alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

29.9.06

 









Eurislão

 

Salzedas, Tarouca. Pátio interior da judiaria.

 

Salzedas, Tarouca. Espelho de fechadura de arcaz na sacristia.

 
A não perder

Islão e democracia de Carlos Esperança

 
Avaliar o risco sem atenuar os seus factores

1. A maioria dos portugueses - 73% - nunca realizou provas para a detecção da infecção VIH/sida.
Nem a prova do balão.
2. Fazer
meros exames de rotina aos trabalhadores de uma empresa sem conhecer as condições em que laboram é uma prática comum na Medicina no Trabalho.
Quase metade dos operários sofre acidentes repetidamente sem que nada no seu posto de trabalho seja corrigido… nem prova do balão feita. "O azar" está longe de ser a explicação.

28.9.06

 
Multiculturalismo

Os ingleses levaram a Inglaterra para as colónias; depois foram as colónias que vieram para Inglaterra.

A espiral colonial

Os europeus retiraram das colónias forçados pelos colonizados; agora os netos dos colonizados querem libertar-se da Europa para onde os seus avós emigraram, trocando a metrópole colonial pelos seus independentes países de origem.
Depois …

 

A Europa e o Império Otomano

Durão Barroso defendeu ontem que depois da adesão da Bulgária e Roménia, a União Europeia deverá suspender a entrada de novos membros até à resolução do actual impasse institucional.
Em sua opinião, a adesão destes dois países representa o fim do ciclo do alargamento da UE ao Leste "que permitiu a reunificação da Europa".

27.9.06

 
Placebos

O preço dos medicamentos sem receita não baixou com a liberalização do mercado, "ao contrário dos objectivos anunciados pelo Governo". Pelo contrário: subiu em média 2,8%, de acordo com um estudo da Deco que analisou um cabaz de 20 produtos.

Preço de 10 fármacos não sujeitos a receita médica desceram 4%
Os dez Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica mais vendidos fora das farmácias registaram uma descida de preços de 4% de Julho para Agosto deste ano, segundo o relatório deste mês do Infarmed.


O que leva a publicar este dado neste dia e que se refere à evolução de um mês? Em que esse mês é o de Agosto onde os dez mais vendidos foram “medicamentos” contra as dores, a rouquidão e dores de garganta, e contra o flato; para “abrir o apetite”; para acelerar a “cura de feridas”, do herpes ou das bebedeiras; um champô desinfestante e um elixir dental?

Quem ganha com esta publicidade rebuçada de notícia?


 
Beato compromete Portugal

O relatório sobre competitividade do Fórum Económico Mundial é uma vergonha para os gestores e empresários portugueses e um elogio às instituições públicas… que têm, no ranking do Fórum de Davos, melhor classificação que as privadas.

Quem diria? Compreende-se agora o nome do grupo do Beato - Compromisso Portugal; comprometem a competitividade nacional.

25.9.06

 
Ratisbona

não foi novidade que, na sua "Lectio Magistralis" na Universidade de Ratisbona, o Papa tenha feito a defesa do diálogo entre a fé e a razão. Mário Pinto


"Não se mantém um império unido sob a acção de violências religiosas… Meu tio vai ter que ceder. Por muito beato que seja, conhece a arte do compromisso ….
E verás, Ratisbona é uma cidade dissoluta, onde as mulheres vão aos banhos ao mesmo tempo que os homens… Ach, diese Weiber!
Ah, fica longe a Espanha Mui Católica! Em Ratisbona, pelo menos, vive-se abertamente. Pergunto a mim mesmo o que pensa disso meu tio, agarrado à viuvez e às suas devoções…."

Maximiliano de Habsburgo (sobrinho de Filipe I de Espanha) a Juan Miquez, aliás John ou João Miguez, aliás Juan Micas, aliás Yusuf Nasi, aliás Joseph Nasi, duque de Naxos e príncipe europeu do Império Otomano, judeu português obrigado a fugir em 1536.
C. Clément. A Senhora. ASA 2002

24.9.06

 

Moure; o pelourinho, símbolo da autonomia municipal. Inclinado.

 
do que se fala quando se fala de despesismo nas autarquias.

Em 2004,
* a dívida financeira dos 308 municípios portugueses representava menos de 5% do total da dívida das administrações públicas;
* a despesa anual das autarquias ascendeu a 9,9% do total e as receitas a 11,%, o que gerou um superavit de 25 milhões de euros;
* o recurso ao crédito por parte dos municípios está em clara desaceleração desde 2002;
* o investimento municipal representou 44% do total da administração pública.

23.9.06

 

Ponte de Peniche em Tomar. Cada arco exige dois ramos opostos.

 
A Natureza tem horror ao vazio
ao vazio e ao uniforme

… tal como a ameaça comunista levou a atenuar injustiças no capitalismo, importa dar atenção a algumas críticas islâmicas ao (egoísmo hedonista) das nossas sociedades. Sarsfield Cabral

A dialéctica é uma lei biológica;
Sempre que desaparece um contrário,
surgirá outro sob pena de extinção.
Para andar são precisas duas pernas opostas.

22.9.06

 

Várzea, Tarouca. Uma inesperada alminha numa parede tosca.

 

Velas votivas de cera. Ardem com uma chama duradoira como a fé.

 
Sociobiologia atrevida
Exemplos romanos

quod aliis cibus est aliis fuat acre venenumLucretius
"o que para uns é alimento, para outros pode ser veneno".

A oração de sapiência da Papa
Palestinianos irados atacaram já sete igrejas em Gaza e na Cisjordânia, destruindo duas delas. Na Somália, homens armados mataram uma freira italiana idosa. Líderes religiosos radicais, do Qatar a Qom pediram desde um "dia de raiva" até que os fiéis "perseguissem" o Papa e os seus seguidores. Da Turquia à Malásia, políticos muçulmanos condenaram o Papa e afirmaram que o seu pedido de desculpas é "insuficiente". Anna Applebaum

A urticária

A maioria come peixe, bebe leite, respira ácaros e usa roupa colorida com proveito, prazer e sem problemas; alguns, poucos, não suportam tais contactos a que reagem desastradamente. São os alérgicos; ficam vermelhos, não param de coçar-se, respiram mal, gritam; sofrem e fazem sofrer os vizinhos.
Há medicamentos eficazes, do tipo da adrenalina. *
À nascença todos nascemos com um risco alérgico; a maioria aprende a desenvolver tolerância, o que não acontece com alguns. Tudo se passa como se houvesse um processo óptimo para aprender a tolerar a exposição a estranhos; e também um processo óptimo para desenvolver intolerância -- quanda a primeira exposição é acompanhada de elementos sensibilizadores (haptenos).
Muito da intolerância fanática simula o processo alérgico. Mas, ao contrário da alergia, a grande exposição acentua a magnitude da reacção que não se nota se a exposição for mínima.

Também a urticária colectiva é muito rara; nesse caso há que procurar uma proliferação de haptenos --urtigas que medram nas madrassas soturnas .

* É curioso que as crianças hipercinéticas (que têm “bichos carpinteiros”) também acalmam com um medicamento excitante deste tipo.

21.9.06

 

O nascimento de Fóssil (Botticelli 1445- 2006)

 

Mar da Palha; o regresso de férias.

20.9.06

 

Traz os amigos também. Mancelos, Amarante.

 

A estela funerária de um amigo -- bezerro ou cachorro?

 
O relógio encantado

O relógio de bolso estava parado há mais de trinta anos; dei-lhe corda e recomeçou a andar.
Não lhe quebrei o encanto; eu é que fiquei encantado.
Espero não lhe quebrar o encanto nem a corda.

Conta a lenda que dormia

uma princesa encantada
a quem só despertaria
um Infante, que viria
de além do muro da estrada.
Fernando Pessoa. Presença, Coimbra, 1934.

19.9.06

 
Lira turca

A Turquia prepara-se para aderir à Europa; já aderiu à moeda única.

Só falta trasladar o Bósforo mais para leste; para o Ponto Euxino.

"Os gregos comprenderon primeiro este termo como axeinos (de a- privativo e xeinos estranxeiro") que significa "hostil aos estranxeiros", e logo, máis tarde, cando as súas correntes lles foron máis familiares e practicábeis, foi designado como Pontos Euxeinos (de eu- "ben" e xeinos "estranxeiro") ou Pont-Euxin (é dicir "Mar amistoso" ou "acolledor")."


18.9.06

 

Aqueles que por obras valerosas
se vão ... libertando.
Monumento à epopeia do emigrante. Pateira de Fermentelos.

 

Dupla redundância

17.9.06

 
Socio-biologia atrevida

3. Há o momento de divergir e o de cooperar; há até o de destruir para recomeçar. Todos indispensáveis para manter o equilíbrio e a beleza da vida.
Brama, Xiva e Vixnu são uma trindade indivisível; cada um, isolado, leva ao impasse.

 
Socio-biologia atrevida
O modelo agrícola


2. E o avô? O avô ainda acredita que dois homens de boa-fé e com a mesma informação chegam naturalmente a uma mesma conclusão. É tarde para o levar a ler a mais sucinta vulgata de um qualquer Duverger. Se não conseguirem explicar-lhe, terão de respeitá-lo como ele é. Mas nos limites do respeito por si mesmos e com a consciência de que também já se fez tarde, aqui, para continuar a adiar a liberdade. Torcer o pepino. N. Brederode Santos.

Para lavrar é necessário que alguém conduza dois "a remar para o mesmo lado".

 

Sociobiologia atrevida
o modelo agrícola

1. Hoje, são adultos. Diferentes entre si, como é normal. … Querem uma vida melhor, mas aceitam que não entendem por tal a mesma coisa. Sabem respeitar a diferença, mas sabem também que isso é afirmá-la. E preferem a festa possível, nas ruidosas tensões do século, à uniformidade organizada, nas sombras e silêncios da caserna ou do convento. Torcer o pepino. N. Brederode Santos.

Para evitar que caia no chão e apodreça são necessários dois opostos de vigor equivalente.

16.9.06

 

Manifesto do SOL
Allegro ma non tropo
Andante ma non tropo
Presto ma non tropo
................................ agora aos quadradinhos

 
Não percam e não deixem perder

Imaginem um lugar onde pode ler gratuitamente as obras de Machado de Assis, Eça ou A Divina Comédia e ainda as historinhas infantis de todos os tempos.
Um lugar que lhe mostra as obras de Leonardo Da Vince e onde pode ouvir música em MP3 de alta qualidade.
O Ministério da Educação brasileiro disponibiliza tudo isso:
www.dominiopublico.gov.br
Só de literatura portuguesa são 732 obras!
Mas há o risco de perder tudo isso, pois vão desactivar o projecto já que o número de acesso é muito pequeno.

 
Fazer favor

Toda a gente fala na corrupção. Uma sociedade pequena e pobre (e, por cima, católica) gera necessariamente corrupção. O número, o anonimato e a distância reforçam o rigor; a estreiteza, a convivência e a proximidade criam o mundo paralelo dos "compadres".
Escrevi um dia que Portugal só "funcionava" pela corrupção. Caiu o céu. Infelizmente, é assim. VPV


1. Uma sociedade pequena e pobre (e, por cima, católica) gera necessariamente corrupção.

VPV dixit - realmente, na minha aldeia havia muito mais corrupção que na FPF e na Liga; como é possível que só agora tenha dado conta?

2. Quando se quer chamar a atenção de alguém que nos não atende como se esperaria -- num café, loja ou repartição pública -- diz-se, bem alto: Faz favor!
A resposta delicada a um pedido também é: Faça favor.

 
Henrique IV ou Tancredi ?

“…viu--se, esta semana, na inauguração de uma escola pública que teve direito a bênção de um padre (!), o primeiro-ministro português persignar-se.”

Tendo entendido que a maior parte do povo não o aceitaria se fosse protestante, Henrique IV converteu-se pela segunda vez ao catolicismo: "Paris vaut bien une messe".
Em O Leopardo de Luchino Visconti: quando o comandante do exército revolucionário, encantado pela recepção no palácio de Salinas, o trata por Príncipe, o sobrinho Tancredi (“é preciso que algo mude para que tudo permaneça”) segreda para o público: Acabou de quebrar uma das regras de Garibaldi…

 

Castelo Bom, Vilar Formoso. Ferrolho (Prima para ampliar).

15.9.06

 
O mercado das drogas
O leopardo com o rabo na boca


"Um ano depois do fim do monopólio das farmácias na venda de medicamentos sem receita, cerca de centena e meia de lojas estão a comercializar estes produtos – vendem, em média, 360 embalagens por loja.
A maioria dos portugueses sai dos novos pontos de venda com medicamentos para as dores ou para a febre. Nas novas lojas, os remédios custavam em Julho menos um por cento do que antes da liberalização."
* Valeu a pena tanta tinta, decibéis, pixels, para que 150 novas “parafarmácias” vendam medicamentos que custam 1% menos que dantes?
O pífio resultado da medida ribombada na tomada de posse do governo; é o que acontece quando se anunciam, sem fundamento, anti-inflamatórios para uma neoplasia.


 



Pescadinhas com o rabo na boca (cont)

 
Estudo sobre corrupção pára por falta de verbas (JN)
Uma pescadinha com o rabo na boca.

O departamento do Ministério Público encarregue de investigar a criminalidade mais grave - corrupção, crime económico e financeiro e crime organizado, entre outros - foi obrigado a desistir de um estudo nacional sobre o fenómeno da corrupção por não lhe terem sido atribuídas verbas para a realização de um inquérito por telefone.



 

Enigmas de Souro Pires. Em terras crist�s, quem sentiria a necessidade de ostentar o seu credo?
Qual o significado dos desenhos laterais? Siglas ou ornatos?
Qual o significado dos dois pequenos aros de cada lado da cruz?

 

Regresso a Souro Pires, Pinhel. Caixilho e sombra.

14.9.06

 
Freixo de Espada à Cinta

É talvez a vila com maior número de casas manuelinas existentes no País. Há ruas inteiras só de casas manuelinas, com os portais de aduelas e as janelas quadradas com decoração em torno ou só na parte superior; meias esferas, folhagens, troncos entrelaçados etc. (Reinaldo dos Santos)
Por aqui e por ali, na observação vagarosa de muitas moradias arcaicas, ricas de cantarias lavradas, curiosas varandas, velhos portais medievos e manuelinos…
(Sant’Anna Dionísio) Guia de Portugal 1988

 

Freixo de EspadaCinta; a porta ferrada da matriz. Esta ou a de Ghiberti?

 

Freixo de EspadaCinta. Sombra inclinada e escudo torto na fachada do velho solar - orgulho da bastardia ou fototropismo?


 
Poeta e pediatra em estágio de oto-rino

Ayman al-Zawahiri, poeta, médico pediatra, e sub-chefe da Al-Caida, apela ao Grupo argelino Salafista para a Pregação e o Combate a que seja «uma espinha na garganta dos cruzados americanos e franceses», que semeie o terror «no coração dos traidores e filhos apóstatas da França»

13.9.06

 

Freixo de Espada à Cinta. Uma bela janela dupla; geminada, bi-cantada.

 

Freixo de Espada à Cinta; o portal medieval seguro pela pedra cunha de fecho que empunha o arrocho (de freixo?) com que impede que o perigo entre. Diabos e espanhois.
Virada a Poente, a latada atenua o calor das tardes de Estio. A tudo resiste, tempo, falta de cal e enxurradas.

11.9.06

 

Castelo Mendo, Vilar Formoso
Pedra tumular; pia baptismal e pedra tumular - o começo e o fim.

 

Castelo Mendo, Vilar Formoso
Pia duma igreja sem telhado -- água benta da chuva.

 
Castelo Mendo, Vilar Formoso

Tem Misericórdia e hospital. Tinha foral antigo, dado em Touro, por Sancho II em 1229 e confirmado nesta vila (estando aqui o rei) por D. Diniz, em 1281. D. Manuel lhe deu foral novo em 1510.
Pinho Leal. Portugal Antigo e Moderno. Lisboa 1875.
Mais tectos mudéjares na raia seca.

10.9.06

 
Sociobiologia atrevida
O vírus e o NO como modelo biológico do dinheiro

Américo Amorim ganhou trinta ou quarenta milhões de contos apenas devido à posição accionista que tomou na Galp. Não acrescentou qualquer riqueza à empresa, não criou um posto de trabalho, não a geriu, não empenhou nela nem talento, nem esforço, nem risco. Nada: limitou-se a ver a sua posição accionista a valorizar-se e a cobrar dividendos excepcionais graças àquilo que para o comum das pessoas foi uma dificuldade acrescida - o aumento do preço dos combustíveis.
Como explicava Marx, o dinheiro faz dinheiro, independentemente de qualquer mérito ou talento, e isso, realmente, é o pecado original e incurável do capitalismo. Miguel Sousa Tavares. Multiplica-se como um vírus.
"Novos factores vulnerabilizam a economia mundial, como o imenso dinheiro da especulação financeira e que não é sustentado por riqueza produzida". F. Pereira Marques. Expresso 24 Julho 99

"O óxido nítrico é um mediador na comunicação intercelular, para o que há sintetases constitucionais (cNOS) específicas--no endotélio, que mantém a vasodilatação necessária e dificulta a agregação plaquetar ou que facilita a comunicação sináptica entre os neurónios; no entanto também há sintetases induzidas (iNOS) por agressores variados que, levando à produção disparatada (especulativa?) de óxido nítrico pelos macrófagos, desencadeiam perigosas acções nefastas, que põem em causa a economia do organismo". Pittschieler K. No fear of NO? Acta Pædiatrica 1999;88:484-6

Não são notas falsas em circulação, é dinheiro verdadeiro mas que não representa trabalho -- como no golpe de Alves dos Reis ou de Américo Amorim.


 
EDP e as crianças

A EDP lançou uma campanha - Linha5D -(Economia à sua dimensão, Conforto à sua dimensão, Proximidade à sua dimensão, Inovação à sua dimensão, À dimensão do ambiente).
Nessa campanha usou 450 crianças como figurantes de palmo e meio. O ambiente com que a EDP se diz preocupar considera a criança como mero figurante.


9.9.06

 

Souro Pires, Pinhel. Felizmente que resistem os telhados das casas velhas.

 

Souro Pires, Pinhel. Do belo solar dos Tavoras restam as paredes.

 
Souro Pires, Pinhel

Quase ao fundo da povoação, e em frente da igreja matriz (que é antiga) existe um edifício que denota grande antiguidade, todo ele de excelente cantaria, tendo nos dois ângulos da frente, duas altas torres, com gran­des janelas quadradas, uma em cada um dos seus dois andares. Estas janelas estão cercadas de florões e ornatos, tendo no cen­tro da janela, e para sustentar a verga, uma delgada coluna de mármore branco, com bases e capitéis de mármore preto. No corpo do centro, há outra janela, em tudo igual. Contigua ao edifício, está a pequena capela da casa.
Pertence isto, ao Sr. Mendonça Falcão, de Trancoso, descendente da nobilíssima família dos Tá­voras.
Segundo a tradição, o fundador desta casa, foi Soeiro Pires de Távora (do qual a freguesia tomou o nome) que veio do castelo dos Cabris, antigo solar dos Távoras.

Pinho Leal. Portugal Antigo e Moderno. Lisboa 1875.

8.9.06

 
Quando a rainha de Inglaterra passou por Pinhel

Juiz, vereadores e procurador da câmara e vila de Pinhel, Eu el-rei vos envio muito saudar. A rainha da Gran-Bretanha, minha muito amada prezada irmã, entra n’este reino pela praça d'Almeida e há-de fazer trânsito pela vila de Pinhel, e hey por bem que n'ella a recebais com todas as demonstrações de alegria, contentamento, e celebridade, com que havíeis de receber a minha pessoa, se acaso fosse a ela; e a noite em que chegar a essa villa se porão luminárias; e se por algum acidente se demorar, se continuarão as luminárias por tempo de três dias, e porquanto o marquez de Arronches... vai a ser conductor da rainha, hey por bem que façais tudo o que ele disser, o necessário for que se faça. Escrita em Alcântara a 24 de Outubro de 1692. Rey.
... no 1º de Janeiro de 1693 ... o juiz de fóra e vereadores, com a maior parte da nobreza da vila, os foram esperar à entrada do ter­mo com o estandarte real, vestidos à cortezã. Ali a câmara, posta em alas, recebeu a rainha, e o mesmo fez a nobreza; e quando passava o coche da rainha, “fizeram as cortezias devidas”, e ela baixou a cabeça com demons­trações d’alegria. E a câmara logo montou a cavalo, e tomou a retaguarda do coche real, e assim acompanhou a rainha até ao palácio que lhe estava destinado, com um terno de charamelas, tocando; e ao caminho afluíram os habitantes das aldeias circunvizinhas com aquelas danças e juízo que permitia sua capacidade, com repetidos vivas, e ramos nas mãos, aplaudindo. E à fonte do Coche parou o préstito, porque a rainha quis ver a vila que fica em frente, e ali se reuniu povo imenso, com muitos instru­mentos e pelas, cantando e dançando com tal galanteria, que a rainha gostou muito; e à entrada da vila, junto à capela do Espírito Santo, o visconde de Barbacena, general da província, em uma salva de bastiares, dourada, lhe entregou as chaves do castelo, e lhe fez em nome da câmara, nobreza e povo uma fala tão concertada nas palavras e com tanta descrição como sua.
D’ali seguiu para o aposento que lhe esta­va preparado nas casas de Manuel Falcão de Figueiredo, com duas casas contíguas, que se puseram em comunicação, e sobre a porta principal estava um brasão com as armas de Inglaterra, Irlanda, Holanda, Escócia e Portugal. E o capitão-mor da vila, António Velloso Cabral, se postou com a sua ordenança em frente do paço, e aí se con­servou até que a rainha partiu, salvando com uma descarga, quando entrava a soberana.
E o bispo de Viseu, D. Ricardo Russel, estava com todos os beneficiados e eclesiásticos da vila e seu termo, à porta prin­cipal da igreja de S. Pedro, com o pálio, para receber a rainha debaixo d'elle, graça que a rainha não aceitou “por vir achaca­da de uma perna”. À porta do paço, ficaram as danças que acompanharam a rainha, dançando e tocando charamelas e clarins, coisa muito vistosa e agradável; e logo lhe foi entregue o presente que a câmara havia preparado, e que constava do seguinte: ­12 vitelas, 24 carneiros, um porco que pe­sava 8 para 9 arrobas, 24 perus, 4 dúzias de galinhas, 150 perdizes, e seis cargas de fruta camoeza e verdeal, e isto levaram 18 moças donzelas, das mais bem parecidas, muito bem adornadas com peças d'ouro e boas galas, em canastras e taboleiros, tudo entretecido com louro, ramos e flores.
Com os carneiros e vitelas iam 30 moços esbeltos, e na frente, todas as danças e charamelas, cantando e dançando.
A rainha aceitou este presente satisfei­ta; mandou para a sua ucharia os perus, perdizes, galinhas e fruta, e deu o resto ás frei­ras do convento desta vila. E foi tão bem disposta a aposentadoria, que todos ficaram muito bem acomodados, sendo imensa a multidão de gente, carruagens e cavalgaduras e ainda ficaram devolutas 5 casas com oitenta e tantas camas; e só de trigo sobraram treze mil e quinhentos pães!...
Apenas anoiteceu, se iluminou toda a vila, distinguindo-se o castelo, torre do relógio, igrejas, casa da câmara e o convento das freiras.
No dia seguinte, logo de manhã, o marquez d’Arronches, com o corregedor da comarca e juiz de fóra, reunidos no palácio da rainha, aplicaram a diversos réus o indulto antecipadamente concedido por el-rei; em seguida permitiu sua alteza que a câmara e alguns nobres e eclesiásticos lhe beijassem a mão, e logo todos marcharam com a rainha para Celo­rico, trajando os vereadores vistosas galas de cor, mandadas fazer expressamente para este acto. E logo que o coche real chegou à Ponte Pedrinha, limite do termo d'esta vila, a câmara, que o precedia, se apeou e despediu da rainha; e o juiz de fóra, de Trancoso, que ali se achava, a acompanhou até Celorico, onde pernoitou.
E em data de 10 de Janeiro de 1693, el-­rei dirigiu uma carta muito lisonjeira, à câmara de Pinhel, agradecendo os obséquios prestados à rainha sua irmã.

Pinho Leal. Portugal Antigo e Moderno. Lisboa 1875.

 

Armas de Pinhel

 
Pinhel tem por armas um escudo com as quinas portuguesas, do lado direito e do esquerdo, um pinheiro verde, e sobre ele um falcão.
Dizem que é o falcão que os terços de Pinhel tomaram a D. João de Castela, em Aljubarrota e que é desde então que esta cidade se honra com a legenda: Pinhel, falcão, guarda-mor de Portugal.

Pinho Leal. Portugal Antigo e Moderno. Lisboa 1875.

7.9.06

 

Santa Maria de Aguiar, Castelo Rodrigo. Legos do Sec XIII. (Prima para ampliar)

 
Stª Mª de Aguiar, Castelo Rodrigo (Sec XIII). A arquitectura simplificada e a singeleza plástica das ordens mendicantes. Ferreira de Almeida. Tesouros Artísticos de Portugal. Reader’s Digest 1976

 

Santa Maria de Aguiar, Castelo Rodrigo; a pedra-tabelião das siglas.

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