercial para os portugueses. No Sião, não havia nem feitoria nem fortaleza, pelo que ali funcionou uma forma híbrida de auto-governo centrado na figura do Capitão de Bandel indicado por Goa e confirmado pelo Rei do Sião.
A denominação das comunidades luso-descendentes é surpreendente, pois tendeu a unificar-se num só adjectivo que exprimia, para o grupo e para os seus vizinhos, o modo de ser e a origem do grupo: eram, ou passaram a ser apenas, portugueses, sinónimo de católico «The terms «Portuguese» and «Catholic» slowly became synonymous, a conflation that has continued to the present. [...] In addition, negative Dutch and British attitudes toward children of mixed-race unions created another disenfranchised demographic group that was quickly absorbed into local Portuguese community».1.

O Amphoen Protukét acolhia uma população etnicamente heteróclita que cobria as diversas variantes da espantosa mistura afro-indiana, indo­-malaia, nipo-portuguesa, sino-indiana e peguano-portuguesa - para além, claro, de thai-portuguesa - ou seja, um verdadeiro laboratório de misci­genação.
O bandel pouco diferiria de uma qualquer povoação aldeã do Sudeste­-asiático. Não fossem os edifícios em tijolo com cobertura em telhas vidradas à chinesa, os únicos construídos em materiais sólidos e perduráveis e o Bân Protukét em nada se distinguiria dos restantes kampong fora de portas.
Em 1690, Kaempfer esteve na cidade e des­creveu o bandel português: «no lado oposto do rio, há uma aldeia habitada por uma raça de portugueses nascidos de mulheres indianas e, mais longe, há uma igreja dedicada a São Domingos, servida por três padres Dominicanos. Atrás desta, há uma outra igreja pequena, onde oficiam dois padres da Ordem de Santo Agostinho. [...]».

Era uma população que desempenhava na cidade funções específicas, servindo no Krom Tha (alfândegas e portos) como pilotos e intérpretes e no Kalahom (defesa) como militares nas unidades apetrechadas com armas individuais de fogo e, ainda, como artilheiros.
A população do Bân Protukét tendeu a crescer na proporção dos reveses militares na Insulíndia. Quando Malaca se rendeu aos holandeses (1641), parte da população católica fugiu para o Camboja e daí transitou para Ayutthaya. Anos depois, já na década de 1660, Macassar (a maior cidade das Celebes que foi portuguesa entre 1512 e 1665) foi abandonada e a população refugiou-se no Camboja e Sião.
Seriam os portugueses cerca de quatro mil em finais da década de 1680, estabilizando-se o seu número até ao ataque e queda da cidade em
1767.
Miguel Castelo-Branco. A Época de Ouro dos Protukét do Sião. Biblioteca Nacional
1. Margaret Sarkissian _ D’Albuquerque's children: performing tradition in Malaysia's Portuguese settlement. Chicago: University of Chicago Press, 2000.
2 Engelbert Kaempfer - Histoire naturelle, civile, et ecclesiastique du Japon. T. 1, Haye: chez P. Gosse & J. Neaulme, 1729.

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O futuro condicional
1. Uma freguesa escolheu e encomendou uma mobília para ser entregue na sua vivenda nova; à saída informou que não a poderia pagar já, dado que iria para férias no Algarve.
Outra encomendou o fabrico de uma mobília para substituir a da sua cozinha, de que já não gostava. Por fim avisou que se propunha pagar a prestações e que não poderia fazê-lo nos tempos mais próximos.
Em alternativa propuseram que o fizesse mediante empréstimo bancário; que não podia, que já tinha empréstimo para a casa, o carro, férias e electrodomésticos pelo que já não lhe concediam mais crédito.
Factos relatados pelos donos de uma pequena oficina-loja de mobílias numa aldeia; a dona não se chama Ângela.

2. Os tuga vivem num presente emprestado pelo passado aforro de outrem; não aprenderam a conjugar o futuro condicional.

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qualquer coisa de esquerda
Saúde, S. A.
" Ou prevalecem os direitos ou floresce o negócio. Não há terceira via". J.M. Pureza
Ou estão com a revolução ou estão com a reacção. Não há terceiras vias”. Vasco Gonçalves. Discurso na Sorefame 17.5.1975
*Qualquer coisa da esquerda mais maniqueista que dialética.

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15.12.11

 
Na Biblioteca Nacional
Das Partes do Sião
Logo após a conquista de Malaca (1511), Afonso de Albuquerque enviou um embaixador ao Sião (Tailândia) reino independente (Tai quer dizer homens livres) onde dominava o budismo, a garantir amizade e dissipar receios de conquista e que foi muito bem recebida. A partir daqui, os portugueses “passaram a entesar frequentemente à terra siamesa” ... até Fernão Mendes Pinto, (o da “Peregrinação”) haveria de levar a Aiutia a sua vida errante. Ferreira de Castro. A Volta ao Mundo) e começaram relações muito amistosas entre Portugal e do Sião com cartas entre os reis.
Na capital de então, AIÚTIA ou Ayutthaya (UNESCO - Património da Humanidade – 1991) (80 km a norte de Bangkok), havia um campo português (“ban portuguet”), entre o malaio (Malaca?) e o chinês (Macau?). Tal era a confiança, que, desde 1616 a guarda real era constituída por portugueses, então mestres de artilharia (fundiam canhões de bronze) e peritos em balística. Nos jardins em frente do Ministério da Defesa de Bangkok há canhões de várias épocas; os dois primeiros são portugueses (“Per El-Rei ... João da Cruz a fez, EN 1670”... um frade metalúrgico que tinha numa mão o crucifixo e noutra o pavio...).

Em muitas tentativas de conquista pelos vizinhos do Norte (Pegu, depois Birmânia, hoje MyanMar), a guarda portuguesa ajudou à vitória; tal não aconteceu em 1767, quando o rei teve que retirar para Bangkok, rodeado por 79 dos seus guardas portugueses. Reconhecido, o novo rei autorizou os portugueses a construir igrejas católicas (lá vi a “Stª Cruz” church) assim mesmo escrito na tabuleta do seu cais, na margem do Menong (nome que os portugueses davam ao rio Chao Phraya) e ofereceu terreno a Portugal para construir a sua feitoria e embaixada, também à beira-rio. Ao contrário de todas as outras embaixadas, cujo terreno só é território nacional enquanto ali estiver a embaixada, aquele terreno é português e poderá ser negociado (parte arrendado a comerciantes chineses, parte já vendido a um hotel). O edifício actual foi construído por um rico comerciante macaense de Bangkok. Na foto, uma esguia lancha siamesa. Na fachada da embaixada o escudo nacional mantém a coroa real original em diálogo com a bandeira republicana.

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Sociobiologia atrevida
De peixes bem intencionados estão as redes fundamentalistas cheias
O Parlamento Europeu justificou ontem a não prorrogação do acordo de pesca UE-Marrocos com o facto de ... ser ilegal, segundo o direito internacional, já que interfere nos recursos do território do Sara Ocidental, disputado entre Marrocos e a Frente Polisário.
* Por pretextos legalistas e com o propósito de apoiar a causa sahauri, a deliberação do PE prejudicou toda a gente – os pescadores e os armadores europeus, os marroquinos e o seu governo sem grande benefício para os actuais sahauris. Nem os peixes terão beneficiado que tanto lhes dá serem pescados por redes europeias como japonesas.
Algo semelhante ao que sucede nas greves a funções públicas, a boicotes comerciais a países de governos malfeitores e à antibioterapia indiscriminada – sofrem mais a esmagadora maioria das inocentes bactérias simbióticas que a minoria das patogénicas.

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Pensamos com a língua
Portugal devia “marimbar-se” para os credores
António Guerreiro
e Mel Mª Carrilho recordam que os alemães usam a mesma palavra (Schuld) para designar dívida e culpa.
Em português isso não acontece - próximo de dívida é dúvida e dádiva, palavras esdrúxulas; devida é um termo grave.

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14.12.11

 
Na Biblioteca Nacional
Das Partes do Sião
Há 500 anos Afonso de Albuquerque enviou a primeira missão diplomática portuguesa ao reino do Sião.
Representação de uma embaixada portuguesa, decoração de móvel livreiro, séc. XVI ou XVII / Biblioteca Nacional da Tailândia.

. * O bairro português, “ban portuguet” de Aiútia (a antiga capital) fica a meia hora do centro de Aiútia num “tuc-tuc”, um triciclo motorizado. O que resta – vestígios de um mosteiro de tijolo de S. Domingos (1566) com o cemitério ao lado - é pouco mas impressionante.
Há anos a Gulbenkian financiou escavações; lá estão, lado a lado, dezenas esqueletos dos portugueses de há três ou quatro séculos, acordados do seu sono eterno por alguém que os tivesse destapado de um cobertor de terra com um metro de espessura. O quadro nada tem de macabro, cada um aparentando modos diversos de reagir:- alguns parecem incomodados com o impudor dos arqueólogos; outros parecem satisfeitos, espreguiçando-se do sono secular.
Recordando que para lá foram sem bilhete, vacinas , seguro de vida nem cartão de crédito; sem bilhete de identidade, passaporte ou outro documento de identificação; e que lá trabalharam sem emprego, horário, férias pagas, segurança social ou quaisquer direitos adquiridos que não tenham sido por eles.

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Sociobiologia atrevida
Greve dos transportes como greve do endotélio
1. A economia dum país é semelhante à fisiologia de um animal; se se imaginar uma ilha-país, o litoral equivale à pele e os portos à boca e ao nariz. O pulmão e os intestinos são as alfândegas por onde tudo entra ou sai, salvo os efluentes que, com ou sem ETAR (rim), vão dar ao mar.
Para distribuir os produtos – próprios ou importados – de modo a fazê-los chegar a todos há as estradas e as vias férreas (sem avião, para simplificar), as artérias e veias desse organismo.
As células que forram o interior das artérias facilitam a fluidez da corrente sanguínea – são o equivalente dos carris e do asfalto.
Dessas células planas e aparentemente pouco diferenciadas depende a entrega de nutrientes às células em troca dos detritos do metabolismo, uma função indispensável à vida.
2. Em certas doenças (vasculites) as células endoteliais inflamam-se o que o perturba a fluidez da circulação, compromete a irrigação dos órgãos e leva à destruição dos glóbulos vermelhos que transportam o oxigénio indispensável à vida. Como se as pedras da calçada se levantassem.
É o que acontece quando pára a circulação ou se paralisam os transportes tanto pela neve como pelas greves ou lock-outs. Algumas formas de vasculite ameaçam a vida (endothelial damage ultimately leads to the development of this life-threatening multisystemic disorder) se não forem tratadas; nas greves dos transportes toda a população fica refém de uma minoria revoltada. Foram lock-outs que abriram a porta do Chile à ditadura de Pinochet.
Imagem de um pulmão destruido que nada tinha a ver com a inflamação do endotélio.

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De Lisboa à Guiné
Guiné-Bissau: Greve de motoristas paralisa país
Transportes: Sindicatos decidem hoje novas formas de luta, greve é hipótese
* Não fazemos a guerra contra o povo português, mas contra o colonialismo”, disse Amílcar Cabral.
Em Lisboa ou em Bissau a luta será a mesma mas não necessariamente da mesma maneira, também diria o estratega Cabral.

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... até perto das 23:00.
* ... dois metros e quase um palmo.

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Politologia
... os sindicatos deveriam participar activamente na resistência pacífica. Mas não basta fazerem greves gerais, mesmo que bem sucedidas, seria preciso uma luta frentista e continuada até o poder ceder em objectivos essenciais. Deveriam porventura avançar com fundos de greve, para impedir que os mais necessitados não fossem impedidos de exercer os seus direitos, e deveriam ponderar greves continuadas como as que os médicos estão a propor às horas extraordinárias. E todos os funcionários públicos, nomeadamente os professores universitários, deveriam ponderar uma greve sistemática ao embuste meritocrático (i.e., sem consequências) chamado avaliação de desempenho. Mais, deveriam também ponderar greves de zelo como a proposta por João Caupers em Os funcionários públicos não são lixo: sem se prejudicarem os utentes dos serviços, os profissionais da saúde, da educação, etc., deveriam... André Freire, politólogo

* ... sem prejudicarem os utentes dos serviços, os profissionais da saúde, da educação, etc., deveriam ... ponderar greves continuadas como as que os médicos estão a propor às horas extraordinárias. Sem? Como?

Greve, greve, greve is all you need.
A palavra greve surge 5 vezes no parágrafo; não admira que a palavra dever surja 6 vezes nas 128 palavras.

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