Angélique Kidjo, a “diva suprema de África”, dá este sábado um concerto grátis em Espinho: “Somos todos imigrantes, de alguma maneira” Expresso 18 Jul 2025
Angélique Kidjo , artista nascida em Ouidah, na então República de Daomé, atual Benim. A “Time” consagrou-a como a “diva suprema de África” e, em 2021, incluiu-a na sua prestigiada lista das 100 pessoas mais influentes do mundo. A “Forbes” colocou-a como a mulher mais bem posicionada entre as celebridades mais poderosas de África. Em 2015, no Fórum Económico de Davos, na Suíça, recebeu o Prémio Crystal.
“Toda a gente estava a falar inglês, uma língua que ela (Cesária Évora) não compreendia. Eu percebo um pouco de português e comecei a falar com ela….” “O meu trisavô materno era escravo em Salvador da Bahia, cresci com a cultura portuguesa crioula bem presente: o peixe, o arroz e o feijão. Mas também cresci com a cultura do sul do Benim, de onde o meu pai veio. Na minha família havia católicos, protestantes e muçulmanos. Os meus pais nunca me disseram que este mundo não podia ser meu, ensinaram-me que o meu género não tinha de me definir, que devia usar o meu cérebro para entender o que nos une e o que nos separa. Sempre agi em conformidade com esses ensinamentos. Foi isso que me guiou no mundo”.
Ora,
Nosso pai, vosso avô ou bisavô, et al, cristão que não seguia a liturgia (não ia à missa, não se confessava nem comungava …) foi-se convertendo; promoveu a construção de uma ermida, “em obediência a um voto por quem teve, tem ou terá filhos no Ultramar Português.”
Foi aqui que o neto Luis foi baptisado e veio crismar o casamento que fizera com a Lisa no seu país de Gales, de kilt gaélico e tudo. Dedicou-a a S. João Batista de Ajudá, nome do forte português fundado em 1721 para apoio à feitoria, cuja devolução o Benim (ex-Daomé) recém independente, exigiu em Agosto de 1961.
É curioso que em 1812, um tal Félix de Souza emigrou de S. Salvador da Baía para Ajudá (Ouidá) e ali se tornou amigo do rei, o que lhe permitiu um rendoso negócio de escravos, apesar de já então proibido. Deixou 50 filhos pelo que os Souzas (Suzas) são ainda hoje tão poderosos na região. Ler mais: http://www.tomislav.com.br/artigos.php?&detalhe=&id=16 The Viceroy of Ouidah 1980 de Bruce Charles Chatwin
P. S. Para que a capela de S. João Batista de Ajudá em Porto da Lage se assemelhasse tanto quanto possível à da fortaleza original, foi erguida em terra alheia embora com o acordo do senhor local, dado o mútuo benefício. Mais tarde, também os descendentes romperam o acordo.
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