alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

7.7.12

Competições mundiais da sobrevivência infantil

... o futebol tal como tem existido é um caso de sucesso, que, entre nós, não tem comparação com quase nenhuma outra atividade (talvez só a poesia). Pedro Adão e Silva

Em que outro domínio global seria provável termos uma "empresa' entre as quatro melhores da Europa (como aconteceu à seleção em três dos últimos quatro campeonatos europeus)? Rui Ramos

* Justamente empolgados pelo sucesso da selecção nacional de futebol, dois colunistas do Expresso (30-6-2012) tomaram-no como caso único e “exemplo para o resto do país”. Ora,

a) Recordo que nas competições mundiais de sobrevivência infantil Portugal vem sendo sempre, desde há anos, um dos melhores do mundo.

b) Que nessas competições jogam todos os 100 mil pequenitos nascidos nesse ano e quase todos os médicos, enfermeiras e outros profissionais do SNS, que podem ser chamados a prestar provas a qualquer hora dos 365 dias do ano e não apenas “duas dúzias de jogadores convocados” entre os melhores para provas de 90 minutos com dia e hora previstos em dois meses por ano.

c) O processo subjacente a este notável feito – em boa parte o SNS – nada tem a ver com o que se atribui ao futebol – não “aposta nos bens transacionáveis” nem “importa matéria-prima de mercados longínquos, para depois lhe acrescentar valor e exportar com mais-valias assinaláveis” mas cuida da mais delicada matéria-prima nacional quando adoece e recupera-a quase sempre sem sequelas.

O SNS não “celebra a desigualdade de performances” mas procura atenuá-la pela discriminação positiva, privilegiando os que mais precisam – e consegue-o (Unicef) num país com tão grandes assimetrias sociais – e não os que mais reclamam.

São estes esquecidos sucessos mundiais que estão em causa quando o Ministério da Saúde abdica do crucial processo de recrutamento de médicos e enfermeiras, subcontratados por empresas de prestação de serviços; este mesquinho expediente traduz um ostensivo desprezo por quem conseguiu tais sucessos – muitos médicos, enfermeiras e outros profissionais de excepcional competência e dedicação – e pelo processo de formação subjacente – as carreiras médicas.
Cartas Ao Editor (cartas@expresso.impresa.pt)

Cc: ao Torrado

Coimbra 3 de Julho de 2012

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